terça-feira, 29 de setembro de 2009

Caminhando Para Trás

Não podemos negar, as oportunidades para o São Paulo encostar e até ultrapassar o líder do campeonato (mesmo que momentaneamente) foram postas a sua frente, infelizmente ele não soube aproveitá-las, principalmente no deprimente empate contra o Santo André, e domingo contra o Corinthians. É verdade que com tantas rodadas ainda pela frente, outras oportunidades para uma maior aproximação e a conquista da liderança surgirão, contudo elas tendem a serem cada vez mais escassas e decisivas, portanto conclui-se que vaciladas semelhantes as ocorridas em nossos dois últimos empates, poderão ser fatais.
Embora em jogos tidos como clássicos sempre exista a máxima de que não há favoritos, sendo qualquer resultado possível e de certo modo aceitável, me nego em compactuar de respectiva lógica, dadas as circunstâncias da partida de ontem; com o São Paulo jogando em sua casa, com sua torcida em maioria, melhor posicionado na tabela, menos desfalcado, e com mais aspirações no campeonato- mediante essa série de fatores, o favoritismo e a obrigação da vitória estava sim com o time que veste vermelho, branco e preto.
Mais dois pontos ficaram pelo caminho, agora figuramos na terceira colocação, cinco pontos atrás do líder. Se analisarmos de maneira imparcial o jogo de domingo, chegaremos a conclusão de que o estrago poderia ter sido maior, já que o gol do desequilibrado (isso para dizer o mínimo) do Washington foi irregular, e um gol corinthiano foi erroneamente anulado. Olhando do nosso lado, o lado beneficiado pela arbitragem, isso não chega a incomodar tanto quanto o nível do futebol praticado pelo São Paulo.
Por mais que o domínio da partida tenha sido nosso, ele foi ilusório, pois não chegamos a de fato pressionar o Corinthians de maneira mais incisiva e latente, a ponto deles ficarem sufocados no campo de defesa, não, isso não aconteceu, e foi a partir de erros grotescos de nosso setor defensivo que presenteávamos os jogadores alvinegros com bolas açucaradas para eles partirem livremente em direção ao nosso gol, foi assim que sofremos nosso gol, e por muito pouco não sofremos outro.
Vale também aqui ressaltar, a falta de comunicação entre os jogadores dentro de campo, por incontáveis vezes muitos de nós presentes na arquibancada, mediante a falta de percepção e mudez de nossos jogadores, alertávamos os mesmos da presença de algum jogador corinthiano de prontidão a roubar a bola de nós, o que ocorreu durante o jogo todo, irritando a todos nós.
O comportamento de nosso time e nosso técnico no clássico de domingo, mostrou que sérias limitações táticas e técnicas ainda assombram o São Paulo, uma vez que poucas alternativas foram mostradas a fim de superarmos as dificuldades surgidas no decorrer da partida, o que em um momento tão decisivo do campeonato, torna-se um fator de risco ao nosso bom caminhar na busca de mais um de título.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Dissonância Dos Números

