segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Zerados

Sempre que me encaminho à um estádio de futebol, no intuito de ver o São Paulo jogar, vou independente do que o time tem a me oferecer, e das impressões que tenho a respeito do mesmo. A motivação maior reside no fato de que, ali dentro daquelas quatro linhas, durante aqueles noventa minutos, estarei mediante um evento muito significativo, e de valor inestimável à minha vida, portanto poder estar ali já me basta.
Todavia como ser humano que sou, tenho lá minhas expectativas, e no que diz respeito ao futebol, mesmo por muitas vezes contrariando uma certa lógica e coerência, espero sempre por um resultado positivo de nosso time, principalmente quando jogamos contra nossos dois maiores rivais, Corinthians e Palmeiras, ou galinhada e porcada se assim preferirem.
Uma partida entre São Paulo e Palmeiras, por si só já é aguardada com muita expectativa e ansiedade, a de ontem em especial, por todo o contexto na qual estava inserida, tornava o Choque-Rei ainda mais tenso e especial. Confesso que o empate por 0x0 me deixou frustrado sim, não pelo futebol praticado pelo São Paulo não ter sido vistoso ou algo do tipo, mas por tudo que uma vitória são paulina no clássico de ontem poderia significar, para ambas equipes.
A frustração é oriunda um pouco da expectativa por mim criada, e por termos desperdiçado uma chance de reduzir para apenas um ponto nossa diferença para o líder, e por consequência dar uma conturbada no ambiente palmeirense, que com certeza sentiria e muito, mais uma derrota para o tricolor do Morumbi.
O que me conforta, é que daqui até o fim do campeonato ainda restam dezesseis rodadas, tempo suficiente para que o São Paulo recupere os pontos que foram deixados pelo caminho, contanto que não deixemos outros pontos para trás, visto que não haverá um outro turno para tentarmos recuperá-los.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Era Uma Vez Um Estádio De Futebol

Segunda-feira dia vinte e quatro, Juvenal Juvêncio anunciava à todos que o São Paulo acabava de estabelecer uma nova parceria. O novo parceiro em questão, é uma badalada rede de academias chamada Cia Athletica, que instalará no anel inferior do Morumbi, mais precisamente atrás do gol do setor laranja, uma academia (!!!) com visão panorâmica para o gramado.
A previsão inicial é que a academia fique pronta entre Fevereiro e Março do ano que vem. Além dos tradicionais equipamentos presentes em uma academia, a pista de atletismo em volta do gramado será reformada e poderá ser usada pelos alunos. Nos dias de jogos, o local se transformará em um camarote, com o valor dos ingressos sendo equivalente ao valor das cadeiras cativas do estádio, sendo que a Cia Athletica terá direito a um determinado número de entradas, podendo distribuí-los à quem ela quiser, seja ele são paulino ou não, amante do futebol ou não.
Segundo palavras de Juvenal Juvêncio, irradiante no dia do anúncio da parceria: " A academia é uma coisa moderna para o estádio, algo higiênico, inovador, um plus nas arenas nossas que são arcaicas e obsoletas." Mais adiante o mesmo finaliza e sentencia: " Acabou esse conceito de que estádio é apenas um local para receber jogos nos fins de semana."
Confesso que não consigo compartilhar do mesmo pensamento de nosso presidente. Entendo perfeitamente que o clube necessita buscar todo um equilíbrio financeiro, todavia o método que o São Paulo adota nessa busca é elitista, reacionário e higienista; que além de desfigurar ainda mais nosso sagrado estádio, trará prejuízos irremediáveis ao torcedor e a tudo que o futebol representa na cultura popular brasileira, talvez nem hoje nem amanhã, mas em médio e longo prazo, em especial pela perda de identidade com a massa.
Não será esse público mais qualificado e abastado financeiramente, que o São Paulo tanto privilegia e se esforça em ter frequentando o Morumbi, que proporcionará ao clube um fôlego financeiro maior e mais saudável. Essas pessoas não hesitarão em abandonar o clube num momento de crise ou dificuldade maior, pois seu envolvimento e sua relação com o futebol não é uma relação de amor, mas sim uma relação descartável baseada em preceitos comerciais, onde os mesmos estão mais interessados em comer, beber, confraternizar, e agora malhar, do que com o que se passa dentro de campo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Acerca De Uma Derrota

