quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Reencontro Com O Morumbi


Desde a décima terceira rodada do Campeonato Paulista, quando no dia 13 de Março derrotamos o Santo André pelo placar de 3x0, não disputávamos uma partida no Morumbi. Ficamos um mês e meio longe da nossa casa, exatos quarenta e cinco dias afastados das arquibancadas do Cícero Pompeu de Toledo, período este que fomos obrigados a vagar por Barueri e Mogi Mirim, nos deixando com uma saudade enorme do nosso bom e velho estádio.
Saber que depois de tanto tempo, ao final de um longo e cansativo dia de trabalho, eu novamente me encaminharia rumo à zona sul de São Paulo para acompanhar uma partida do meu time em seu estádio, era algo muito animador e reconfortante, fazendo com que todas as dificuldades enfrentadas para se chegar ao campo (como o trânsito horrível e o horário indecente) fossem relevadas. Sim, pois eu sabia que a partir do instante que eu adentrasse à rua João Jorge Saad, e já pudesse avistar o Morumbi, eu começaria a ser recompensado.
Quando falo em ser recompensado, não me refiro exclusivamente as vitórias, aos títulos e as classificações que posso presenciar, fatores estes relevantes e de grande importância, porém nem sempre determinantes a transformar um jogo em algo gratificante. A maior recompensa obtida na noite de ontem, foi poder novamente após um enorme hiato, de fazer parte de mais um capítulo da nossa grandiosa história escrita no estádio do Morumbi, mesmo que através de uma vitória magra pelo placar mínimo, mediante um futebol preguiçoso, resultando numa classificação protocolar frente um adversário decadente, numa fria e chuvosa noite de outono.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Em Pé De Igualdade

O placar de 2x0 sobre a Portuguesa, pode sugerir uma vitória fácil e uma partida relativamente tranquila, todavia não tivemos moleza para superar a fase quartas de final e garantir uma vaga na semifinal do Campeonato Paulista. A equipe lusitana, mesmo com uma série de limitações e deficiências, conseguiu colocar o São Paulo em dificuldades, sendo que por muito pouco em determinado momento da partida, quase conseguiu estabelecer a igualdade no placar.
Não que o São Paulo tenha jogado mal na tarde de ontem, o que acontece é que nosso time não empolga e não passa confiança à torcida. Ainda oscilamos demais durante os noventa minutos, e não conseguimos apresentar um futebol equilibrado e consistente, que nos possibilite algum tipo de garantia e certeza, mesmo quando temos pela frente agremiações de baixa qualidade técnica, como é o caso da maioria dos participantes do torneio estadual.
Isso não significa que nas fases subsequentes dos campeonatos que disputamos, e onde enfrentaremos adversários mais qualificados, estamos obrigatoriamente fadados ao fracasso e à eliminação, nada disso. Da mesma forma que o São Paulo mostra-se um tanto quanto vacilante, os outros três semifinalistas do Campeonato Paulista por exemplo, também apresentam alguns problemas e carências, o que resultará em uma disputa de enorme igualdade e equilíbrio, sendo impossível apontar um favorito em qualquer um dos dois confrontos de semifinal, que sem dúvida alguma serão acirrados e de arrepiar, tanto pela forma de disputa, quanto pela imprevisibilidade e pelo nível  do futebol das equipes envolvidas.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pró-São Paulo