No futebol, dentro de campo a matemática é bem simples, como é de conhecimento de todos nós, vitórias valem três pontos, empates um e derrotas absolutamente nenhum, zero. Uma equação tão básica quanto prática, sem mais variantes, que deixa bem claro o que um time perde ou ganha em termos de números-pontos dentro de campo, e que facilita e muito a vida de nós torcedores, quando nos propomos a fazer aquelas imaginosas projeções, onde tudo parece ser possível e alcançavel.
Esses números que se mostram tão exatos e precisos, ao abordar um aspecto mais cartesiano e sistemático do futebol, demonstram uma enorme fragilidade quando através deles, buscamos o entendimento da natureza humana mediante o futebol. Me refiro aqui ao reflexo que determinados resultados, determinados placares provocam em nós torcedores, uma vez que eles não condizem com o verdadeiro sentimento que se estabelece na mente do torcedor.
Quantas vezes nos pegamos comemorando muito mais um empate, que nos proporcionou apenas um ponto, do que uma vitória, que valeu três? Ou ainda, em quantas situações uma derrota doeu menos que aquele maldito empate, com o adversário fazendo o gol da igualdade nos minutos finais ou nos acréscimos? Acontece que todo esse universo de números, não consegue contemplar as circunstâncias nas quais estes placares-resultados se estabeleceram, nunca nenhum algarismo dará conta disso, dado que esta esfera específica do futebol carece de certa lógica e coerência, é uma parte do mesmo que beira a esquizofrenia.
O ápice dessa dissonância dos números, é atingida quando chegam os clássicos contra Palmeiras e Corinthians. São contra esses times que os números se mostram completamente irreais e inadequados, pois o impacto em nós torcedores de uma vitória, um empate ou uma derrota frente esses dois times, independente do contexto na qual a partida está inserida, nunca poderá ser medido através dos pontos ganhos ou perdidos, o sentimento vai muito além disso, ultrapassando os limites da matemática.
Domingo próximo é dia de clássico no Morumbi, teremos pela nossa frente aquele maldito time que atende pelo nome de Corinthians, um time que nós não vencemos já faz sete partidas, algo que incomoda, não apenas pelos pontos que deixamos pelo caminho durante esses embates, mas por tudo que significa perder uma partida para esses caras.
O momento é agora, não podemos deixar essa oportunidade escapar, o São Paulo precisa vencer para colocar aquele time em seu devido lugar. Nossa vitória trará três pontos que serão importantíssimos e muito bem vindos para o nosso bom caminhar no campeonato, contudo desproporcional ao tamanho da alegria que sentimos quando enxotamos aquela corja, e saímos vitoriosos de uma partida como essa.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Inaceitável

Em um campeonato marcado pelo forte equilíbrio, como tem se caracterizado este Campeonato Brasileiro, deixar escapar dois preciosos pontos para um time como o Santo André, que se encontra na zona de rebaixamento, e muito provavelmente por lá deverá permanecer até o fim do campeonato, é absolutamente inaceitável, inadmissível, imperdoável, inadequado e mais quantos outros adjetivos forem necessários utilizar para descrever tamanha vacilada de nosso time.
Confesso que todo esse meu descontentamento com o empate de ontem por 1x1, se estabelece de uma maneira mais aguda e intensa que o normal (porém não de uma forma menos legitíma), visto o gesto estúpido da diretoria do Santo André, tirando o jogo do ABC Paulista e transferindo-o para Ribeirão Preto, obrigando deste modo a quem quisesse acompanhar a partida, encarar uma viagem de aproximadamente quatrocentos quilometros; e pela maneira ordinária como deu-se o empate de ontem, com o tricolor desperdiçando assim uma oportunidade de ouro de alcançar a liderança da competição pela primeira vez, mesmo que talvez de uma maneira provisória, todavia em um momento crucial do campeonato, jogando para os adversários a pressão de estarem atrás na tábua de classificação.
De nada adianta vir a público agora, e culpar o estado do gramado, o calor, ou qualquer outro fator extra campo para justificar a ineficiência apresentada pela equipe, como foi sugerido por alguns durante as entrevistas pós jogo, não, o fracasso de ontem não se explica por ai. A questão é que mesmo em nossas últimas vitórias, contra Cruzeiro e Avaí respectivamente, as mesmas foram conquistadas sob duras penas, mediante um futebol que já vinha apresentando algumas deficiências, de certo modo relevadas em nossas análises devido a empolgação com as vitórias, com a ascenção na tabela, e pelo fato da equipe nunca ter abdicado de lutar em campo na busca pelos três pontos. Reconheço que em momentos de decepção como esse, um parecer mais racional e criterioso dos acontecimentos, pode muito bem sofrer um tipo de interferência emocional parecida quando das análises das vitoriosas, só que com o efeito oposto.
Evidente que tudo isso não nos impede, nem torna menos válida a manifestação de nossas impressões, a respeito do que tenha ocorrido dentro das quatro linhas, e o que se constatou ontem, foi que o São Paulo se comportou de uma maneira que irritou a todos, dada sua soberba, sua falta de empenho, vontade, e dedicação na luta pela vitória, o que se caracteriza como um desrespeito para com aqueles que ontem se propuseram em acompanhar seu time, seja indo até o estádio, ou através do rádio ou da tv. Uma vergonha que não pode ser aceita e nunca mais repetida.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Modernidade Às Avessas

Vejam com atenção, a parte deste vídeo que versa sobre o estimado e cheio de mordomias Santo Paulo Bar, localizado no estádio do Morumbi, onde outrora existia a geral amarela.