Querendo ou não, infelizmente em determinado momento nossa fantástica reação no Campeonato Brasileiro seria interrompida, e nossa sequência de vitórias chegaria ao fim. Embora torcemos para que esse triste momento tarde ao máximo à chegar, uma hora ele chega, e devemos estar preparados para encará-lo conforme ele se apresenta.
Se derrotas esporádicas são parte do processo na trajetória de qualquer time campeão, para nós são paulinos esse momento se dará quase que obrigatoriamente quando visitamos a Arena da Baixada para enfrentar o Atlético Paranaense. Ali naquele maldito campo nossos insucessos são constantes, nunca conseguimos sair de lá vitoriosos, ontem não foi diferente, outra derrota na Arena, 1x0 para os paranaenses.
O jogo em si não foi dos piores, resistiamos bem a pressão atleticana que não foi das maiores, e conseguíamos levar algum perigo à meta adversária mediante alguns contra ataques esporádicos. Tudo parecia se encaminhar para um empate sem gols, mas aos quarenta minutos do segundo tempo, o veterano Paulo Baier após ótima jogada marca e decreta a vitória dos atleticanos. Já não havia mais tempo suficiente para uma recuperação, não naquele campo, contra aquele time.
Perdemos uma partida que historicamente não conseguimos ganhar, o que causa um certo incômodo sim, mas que não pode abalar a confiança do time e da torcida, pois a distância para o líder embora tenha aumentado, ainda é consideravelmente pequena, apenas quatro pontos nos separam da porcada.
Domingo próximo, dia trinta, temos pela frente no Morumbi justamente um embate contra o líder Palmeiras. Uma vitória torna-se obrigatória, pois somente deste modo é que estaremos colocando cada time em seu devido lugar.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Uma Rodada Especial

Para nós são paulinos, a rodada de ontem não seria uma rodada igual as outras. A volta do mítico Rogério Ceni ao gol do São Paulo após quatro meses, por si só conferia à noite de ontem uma atmosfera especial, que se intensificou dada a combinação de resultados favoráveis ao tricolor do Morumbi.
A vitória sobre o Fluminense pelo placar mínimo, e as derrotas tanto do Palmeiras como do Internacional, colocaram o São Paulo na vice liderança do campeonato, um ponto apenas atrás do líder. Já não há mais uma diferença significativa de pontos a ser recuperada, Jason cumpre seu legado como poucos.
O jogo em si não foi dos melhores, mesmo com o São Paulo não demorando a marcar, tivemos dificuldades em fazer fluir nosso jogo de uma maneira mais sólida e eficiente. Embora posicionado entre os rabeiras da competição, o Fluminense mais uma vez foi um adversário duro de ser batido, mostrando que daqui até a última rodada do campeonato, quando acredito eu, será definido o campeão, independente da classificação das equipes, teremos jogos cada vez mais equilibrados.
Outra rodada fica para trás, as próximas que estão por vir se tornarão cada vez mais decisivas e tensas, conferindo uma dramaticidade especial ao campeonato, a ponto de deixar muitos de nós enlouquecidos. Mas isso é o futebol e muito do que o cerca, algo doentio, uma doença que me acomete a anos, da qual espero nunca ser curado.

domingo, 16 de agosto de 2009

Considerações Sobre O Primeiro Turno

Dezenove rodadas atrás, quando fazíamos nossa estreia no Campeonato Brasileiro, perdendo de maneira lamentável para o Fluminense no Maracanã por 1xo, mediante uma apresentação sofrível de nossa parte, concentrávamos nossas forças na tentativa da conquista do tetra campeonato da Libertadores, e enquanto essa possibilidade existisse, o Campeonato Brasileiro não receberia sua merecida atenção.
O sonho de mais uma conquista internacional foi frustrantemente interrompida, nos restava mais uma vez o campeonato nacional para salvar a temporada, porém tanto nossa classificação como nosso futebol eram horríveis, o que após muitos anos acarretou na demissão de nosso técnico. A aposta de nossa diretoria, em um novo comandante de qualidade duvidosa e curriculum medíocre, deixou nós torcedores apreensivos, apreensão esta que se tornou ainda maior, atingindo níveis preocupantes quando o time começou a flertar perigosamente com a zona de rebaixamento.
Todavia o tempo conspirou a nossa favor, Ricardo Gomes foi mostrando suas preciosas qualidades, conquistando o respeito do time e da torcida, e o São Paulo por consequência, também aos poucos foi se posicionando na parte de cima da tabela. Posição esta que se mostra cada vez mais consolidada, dada a sequência avassaladora de vitória obtidas pelo São Paulo nas últimas rodadas. A de hoje por 2x1 contra o Sport em Recife, com um gol nos acréscimos, foi a sexta seguida, fazendo o tricolor paulista pela primeira vez figurar entre os quatro primeiros do campeonato.
O primeiro turno chega ao seu fim, com o São Paulo apenas quatro pontos atrás do líder, e o que parecia algo inalcançavel, tamanha nossa ineficiência, mostra-ser algo totalmente viável, visto nosso poder de reação. Que ninguém ouse novamente duvidar do que nossa camisa é capaz.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tristes Tendências