Fomos a campo na noite de ontem com uma combinação de uniforme horrorosa, trajando um calção de cor vermelha de extremo mau gosto, e com uma camisa que enquanto nela estiver estampada aquele pavoroso logo do nosso patrocinador na cor laranja, ela não terá chance alguma de ser classificada como bonita, sobretudo quando a mesma já encontra-se poluída, com patrocínio nas mangas, na parte inferior das costas, e até dentro dos números. Entendo perfeitamente a necessidade dos clubes em captar recursos, e a importância do dinheiro oriundo destas propagandas que infestam as camisas dos times brasileiros, contudo não consigo conter minha indignação ao ver nosso fardamento sofrer tamanha descaracterização.
Essa indignação aumenta ainda mais, quando vejo no estádio e na internet, torcedor defendendo uma mudança estatutária, que permitisse ao São Paulo ter um terceiro uniforme. Confesso que não sou capaz de entender a mentalidade de um torcedor com este tipo de prioridade e idéia, tantos pontos mais importantes para serem questionados no estátuto do clube, e o cara preocupado em tornar nosso uniforme ainda mais irreconhecível, triste. Seria de muito mais valia se este torcedor, contestasse e exigisse dos nossos dirigentes por exemplo, a criação e a modificação de determinados artigos no estatuto, no sentido de regulamentar e impedir que no futuro, algum outro cartola faça o que Juvenal Juvêncio fez, e que foi sacramentado na noite de ontem, uma ilegítima, imoral e indecente reeleição.
Sim, enquanto nosso time estava no planalto central enfrentando a equipe do Goiás no Serra Dourada, no jogo de ida da fase oitavas de final da Copa do Brasil, e conquistando uma vitória muito boa pelo placar de 1x0, o que deixou nossa classificação muito bem encaminhada, no salão nobre do Morumbi, Juvenal era reeleito presidente do São Paulo. Durante os próximos três anos, nosso clube será novamente comandado pelo mesmo senhor que já está no poder há 5 longos anos, período este em que muita coisa boa aconteceu no Morumbi, mas que também foi palco de um dos episódios mais tristes e sujos da nossa história, o golpe que permitiu Juvenal continuar no poder.
É a obrigação e o dever de todos os são paulinos, de todos os torcedores que de fato amam a instituição São Paulo Futebol Clube, ficar de olhos bem abertos nesses próximos três anos, não aceitando ser massa de manobra, e não se iludindo com falsas promessas. Se faz necessário manter sempre uma posição crítica, independente e questionadora, tanto em relação ao grupo que está no poder, quanto a qualquer outro grupo que venha surgir nas entranhas do Morumbi, como uma mais do que necessária oposição, de preferência forte e articulada, que planeja e executa suas ações a favor exclusivamente do São Paulo, e não em busca de benefícios próprios, e que consiga nas próximas eleições, fazer frente ao grupo e ao sujeito que hoje se perpetua no poder.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Valendo!

Após dezenove longuíssimas rodadas, de jogos em sua maioria sem graça e apelo, eis que finalmente a entediante primeira fase do Campeonato Paulista chegou ao fim. Na partida válida pela rodada final, mais uma vez jogando longe do Morumbi, agora devido a perda do mando de campo, o time misto do São Paulo foi até a cidade de Mogi Mirim enfrentar a agremiação do Oeste de Itápolis, e de lá saímos com um mixuruco empate por 1x1, que não foi digno de nota, tamanha a chatice e o marasmo que foram os noventa minutos, mas que mesmo assim, dada a combinação de resultados, nos garantiu a primeira colocação na tabela.
O esdrúxulo regulamento do Campeonato Paulista, como não poderia deixar de ser, apresenta também uma série de equívocos para as fases de mata-mata, como um jogo único para as fases de quartas de final e semifinal, e a inexistência da vantagem de empate para os primeiros colocados, portanto o fato de termos terminado no topo da tabela não significa absolutamente nada, competiremos quase que em absoluta igualdade contra nossos adversários. Não faz sentido ficar agora reclamando da merda feita pelos iluminados da Federação Paulista, pois a presepada era do conhecimento de todos, e foi consentida pelos cartolas de todos os clubes, fica aqui apenas o meu lamento no papel de torcedor, de não poder acompanhar um campeonato com uma fórmula de disputa mais inteligente.
Toda a incapacidade dos mandatários da Federação Paulista, ao menos a partir da próxima fase do campeonato, proporcionará ao torcedor muita emoção, pois uma decisão em jogo único será tudo ou nada, classificação ou eliminação, sem meio termo, e ai exceção feita aos clássicos do primeiro turno, enfim teremos jogos com algum tipo de atrativo e emoção, valendo de fato alguma coisa mais concreta. Acredito que conseguiremos passar pela Portuguesa, não digo que será fácil, visto nosso futebol ainda ser um tanto quanto inconstante, porém uma eliminação frente a fraca e limitada equipe lusitana me parece algo muito improvável, todavia é bom estarmos preparados para mais uma vez nos depararmos com um jogo truncado, tenso e nervoso, sobreudo se o mesmo tiver que ser decidido a partir das cobranças de pênaltis, neste caso, se assim o confronto se desenrolar, prepare o coração amigoooo!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Misto Quente Em Bauru

Tudo bem, concordo que o título desta postagem não é dos melhores, nem dos que eu mais me orgulho, contudo por mais idiota e infame que ele possa parecer, não resisti ao apelo do trocadilho, por isso peço desculpas se ofendi a inteligência, e o senso de humor de algum leitor deste blog. Isto posto, tratamos de versar sobre mais uma rodada absolutamente sem graça e apelo, desta interminável primeira fase do Campeonato Paulista.
Na verdade, não há nada de muito significativo a discorrer sobre o jogo de ontem. Fomos até a cidade de Bauru enfrentar um frágil Noroeste, que não conseguiu fazer frente ao time misto do São Paulo, escalado nesses moldes devido uma série de contusões e suspensões. Para um time que poucas vezes foi a campo com a escalação utilizada na tarde de ontem, até que fomos bem, conseguindo principalmente no segundo tempo, fazer uma boa partida, com uma inacreditável performance positiva de Marlos e Junior César.
O misto quente do São Paulo, sem muitas dificuldades construiu um inapelável 4x1, já nos garantindo no mínimo o segundo lugar na classificação geral. Para uma primeira fase de campeonato estadual, estamos praticando um futebol razoável, no mesmo nível dos nossos principais concorrentes, mas que ainda precisa melhorar bastante (vide a dificuldade para se classificar contra o Santa Cruz  na Copa do Brasil, e mesmo em alguns jogos do Paulista), sobretudo no setor de meio de campo, em especial alguns volantes e armadores, que ainda se mostram pouco eficientes, e que tem reservas pra lá de suspeitos.  