Este é um vídeo que se propõe a tratar de um assunto relacionado diretamente com o futebol, mais exatamente sobre assistir uma partida de futebol dentro de um estádio. Em minha cabeça, quando tento imaginar como será, ou ao menos como deveria ser uma matéria abordando tal assunto, o que me vem a mente são imagens de arquibancadas habitadas por torcedores empenhados em empurrar seu time à vitória, de forma incondicional, independente do que à eles é oferecido.
Devemos lembrar porém, que infelizmente nos dias de hoje, dias do tão propalado futebol moderno, o esporte que um dia foi classificado como algo popular, gradativamente vai se transformando num ramo privilegiado da lucrativa indústria do entretenimento (como se o futebol fosse uma festa ou algo do tipo), portanto esperar por matérias sobre torcedores de futebol, da maneira que eu considero a mais adequada, está praticamente fora de cogitação. A tendência é que eu me depare cada vez mais, com matérias como a do vídeo acima, onde o torcedor é substituído por um consumidor em busca de satisfação garantida, sendo este um processo que ruma por um caminho sem volta.
Reparem que a matéria começa com o repórter perguntando, o que fazemos aos sábados a noite, se somos chegados num bar, ou o nosso negócio é o futebol. Imagens de baladas e bares são contrapostas as imagens de torcedores são paulinos nas cercanias do Morumbi. O mesmo repórter que fizera a pergunta inicial, a respeito de nossa preferência em relação ao que fazer num sábado a noite, encontra-se sentado em uma mesa de bar com sucos, refrigerantes, petiscos e lanchinhos à sua disposição, posteriormente nos indaga se achamos que sua escolha foi curtir a noite de sábado em um bar. Parece que sim, pois de fato ele se encontrava em um bar, mas ao mesmo tempo ele estava no Morumbi, mais precisamente no requintado Santo Paulo Bar, assim como muitos outros "torcedores", que comiam, bebiam, confraternizavam, e talvez assistiam ao jogo, mas não olhando diretamente para o gramado, mas sim por uma das várias televisões espalhadas pelo bar, como se aquilo fosse um privilégio ou um luxo, e não algo que beira o ridículo.
Foi-se o tempo em que estádios de futebol eram apenas estádios de futebol, hoje eles são arenas multiuso, onde muitas vezes o futebol é relegado à um segundo plano, também não são mais frequentados em sua maioria por verdadeiros obstinados. Não, hoje temos que dividir nosso sagrado espaço com o pai ansioso pela próxima porção de acepipes, com a mãe impaciente com as peraltices da prole, com a tia-avó preocupada com a chegado do bolo de aniversário do sobrinho, e com a molecada mais interessada no pebolim do que com o jogo do São Paulo.Espectadores de ocasião, que não estão acostumados com o futebol, e não sabem como se comportar numa partida de futebol.
Tudo isso acontece porque os incumbidos de dirigir nosso futebol, o enxerga como um grande negócio, todos estão de comum acordo que o torcedor hoje é um mero consumidor, que não tem direito a praticamente nada. Deste modo, tudo aquilo que um dia nos encantou, por trazer consigo traços que tornavam o futebol algo espontâneo, humano, com alma e do povo, rapidamente devido as atitudes equivocadas de nossos dirigentes, que se iludem com o falso brilho da modernidade, estão sendo substituídos por elementos e espaços que buscam levar à agora seus clientes conforto e sobriedade, segurança e intimidação.
Todo este novo conceito que permeia o mundo do futebol, logo se tornara um canto uníssono, e o esporte que tanto aprendemos a amar perderá muito de sua identidade e seu sentido.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mais Três Pontos Em Nossa Conta