A tempos que São Paulo detém a hegemônia do futebol nacional. Os principais times do estado mais rico da federação, embora sofram dos mesmos males que os times de outros estados, por estarem situados numa cidade de grande poderio economico como é nossa Paulicéia, apresentam um fôlego maior que seus concorrentes oriundos de outros estados.
Se por um lado os torcedores dos maiores clubes paulistas são de certo modo uns privilegiados, dada a frequência com que seus times são campeões ( embora um certo time de verde não ganhe nada de significativo a quase uma década), por outro somos uns grandes azarados, visto morarmos na cidade mais proibitiva do país.
Lembro-me quando da primeira em que fui à um estádio de futebol, o fascínio que me causou toda a atmosfera encontrada dentro e fora do estádio, me refiro as bandeiras, faixas, fumaça colorida, papéis picado; bem como Os ambulantes e suas barracas de lanches e bebidas nas cercanias do estádio, conferindo um brilho especial à toda aquela maravilhosa experiência que era assistir um jogo de futebol no estádio.
Todavia hoje os tempos são outros, o Morumbi já não é mais exclusivamente um estádio de futebol, temos que dividir nosso sagrado espaço com o pessoal dos camorotes corporativos, do Santo Paulo Bar e afins, mais interessados em comer, beber e confraternizar do que naquilo que se passa dentro de campo; e passamos a viver numa sociedade de controle, que tende a normalizar nosso comportamento, e onde há uma vigilância contínua de nossos atos. O controle individual "justificado" pela segurança coletiva torna-se um fato, deste modo o desejo de previsão do comportamento humano por parte da sociedade de controle, projetado na ameaça do imprevisível sobre a segurança e o bem estar social, transporta-nos para um ambiente de tolerância zero.
Deste modo, tudo aquilo que tanto me fascinava já faz parte de um passado cada vez mais distante, que só tende a piorar, visto as novas proibições que nos são impostas (mesmo considerando que ir para o estádio mascarado não seja algo que combine, há quem pense diferente, e proibi-los de usarem suas máscaras , sejam elas de quem forem, não trará nada de positivo ao futebol, ao contrário, o tornará ainda mais burocrático), e aos novos elementos difundidos pela sociedade, e infelizmente cada vez mais presentes no mundo do futebol, como a intolerância e o preconceito, disseminados por aqueles imbecis que insistem em ofender um jogador digno e esforçado como o Richarlyson.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nosso Devido Lugar

Porfírio Da Paz, autor do hino do São Paulo Futebol Clube, inicia sua composição a partir do momento em que é despejado de sua casa por falta de pagamento, muito devido a todos seus recursos serem destinados ao São Paulo. Perambulando sem rumo com sua família pelas ruas da cidade de São Paulo, Porfírio começa a cantarolar o que mais tarde viria à ser o hino do nosso glorioso tricolor paulista.
Torcedor símbolo na década de quarenta, Porfírio Da Paz foi um grande defensor do São Paulo Futebol Clube e suas causas, nunca medindo esforços em prol de seu clube de coração. De certo modo podemos classificá-lo também como um profeta, quando na quarta estrofe de nosso hino o mesmo vaticinou: " Dentre os grandes és o primeiro"
Uma verdade que nos dias de hoje torna-se ainda mais incontestável, nossa história e nossos títulos falam por si só, e reduzem a pó os argumentos dos torcedores adversários, que tentam inutilmente contrariar uma afirmação irrefutável.
Contudo por vezes ficamos pelo caminho, e tristemente somos testemunhas da conquista adversária, que mesmo ocorrendo numa frequência menor que a nossa, é capaz de provocar uma sensação de desconforto enorme sobre nós.
2009 para meu desgosto, adquiriu características que me levaram a crer que seria um ano esquecível, visto as eliminações as quais fomos submetidos, mediante derrotas incontestáveis, tanto no Paulista quanto na Libertadores. Todavia o que mais me aborrecia e decepcionava, era o péssimo futebol praticado pela equipe, que não permitia ao torcedor são paulino perspectiva alguma. A parte debaixo da tabela do Campeonato Brasileiro que se fazia presente, era uma morada inadequada para o gigante bandeirante do Morumbi, não condizente com o tamanho de nossa história.
Felizmente os responsáveis por todo este estado lamentável de coisas, começaram a também sentir um certo incômodo com nossa vexatória situação, e mudanças foram postas em curso. Assim aos poucos o bom futebol ressurgiu, a torcida voltou a acreditar no time, os jogadores retomaram a confiança, um novo técnico mostrou suas preciosas qualidades, e as vitórias voltaram a fazer parte de nossa rotina.
Assim foi contra o Barueri, Grêmio, Vitória, Botafogo e ontem contra o Goiás; um 3x1 com propriedade, nos alçando à uma posição mais apropriada na tábua de classificação, ainda não aquela que Porfírio Da Paz sempre desejou, mas bem mais próxima de nosso devido lugar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Verbo Virar

