sexta-feira, 31 de julho de 2009

Bom Futebol, Bom Resultado

Acredito que esteja muito cedo para afirmar que o campeão voltou, como grande parte da torcida são paulina cantava ontem a pleno pulmão no Morumbi. Caso o bom futebol, e por consequência os bons resultados, como o ocorrido na boa vitória de ontem por 2x1 em cima do Grêmio torne-se algo constante, engrossarei o coro da torcida. Por ora prefiro aguardar ao menos o fim do primeiro turno.
Após várias idas ao Morumbi este ano, sendo que na maioria esmagadora das vezes ( exceção feita a vitória por 3x0 frente ao Cruzeiro), eu sempre me deparei com um São Paulo mau postado em campo, praticando um futebol medíocre, abaixo da crítica, inclusive nas vitórias- ontem finalmente eu pude ver onze jogadores vestidos com a camisa do São Paulo capazes de vencer um jogo mediante um futebol envolvente e de toque de bola, com um repertório de jogadas que não se resumia em bolas levantadas na área.
Decorridos um mês no comando da equipe, Ricardo Gomes a sua maneira, através de toda sua serenidade, boa educação e seriedade, vem conseguindo domar o ego e as vaidades dos jogadores, podendo deste modo trabalhar estabelecendo um diálogo mútuo.
Um trabalho sério, que até o presente momento me causa uma boa impressão, que poderá nos proporcionar surpresas positivas, a partir do momento em que todos os envolvidos, tenham a consciência que o coletivo deve prevalecer sobre o individual. Amparada nesta equação e na capacidade profissional do time e comissão técnica, é que poderemos nos tornar mais uma campeão.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O Futebol Como Ele Tem Que Ser

A equipe do Grêmio Barueri, fundada no ano de 1989, é um timeco sem história e sem torcida, que atravessa um momento muito bom subindo sucessivamente de divisões, graças aos maciços investimentos que a prefeitura local faz no time. Porém sabemos que daqui alguns anos, quando por determinados motivos os governantes e empresários locais perderem o interesse pelo time, e os investimentos desaparecerem, o mesmo terá uma trajetória descendente semelhante a vivida pelo São Caetano, clube este com características bem parecidas a do Barueri, e que hoje, não por acaso definha na série B.
Um dos "presentes" oferecidos pela cidade de Barueri à seu time foi um estádio, ou como convencionou-se a dizer nos dias de hoje, uma arena, ainda em processo de finalização, mas que nem por isso deixou de me proporcionar uma das melhores experiências que já pude viver dentro de um estádio de futebol.
O fascínio e a empolgação com o jogo de ontem, deu-se não devido a vitória do São Paulo por 2x1, nem ao conforto oferecido pelo estádio, tampouco pelo mesmo possuir estacionamento e banheiros bem limpos, a ponto de podermos usá-los sem muitas dificuldades; mas sim, única e exclusivamente por toda a atmosfera criada pela torcida mediante a proximidade da arquibancada com o campo, que se tornou ainda menor a partir do momento em que sem problemas algum (diferentemente daquela merda de Setor Visa, onde eu nunca mais porei os pés, e se um dia ali assisti a um jogo de futebol, foi devido a impossibilidade da aquisição de ingressos para outros setores do Morumbi. O que farei de tudo para não se repetir, visto que ali naquele maldito setor, nem encostar na mureta do anel da arquibancada é permitido), muitos de nós nos posicionamos junto ao alambrado atrás do gol, ficando assim a incríveis três metros da linha de fundo, podendo desta forma viver o jogo com uma intensidade fora do comum, pressionando os jogadores do Barueri (principalmente o goleiro), e apoiando os jogadores do São Paulo como apenas um estádio com este tipo de arquitetura nos possibilita.
Pode parecer uma grande bobagem para alguns, abrir mão da oportunidade de se posicionar em um lugar mais "privilegiado" do estádio, onde eu poderia ter uma visão mais ampla do campo, optando por ficar espremido junto a uma grade, com uma visão parcial do gramado. Todavia foi sob estas circunstâncias, que ao menos ontem, o futebol voltou a ser para mim um pouco do que ele sempre deveria ser: algo simples, sem muitas frescuras, regras e convenções; menos moderno e profissional, com mais alma e mais amador, no sentido literal da palavra.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sobre O Empate De Quarta-Feira