São Paulo e Avaí era um jogo onde o único resultado aceitável seria uma vitória são paulina. Em um campeonato tão equilibrado como este, não podíamos sob hipótese alguma deixar escapar nenhum ponto sequer jogando em nosso domínio, mesmo o adversário sendo o surpreendente Avaí.
Comandado pelo ex "menudo do Morumbi" Silas, do saudoso time campeão paulista de 1985, o Avaí mostrou por que é a maior surpresa deste campeonato. Muito bem treinado e postado em campo, a equipe catarinenense durante todo o primeiro tempo foi superior ao São Paulo, chegando até a abrir o placar, porém o gol foi imediatamente anulado, devido a um impedimento que até agora me gera dúvidas. Os quarenta e cinco minutos iniciais, terminando com o placar em igualdade frustrava, mas ao mesmo tempo se pararmos para refletir como foi o desenrolar da primeira etapa, a sensação que fica é a de alívio, dado o pior ter sido evitado.
O segundo tempo mau começava, e logo no primeiro minuto, Dagoberto faz 1x0 para o São Paulo, a tensão que tomava conta da arquibancada é substituída pela alegria de um gol tão aguardado quanto providencial. A equipe do Avaí sente o golpe, o São Paulo cresce no jogo, criando e desperdiçando algumas oportunidades, e quando chegamos ao segundo gol, o mesmo é anulado por outro impedimento que ainda me causa dúvidas.
O placar que insistia em permanecer estagnado na vantagem mínima, e a equipe do Avaí que voltava a gostar da partida, deixando-a completamente aberta e indefinida, fazia com que uma certa apreensão voltasse a rondar a arquibancada, completamente afastada quando Hugo, a quem eu tanto repudio, que acabara de entrar no lugar de Marlos, faz o segundo gol do São Paulo sacramentando nossa vitória, e fazendo por ora eu engolir minhas críticas a nosso camisa dezoito.
A parte do objetivo que cabia a nós estava realizada, restava agora esperar pelo domingo e praticar o exercício da "secação" ao adversário, no caso específico contra as equipes do Internacional, e principalmente do Palmeiras. Podemos dizer que a mandinga são paulina vai muito bem obrigado, ambas equipes perderam seus respectivos jogos pelo placar de 3x2, deixando o tricolor paulista a apenas um mísero ponto do líder do campeonato.
A próxima rodada, em termos de confronto envolvendo os três primeiros colocados do campeonato, beneficia novamente o São Paulo, pois jogamos contra o Santo André não no ABC Paulista, mas sim no interior do estado, o que nos favorece, já tanto Internacional quanto Palmeiras, jogam suas partidas fora de casa, contra Vitória e Cruzeiro respectivamente, o que convenhamos é uma tarefa muito mais complicada que a nossa.
Acredito que o São Paulo vença seu compromisso, e espero contar mais uma vez com os tropeços de nossos adversários diretos, podendo desta forma assumir pela primeira vez a ponta da tabela, e espero não a largando mais. A arte de secar o adversário, ao menos de minha parte, será exercitada ao máximo para que isso se concretize.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Copa Do Mundo E O Morumbi

Dada toda a polêmica causada pelas críticas do secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, onde o mesmo alegou que o Morumbi não tem condições mínimas de abrigar uma partida da Copa do Mundo de 2014, considero o momento oportuno para reproduzir uma postagem aqui publicada no dia 04 de Junho, a respeito de minhas impressões sobre as chances do Morumbi ser escolhido como o estádio paulista para a Copa do Mundo. Segue abaixo.