Lucio Flavio marca e faz 1x0 para o Botafogo. Jorge Vagner, Washington e Dagoberto marcam, virando o jogo para o São Paulo, conduzindo-o assim para mais uma vitória no Campeonato Brasileiro, a quarta seguida.
Virar o jogo ontem foi de fundamental importância, caso contrário não estaríamos comemorando mais três pontos na tabela, e daríamos uma frustrante e nada bem vinda freiada em nossa reação. Entretanto o que devemos exaltar é a virada que propiciou a virada no placar, em outras palavras, a mudança no comportamento e na atitude da equipe, que fez o São Paulo virar um time competitivo novamente.
Salve engano, a última virada conquistada pelo São Paulo que eu me lembro, foi pela longínqua última rodada da fase de grupos da Libertadores, contra o América de Cali; e como muitos de nós sabemos, não foi uma virada conquistada devido a eficiência e a superioridade de nosso time em relação ao adversário, como no jogo de ontem a noite contra o Botafogo. Não, nada disso, nossa última virada de placar até então deu-se graças exclusivamente à um gol espírita de Dagoberto- tempos difíceis aqueles, onde a sorte era nossa única esperança contra placares adversos.
Hoje felizmente muita coisa mudou, nosso time finalmente virou um time de verdade. Toda essa transformação, toda essa virada de rumo se sucedeu não devido à uma causa única e determinante, mas sim à um conjunto de fatores, dos quais destaco dois em especial, praticamente indissociáveis; a mudança tanto do técnico como do comportamento de alguns jogadores.
O jogo de ontem torna-se uma página virada em nossa história, às outras páginas que estão por vir espero que continuem à receber tratamento semelhante, pois assim sucedendo-se, virar à ser nossa história de uma magnitude ainda maior.

domingo, 2 de agosto de 2009

Três Pontos Fundamentais

O futebol apresentado pelo São Paulo na vitória de agora pouco por 1x0 sobre o Vitória no Barradão não foi dos melhores, na verdade não jogamos nada bem, contudo conseguimos vencer pelo placar mínimo, somando três pontos importantíssimos, podendo desto modo ocupar uma posição mais digna na tábua de classificação, não freiar nossa vertiginosa recuperação, e botar um terror nos adversários; mostrando aos primeiros colocados que se eles vacilarem, daremos o bote novamente.
O São Paulo das vitórias contra o Grêmio no meio da semana passada, e de hoje contra o Vitória, começa a ficar parecido com o São Paulo dos três títulos brasileiros anteriores. Uma equipe que passa longe de ser brilhante, mas que jogando no Morumbi pouco vacila, obtendo uma porcentagem dos aproveitamentos dos pontos muito elevada, e ao jogar fora de casa, mesmo por vezes tomando sufoco, e sendo dominado pelo adversário, resiste bravamente a pressão, e nas poucas oportunidades à sua disposição, em muitas ocasiões a transforma em pontos preciosos somados longe do Morumbi.
Quarta-Feira às 21:00 horas no Morumbi contra o Botafogo, teremos à nossa frente mais uma decisão, uma vitória é de vital importância para o bom caminhar de nossa escalada rumo ao topo da tabela. Da mesma forma que a presença daqueles torcedores que de fato amam o São Paulo Futebol Clube, possuem condições financeiras favoráveis, assim como não tenham uma dependência crônica de transporte público ( o que reconheço ser sim, infelizemente dois grandes empecilhos à muitos torcedores; lembrando que junto com a morte e problemas sérios de saúde, são as únicas desculpas aceitáveis a fim de justificar possíveis ausências em estádios), e que não esperam o time figurar entre os primeiros colocados para se fazer presente no estádio, torna-se obrigatória.