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Classificação Sofrida

Eu já imaginava que o jogo de volta entre São Paulo e Santa Cruz, não seria nenhum pouco fácil, uma série de fatores contribuíam para eu pensar dessa forma. O placar adverso no primeiro jogo do confronto em Pernambuco, a retranca e o antijogo que enfrentaríamos em nossos domínios, o receio de levar um  gol que triplicaria nosso problemas, e o mau futebol do São Paulo praticado em suas últimas apresentações; eram os indícios de que nossa classificação seria sofrida.
A tensão que tomava conta de mim antes mesmo da partida começar, foi amenizada quando logo nos minutos iniciais, Rhodolfo abriu o placar. Nada que fosse muito duradouro, pois quase tudo o que eu imaginava que aconteceria no decorrer da partida, começava de fato a acontecer: o Santa Cruz todo postado na defensiva, exagerando na cera e no cai cai, e o São Paulo com dificuldades em furar a retranca adversária, e fazer o esperado gol da classificação à próxima fase.
O pênalti desperdiçado por Rogério Ceni, só aumentou a dramaticidade da partida, com o segundo tempo já na metade, e o placar do jogo de ida se repetindo, era inevitável não começar a pensar em uma torturante decisão por pênaltis. Quando o juíz começou a aprontar das suas então, distribuindo cartões no atacado, tinha certeza que o jogo iria além dos noventa minutos, tanto que já começei a torcer para as cobranças serem realizadas no gol do lado da nossa torcida, até que o suado, sofrido e redentor gol da classificação se materializou.
Agora era a nossa hora de enrolar e amarrar o jogo o quanto nos fosse permitido, assim como torcer desesperadamente para que o embate chegasse ao fim o mais rápido possível, a fim de evitarmos uma catástrofe vergonhosa. Finalmente encerrada a partida, agora já completamente relaxado depois de termos de suar sangue para bater um time da quarta divisão, tenho a confirmação de que a Copa do Brasil pode ser tão empolgante, difícil e sofrida quanto uma Libertadores.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Abaixo Da Expectativa

Falar sobre expectativa é sempre algo delicado, pois versamos a respeito de uma esperança fundada em supostos direitos, probabilidades ou promessas, de realização que julgamos provável, porém sem termos nenhuma definição ou certeza. Portanto, devemos estar preparados para nos frustarmos com uma série de acontecimentos que não irão se suceder conforme o esperado, conforme nossas expectativas.
O futebol, por ser o campo da vida onde eu mais me ponho a sonhar e criar esperanças, é onde eu invariavelmente acabo colecionando um maior número de frustrações. Um processo natural, que tenho consciência que não irá mudar, continuando assim para sempre, pois reconheço que não tenho nenhum controle sobre este tipo de situação, quando menos espero, lá estou novamente envolto nos mais diversos tipos e níveis de expectativas futebolísticas.
Semanas atrás quando o São Paulo alcançou a liderança do Campeonato Paulista, e ali permaneceu por algumas rodadas, confesso que me enchi de expectativas, não pelo primeiro lugar em si, mas porque era nítido que o futebol da nossa equipe começava a evoluir, e um time titular começava a se definir. A tendência, ou ao menos o esperado, era que o São Paulo a partir dessa melhora, evoluísse rodada após rodada, podendo nessa altura do campeonato e do ano, ter uma equipe se ainda não pronta e definida, ao menos mais segura e confiável do que ela se apresenta hoje.
Os dois últimos jogos do São Paulo, contra Santa Cruz e Mirassol respectivamente, evidenciaram uma série de fragilidades preocupantes, que me deixa deveras ressabiado. Não estamos conseguindo fazer boas partidas, mesmo quando conquistamos nossas vitórias, muitas vezes devido a enorme fragilidade dos adversários, ou ao talento individual de um ou outro atleta, elas são no limite, mediante um futebol bem mais ou menos, muito abaixo não apenas das minhas expectativas, mas do que sempre se espera de um time do tamanho do São Paulo.