Por não ser um sujeito alienado, ter um grau de esclarecimento de certo modo suficiente, bem como não ter o mínimo interesse em obter qualquer tipo de vantagem ou favorecimento, sempre me posicionei de forma contrária à realização da Copa do Mundo no Brasil. Posicionamento este não compartilhado por grande parte dos mandatários do futebol e autoridades locais.
Para os mesmo a Copa do Mundo é uma oportunidade de ouro para colocar em prática um esquema que, através de métodos nada louváveis beneficiará um grupo muito grande e selecionado de pessoas em termos políticos e financeiros. E através da construção de novos estádios ( ou arenas como convencionou-se a dizer nos dias de hoje) este grupo encontra um campo propício à materialização de suas torpes ambições.
O evento máximo do futebol mundial na realidade será extremamente danoso ao bolso do contribuinte brasileiro, dado seu caráter predatório e de favorecimentos, assim como as exaltadas benesses oriundas do privilégio que é ser sede de uma Copa do Mundo, com o tempo mostrará sua verdadeira faceta; soma-se à isso o fato de o Brasil, como um país pobre que é, apresentar sérias limitações em termos de infra estrutura à realização da Copa. Por aqui tudo é muito precário e insuficiente, nossos estádios de futebol são um grande exemplo disso.
Me limitarei a falar apenas do estádio que melhor conheço, no caso, nosso querido Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi. Um estádio que assim como os demais estádios tupiniquins, é bastante obsoleto, talvez um pouco menos que outros, mas que no compto geral está recheado de falhas e problemas, com as quais sempre me deparo cada vez que vou ao banheiro e as bilheterias do Morumbi, mas que para um abnegado como muitos de nós, não torna a ida aos estádios menos prazerosa.
Reconheço sim que muitas melhorias foram feitas no Morumbi, mas com o claro objetivo de aos poucos "qualificar" o público que frequenta estádios de futebol, substituindo através de preços proibitivos os indesejados (aqueles que tem pelo futebol, por seu time de coração "apenas" uma relação de amor) pela classe média; que ve o futebol como um espetáculo, como mais uma opção de entretenimento dentre as tantas que estão à sua disposição. Sei que o time precisa incrementar receitas e tudo mais, todavia esta nova dinâmica que se estabelece aos poucos trará prejuízos irremediáveis, como disse não agora, mas em médio e longo prazo, em especial pela perda de identidade com a massa, que contrastando com o novo público, não mede esforços para acompanhar seu time de coração.
Independente de todas as melhorias que o São Paulo se proponha a fazer em seu estádio, visando à adequação do mesmo às exigências da Fifa, necessitando na verdade para que isso talvez aconteça, uma grandiosa série de reformas, não apenas dentro do estádio, mas em seu entorno também, o que demandará uma quantidade enorme de dinheiro, um investimento que sinceramente eu não sei se o São Paulo terá lastro suficiente para bancar, mesmo com o apoio de eventuais parceiros, já que estamos falando em cifras significativas, algo na casa das centenas de milhões de reais, as chances do Morumbi não sediar o jogo de abertura da Copa, quiçá de ser um estádio utilizado na Copa é muito grande, visto que a construção de um novo estádio na cidade seria mais adequado ao pleno funcionamento de toda essa rede de falcatruas.
Caso o São Paulo insista nesta louca obsessão de ter o Morumbi como palco de abertura da Copa, que ele faça isso com responsabilidade, sabendo exatamente onde ele está se metendo, dimensionando com exatidão todas as perdas, e de tudo que ele terá de abrir mão (sim, falo da montagem de times competitivos e qualificados), a partir do momento em que ele começar a pagar a dívida (e os juros) que ele contraiu para a reforma de um estádio imposta por um bando de engravatados, que não tem a mínima idéia do que é amar um time de futebol.
Quem vencerá essa disputa eu não sei, o que sei é que para mim o Morumbi será sempre o melhor estádio do mundo, o estádio em que mais me sinto a vontade, o estádio onde muitos dos meus sonhos se tornaram realidade, mesmo sem o aval da Fifa.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Que Virada!

