Carpegiani chegou no São Paulo em um momento bastante delicado, com o time praticando um futebolzinho ridículo, e amargando uma sequência de três partidas sem vitória. É verdade que insucessos, não chegam a ser nenhuma novidade neste desastroso ano de 2010, mas talvez por finalmente ver que já nos encontrávamos no mês de Setembro, que o ano já estava se encaminhando para o seu fim, e que até então muito pouco tinha sido feito em prol do time, Juvenal Juvêncio decidiu trocar alguém que ele tratava como interino, por alguém que ele considera ser um técnico de verdade.
Juvenal teve seus motivos para escolher Carpegiani, seja pelo bom trabalho que ele estava executando no Atlético Paranaense, seja pelo seu salário mais "modesto" em relação a outros treinadores, seja pela promessa de que os garotos da base teriam uma oportunidade no time profissional; enfim, os motivos agora não importam mais, uma vez escolhido o novo comandante, gostando ou não, resta a nós torcedores neste início de trabalho apoiar Carpegiani.
Conforme eu havia escrito em uma postagem anterior, analisar o trabalho de um profissional recém chegado ao clube a partir de poucas partidas, seria algo precipitado, pois dificilmente eu conseguiria sustentar tanto uma crítica quanto um elogio, tendo como base uma análise imediatista e superficial, oriunda de meia dúzia de partidas. Portanto, se não elogiei Carpegiani depois de três vitórias consecutivas, não será após a derrota de 2x0 para o Ceará, que me fará tecer críticas a nosso treinador, pois assim estaria sendo no mínimo incoerente.
O que eu posso, e me sinto à vontade em afirmar com todas as letras, é que Carpegiani terá um trabalho muito, mas muito trabalho pesado pela frente para acertar este time do São Paulo, não devido suas limitações, mas porque nossos problemas dentro de campo além de não serem poucos, são de difícil solução (ou alguém considera ser uma tarefa fácil, fazer o Renato Silva passar uma partida sem comprometer o sistema defensivo; transformar o Dagoberto em um sujeito menos estúpido; explicar para o Richarlyson que o menos pode ser mais; e ensinar o Jean a cruzar uma bola), com o agravante de que fora do campo, nossos dirigentes contribuem e muito para o mau funcionamento de nosso time como um todo (visto a ausência de laterais no elenco, a inexistência de um meio campista organizador, e um banco de reservas composta em sua maioia por um bando de refugos).