Enfrentar o Internacional no Beira-Rio, e de lá sair com um empate, não deixa de ser um resultado de certo modo positivo, sobretudo nesta temporada, onde um bom resultado fora de nossos domínios vem ocorrendo com uma frequência baixíssima.
Já li e ouvi muito sobre o que podemos considerar ser um resultado justo ou injusto no futebol, e o que sempre me pareceu ser mais coerente e correto, é classificar um resultado como injusto, apenas quando há uma influência de fatores externos aos vinte e dois jogadores presentes em campo ( no caso a arbitragem) sobre o resultado de uma partida.
Considerando que os dois gols do Internacional foram marcados por jogadores em posição de impedimento, nada mais lógico do que considerar o resultado final da partida como injusto. Contudo ficar choramingando de nada adiantará, a arbitragem que quarta-feira passado nos prejudicou (muito embora um penalti inexistente tenha sido marcado à nosso favor, mas como a fase não é das melhores, o mesmo foi prontamente perdido por Washington), em outras quartas-feiras ela já nos beneficiou. Enquanto providências sérias não forem tomadas, continuaremos sujeitos a arbitragens deste nível, aumentando nossa sensação de indignação e revolta.
Arbitragem a parte (como se isso fosse possível), destaque para a falta de sorte de nosso goleiro Bosco, e o poder de reação demonstrado pela equipe, conseguindo igualar um placar que parecia perdido. Não através de um futebol capaz de nos levar à uma posição condizente a nossa grandeza, pois qualquer um com um olhar minimamente crítico, sabe das possibilidades e limites de nosso time, e elas passam longe da quarta estrofe de nosso hino.

domingo, 19 de julho de 2009

Torcer, Sofrer, Vencer

Nick Hornby, em seu ótimo e fundamental livro "Febre de Bola", ao abordar a relação futebol-sofrimento nos diz: " Não foi o tamanho da multidão que mais me impressionou, no entanto, nem a liberdade que os adultos tinham de gritar a palavra Punheteiro! o mais alto que quisessem sem atrair a menor atenção. O que mais me impressionou foi o quanto a maioria dos homens à minha volta detestava, realmente detestava, estar ali. Até onde deu para perceber, ninguém pareceu gostar, na acepção que eu tinha dessa palavra, de nada que aconteceu ali naquela tarde. Poucos minutos após o pontapé inicial já surgira uma raiva verdadeira ( "Você é uma vergonha, Gould. Ele é uma vergonha" " Cem pratas por semana? Cem paus por semana? Eles devem me dar isso só pra te ver jogar".); durante o desenrolar do jogo a raiva foi se transformando num sentimento de revolta, e depois pareceu azedar de vez e virar um descontentamento silencioso e ressentido."
Mais adiante Hornby finaliza seu raciocínio: " Eu já comparecera a eventos públicos antes, é claro... Mas aquilo era diferente. As platéias de que eu participara até então haviam pago para se divertir, e embora de vez em quando se notasse uma criança impaciente ou um adulto bocejando, eu nunca observara rostos contorcidos de fúria, desespero ou frustração. A diversão como sofrimento era uma idéia inteiramente nova para mim..."
Nick Hornby estabelece o contato com este mundo doentio, que carece de certa lógica e coerência, e dele começa a fazer parte, a partir de suas idas à Highbury, a fim de acompanhar as partidas de seu clube de coração, o londrino Arsenal, que na época ( final dos anos 60, mais precisamente 1968) praticava um futebol parecido com o que o nosso São Paulo vem praticando nesse ano de 2009, com o agravante de um jejum de títulos que já durava quinze longos anos.
Verdade que nós são paulinos, nunca tivemos que conviver com tamanha fila, ao contrário de nossos rivais de estado, mas assistir aos jogos do São Paulo nesse improdutivo ano, mesmo nas partidas em que conquistamos os três pontos, como na vitória de hoje contra o Santos por 2x1, tem ocorrido mediante sofrimento em doses excessivas. Diferente de nossas três últimas partidas, onde saímos de campo sem obter uma vitória, no jogo de hoje ela veio, mas de forma sofrida e no limite; pois assim como nosso terceiro gol poderia ter saído a qualquer momento, o gol de empate santista, que colocaria tudo a perder também, e se não houve mais nenhum gol para lado algum, foi devido a fragilidade das duas equipes presentes em campo.
Devemos nos lembrar que não existe futebol sem decepções e sofrimento. Torcer para um time de futebol implica em não abandonar o clube e o estádio nos momentos difíceis, conseguir conviver com as adversidades, e manter a confiança de que seu time uma hora dará a volta por cima, é o que irá diferenciar os torcedores de verdade dos simpatizantes.
Eu amo sorrir e chorar com meu time, e você?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Carta Fora Do Baralho