Me desculpem pelo linguajar grosseiro e vulgar, mas a vitória do São Paulo domingo por 2x1 contra o Cruzeiro em Belo Horizonte, de virada, foi simplesmente do caralho, por tudo que ela representou e pode vir a representar à nosso time.
Toda a empolgação com nossa mais recente vitória, me levando a descrevê-la mediante o uso de um palavrão tão sujo, dá-se devido as circunstâncias em que a virada foi obtida, contrariando toda a lógica e a estrutura que permeava a partida, e na qual ela se desenrolava.
A equipe do Cruzeiro foi superior durante toda a partida, Rogério Ceni em sua melhor apresentação após seu retorno defendia tudo, garantindo o zero no placar, até que Richarlyson, um gigante em campo que parecia se multiplicar, aparecendo em todas as partes do campo, erra uma saída de bola, um erro fatal, 1x0 para o Cruzeiro, placar final do primeiro tempo.
No intervalo da partida, torci muito para que Ricardo Gomes voltasse para o segundo tempo com Marlos no lugar de Hugo, sei que muitos de nós torceram para isso, contudo o time voltava para a segunda etapa com a mesma formação que terminava a primeira. O Cruzeiro continuou em cima do São Paulo, desperdiçando chance atrás de chance, até que Hugo é substituído por Marlos, que em sua primeira jogada na partida, coloca a bola para o fundo do gol cruzeirense, igualando um placar que já parecia definido negativamente para nós.
Confesso que vibrei de uma forma muito intensa com nosso empate, pois ao menos para mim, este gol de Marlos simboliza o fim da trajetória de Hugo como jogador do São Paulo, e espero do fundo do meu coração, que Ricardo Gomes tenha enxergado este gol da mesma forma que eu, da mesma forma que muitos de nós. Um gol de um jogador que está longe de ser um craque, uma unanimidade ou alguém que irá sempre decidir os jogos à nosso favor, sabemos que a questão não é essa, o fato é que em comparação com Hugo, Marlos tem muito mais à nos oferecer, apenas isso, o que convenhamos para um time tão carente no que tange a criação de jogadas a partir do meio de campo, não é pouca coisa.
O empate pelo contexto da partida já me agradava e muito, evidente que uma vitória seria o mais desejado e adequado para nós torcedores, todavia o futebol apresentado pelo tricolor não permitia à ninguém sonhar com a vitória e os três pontos. Felizmente o futebol carece de uma certa lógica, e uma previsibilidade mais racional e cartesiana, sendo que o improvável, tanto para o nosso bem como para o nosso mal, costuma invariavelmente dar as caras nos estádios de futebol.
Dessa vez para nossa alegria, o improvável agiu em nosso favor, e após um esforço louvável de Dagoberto em acreditar numa bola que muitos dariam como perdida, Borges que acabara de substituir um pouco inspirado Washington marca, decretando nossa virada no placar e nossa surpreendente vitória.
Uma vitória nos moldes como foi essa contra o Cruzeiro, ao mesmo tempo em que causa uma empolgação acima do normal, dada toda a dificuldade enfrentada e superada por nós, cito que a mesma serve também como um alerta, para que o time volte a criar condições mais palpáveis de ganhar uma partida, contando deste modo cada vez menos com o improvável, visto que da próxima vez, ela pode muito bem não estar trajando as cores do nosso time.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ídolos?

Futebol, cinema e rock and roll, sem dúvida alguma são minhas grandes paixões. São com eles que gasto a maior parte de meu tempo livre, e neles que muitas vezes encontro a energia, o ânimo e a felicidade para ir vivendo os dias, tocando a vida e proporcionando um sentido à mesma.
Embora minha relação com estes três elementos, seja permeada por uma certa radicalidade, um certo extremismo e uma certa incondicionalidade ( sendo por isso muitas vezes chamado de romântico, polêmico, chato e maluco); não consigo nutrir por nenhuma banda, nenhum jogador, nenhum ator-atriz, nenhum diretor; tampouco por pessoas de outros segmentos e esferas, o sentimento de idolatria. Tenho sim por algumas pessoas, uma admiração muito grande sob determinados aspectos, mas que não me permite tê-los como ídolos.
A relação de idolatria a meu ver é uma relação cega, que acaba por ignorar vários aspectos da pessoa considerada como ídolo, sendo o fã sempre condescendente com o comportamento e a conduta, seja ela qual for da pessoa idolatrada, não conseguindo ter uma postura minimamente crítica a respeito do mesmo.
Percebo que meu raciocínio faz cada vez mais sentido, quando me deparo com declarações semelhantes a do nosso ótimo zagueiro Miranda. Não escondendo certa mágoa, nosso camisa cinco disse: " Estava praticamente certo, os clubes estavam negociando, mas na hora H o São Paulo recusou a proposta." " Era um bom dinheiro. A negociação seria boa financeiramente para mim. Perdi muito, mas a vida não é só dinheiro."
Miranda diz isso, como se o São Paulo fosse obrigado a aceitar qualquer proposta, qualquer valor oferecido por ele, mas não é, justamente por ser o São Paulo, um time que não se sujeita a quaisquer propostas, procurando sempre exercer seus interesses, mediante aquilo estabelecido em contrato, doa a quem doer.
A atitude de Miranda, não fará com que eu venha a mudar o que penso a respeito sobre seu futebol, nem que eu venha a exercer qualquer tipo de patrulha à sua pessoa, sei que ele continuará jogando muita bola e se dedicando ao máximo, pois do contrário ele mesmo estaria se prejudicando. Contudo assim como ele ficou chateado com a atitude de Juvenal Juvêncio, eu também tenho o direito de ficar triste quando leio suas declaraçãoes, e constatar mais uma vez que nunca terei um ídolo na vida.