Não pude ver nem ouvir nada do jogo de ontem contra o Atlético Mineiro, que resultou em nossa mais nova derrota no Campeonato Brasileiro. Situação esta que espero não se repetir, dadas todas as sensações ruins causadas por tamanha privação.
Mesmo com uma grande desconfiança de que as circunstâncias, muito provavelmente não tivessem sido muito favoráveis ao tricolor paulista em sua passagem por terras mineiras, logo que pude fui atrás de informações sobre o jogo. Confesso que tinha esperança sim de poder me deparar com um resultado positivo, quanta ingenuidade de minha parte, este time do São Paulo não permite ao seu torcedor hoje sonhar com nada que ultrapasse o campo da mediocridade.
Lendo algumas reportagens sobre o jogo, todas foram unânimes ao relatar nossa fragilidade e ineficiência, transformando mais uma vez o São Paulo numa presa fácil de ser dominada pelo adversário. O que constato ser a mais triste e pura verdade no momento em que assisto ao compacto com os melhores momentos da partida, e vejo que apenas as jogadas da boa equipe atleticana sobre um time caricato, que persiste em cometer erros grosseiros no setor defensivo; inoperante no que tange a criação de jogadas a partir do meio de campo; com laterais que além de serem dois elementos neutros, transformaram nossos lados do campo em duas avenidas; e um ataque que praticamente não existe- fazem parte do compacto, e não devido o editor ser um sujeito parcial ou tendencioso.
Não sei quando esse pesadelo vai acabar, e como estaremos até lá. Dói muito chegar a esta conclusão, mas não acredito em melhoras significativas a ponto de lutarmos pelo título, nem por uma vaga à Libertadores, enquanto determinados jogadores ainda fizerem parte do elenco, nada me leva à pensar de forma diferente, infelizmente hoje somos carta fora do baralho. Espero, e devemos exigir, é que todos aqueles que levaram o time à este estado lamentável, tenham vergonha na cara e afastem do clube qualquer possibilidade de rebaixamento.
De maneira alguma minhas constatações farão eu virar as costas para o time, sou cético sim quanto ao sucesso mínimo nessa temporada, mas o apoio que o time tanto precisa num momento como este, será dado de forma incondicional, independente do que vejo e penso sobre ele, independente do que ele tenha à me oferecer dentro de campo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Empate A Fórceps

2009 não tem sido um ano nada fácil para o torcedor são paulino, no Campeonato Paulista a eliminação na fase semifinal frente ao rival após duas derrotas inquestionáveis, na Libertadores um desfecho semelhante ao campeonato estadual, eliminação nas quartas- de- final após sermos derrotas merecidamente por duas vezes para o Cruzeiro, provável campeão.
Agravando o incômodo sentido por muitos de nós torcedores são paulinos, soma-se a todas essas eliminações, a contusão de nosso goleiro e jogador mais emblemático, afastando-o dos gramados por um tempo recorde; e todas as atribulações que a demissão de um técnico carrega consigo.
Como em ambos os campeonatos que fomos eliminados, o futebol apresentado pelo São Paulo na única competição que nos restou, o Campeonato Brasileiro, é de qualidade muito baixa, fazendo deste modo nosso time figurar na longínqua décima quarta posição, distantes já dez pontos do líder do campeonato.
Caso a ambição do São Paulo neste campeonato seja algo além do medíocre, não será através de um futebol como o jogado no complicado empate de ontem contra o Flamengo por 2x2, estando sempre em desvantagem no placar que tornaremos isto possível. Devemos lembrar que só vontade não ganha jogo, e ir à campo com somente essa premissa é algo muito perigoso, temos que jogar com vontade sim, todavia esta vontade não pode ser anulada pelas sérias deficiências que este time apresenta. Deficiências estas que todos nós sabemos quais são, portanto não se faz necessário mais uma vez aqui enumerá-las, pois não quero ser redundante, já nos basta nosso time e todo seu futebol redundantemente pífeo

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Nuestra América

No intuito de tentar resolver um problema crônico em sua lateral direita, o São Paulo está prestes de acertar a contratação do jovem chileno Nelson Saavedra de vinte e um anos, junto ao minúsculo Palestino do Chile. Pouco se sabe a respeito de nosso provável novo contratado, apenas que o mesmo faz parte das seleções de base chilena, deste modo a incógnita se torna ainda maior. Resta à nós torcedores conter a ansiedade, não fazer por hora nenhum tipo de pré julgamento e apoiar o jogador quando estiver em campo.
O que mais me chama a atenção nessa nova contratação do São Paulo, não é o jogador em si, mas sim a escolha do clube em buscar opções ao time para além de nossas fronteiras, no caso em um de nossos vizinhos de América. Prática essa que a meu entender deveria ser mais explorada pelos clubes brasileiros.
O Brasil pouco provavelmente deixará de ser o maior celeiro do mundo, no que tange a revelações de grandes jogadores, todavia isso não exclui, e tampouco nos impede de bem próximos de nós, encontrarmos jogadores tão ou mais capacitados do que muitos que por nossas terras praticam o futebol.
Reconheço que hoje muitos clubes brasileiros recorrem aos talentos de nossos hermanos na composição de seus quadros. Nosso São Paulo em particular, hoje prestes a contar com apenas sua provável nova contratação chilena em suas fileiras, possui uma história muito bonita e rica ( isso não exclui por vezes eventuais pernas de pau) com jogadores estrangeiros, principalmente uruguaios. Contudo em comparação com os outros países da América do Sul, a contratação de jogadores da "América Espanhola" por clubes brasileiros ainda é algo muito tímido.
Não consigo diagnosticar os motivos exatos de tamanha resistência; se ela ocorre devido a questões culturais referentes a língua, preconceitos, desinteresse de nossos dirigentes, desinteresse dos jogadores em atuar no Brasil, ou qualquer outro tipo de inviabilidade. Não estou aqui defendendo a contratação em massa de atletas estrangeiros pelos times brasileiros, como se isso fosse resolver as deficiências de nossas equipes, considero apenas que esta seria apenas uma alternativa à nossos clubes frente a falta de pé de obra no mercado, e uma alternativa que a história nos mostra ser viável e de sucesso vide: Pedro Rocha, Dario Pereira, Poy, Sastre, Maldonado, Renganeschi, Lugano, Forlan... que Saavedra corrobore com tudo isto que acabo de dizer e venha fazer parte dessa lista, e não da lista de: Caraballi, Rondon, Isassi, Ameli, Sierra, Matossas...

domingo, 5 de julho de 2009

Ladeira Abaixo

Procurando no dicionário o significado da palavra Fase, iremos encontrar: " Época ou período com características definidas." Olhando o São Paulo dentro de campo, encontramos o exemplo perfeito para ilustrar a referida palavra.
Triste para nós são paulinos, que a fase pela qual estamos passando, que já se estende por um período considerável, ultrapassando o limite do aceitável, seja tão deprimetemente medíocre, fazendo do São Paulo um time lastimável, que até consegue ganhar um ou outro jogo, mas que não convence ninguém, e não nos qualifica à nada além do ordinário.
Nossa mais nova derrota, 2x0 frente ao Coritiba, foi mais uma típica derrota são paulina, daquelas que para nosso total desconforto estão se tornando rotina. Jogando extremamente mau, com tudo sendo pretensiosamente resolvido na base chutão, sem ligação entre meio de campo-ataque, tornando assim ambos setores inexistentes, por consequência não oferecendo nenhum tipo de ameaça à equipe adversária. Para agravar inda mais nossa situação, nos transformamos em presa fácil para contra quem jogamos, nossas laterais são duas avenidas, e nosso setor defensivo oscila em demasia, quando não é um volante é um zagueiro sendo expulso, fragilizando ainda mais um time em processo de esfacelamento.
Ricardo Gomes ao assumir o comando da equipe herdou uma herança maldita, e transformar isso que hoje somos, em um time minimamente competitivo será uma tarefa extremamente trabalhosa ( da qual sinceramente não sei se Ricardo Gomes está capacitado, hoje na verdade ninguém sabe) e possivelmente demorada, talvez ao ponto de não nos permitir lutar pelo título, quiçá por uma vaga à Libertadores.
Resta à nós torcedores ter paciência, cobrar aqueles que não estiverem dispostos em assumir suas respectivas responsabilidades na reconstrução do time, seja ele quem for, e principalmente, apoiar nosso time ( de preferência indo ao estádio) neste momento em que ele tanto precisa de nós. Até domingo que vem contra o Flamengo no Morumbi.