quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Verdadeiro Responsável


Juvenal após uma dose que não desceu muito bem


Uma análise mais imediatista, simplista e superficial dos acontecimentos do jogo de ontem a noite contra o Botafogo, onde jogando muito mal o São Paulo sofreu seu segundo revés no Campeonato Brasileiro, a segunda derrota nos últimos dois jogos, faria com que eu focasse todas as minhas críticas em cima apenas dos jogadores e do técnico. Contudo, minha análise deve se orientar na busca fundamentalmente das causas, e não apenas das consequências do malogro são paulino, pois somente assim, eu conseguirei sustentar uma crítica minimamente aceitável.
Isto posto, toda e qualquer crítica que eu venha formular, será obrigatoriamente direcionada à Diretoria tricolor, pois é lá que encontraremos a gênese da grande maioria dos problemas que afetam nosso time. Não quero aqui poupar e isentar jogadores de qualquer tipo de culpa, entretanto se alguém ou algum grupo, merece ser responsabilizado diretamente por este lamentável momento vivido pelo São Paulo, ele atende pelo nome de Diretoria, personificada principalmente na figura do senhor Juvenal Juvêncio, o presidente golpista.
Sim, pois é ele que permite que o São Paulo tenha no comando da equipe, um profissional desqualificado; é ele que contrata e insiste em manter na equipe jogadores descompromissados e desqualificados; é ele que sem nenhum critério tenta desesperadamente aproveitar um monte de tranqueira vinda da base; é ele que não planejou absolutamente nada para tentar minimizar todas essas perdas de jogadores para as seleções; é ele que ao empurrar os problemas do clube e do time com a barriga, está fazendo o São Paulo perder completamente o rumo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vexame

Fui ao Pacaembú na tarde de ontem cumprir minha obrigação como torcedor, sem grandes expectativas. A razão para este meu estado de espírito meio desesperançoso, era decorrente da enorme quantidade de desfalques no time do São Paulo para a partida contra o Corinthians, pois se com o time completo, nossas atuações nas cinco partidas iniciais do campeonato já não foram convincentes, com a maioria das nossas vitórias sendo conquistadas à fórceps, mediante muito sufoco e pressão imposto pela equipe adversária, com um time todo remendado, repleto de jogadores reservas e muito jovens, a probabilidade de sucesso era muito pequena, sobretudo porque o jogo em questão tratava-se de um clássico, contra o maior inimigo e fora de casa.
Com poucos minutos de bola rolando, já dava para perceber que aquela seria uma tarde muito longa, e que aqueles noventa minutos demorariam uma eternidade para passar. Infelizmente minha previsão não estava errada, mesmo quando cada time tinha onze jogadores de cada lado, o Corinthians se mostrava superior ao São Paulo, que não via a cor da bola, muito por causa do esquema de jogo maluco montado por Carpegiani, que deixava nossos atacantes completamente isolados na frente, não permitindo a construção de nenhuma jogada que levasse perigo à meta adversário. Quando Carlinhos Paraíba foi corretamente expulso, diga-se, era nítido que seria apenas uma questão de tempo para que o gol corinthiano acontecesse.
O que eu não imaginava, era que nossa derrota se transformaria em uma goleada vexatória, em um 5x0 retumbante e inapelável, que não dá margem à discussão. De nada adianta ficar agora inventando desculpas, e culpando a arbitragem para justificar uma derrota cuja responsabilidade é toda nossa - seja dos jogadores, que estavam dentro de campo e que não ofereceram qualquer tipo de resistência; seja da comissão técnica, que não consegue dar um padrão à equipe, seja dos dirigentes, que abandonaram o clube a própria sorte, seja até de parte da própria torcida, que não consegue enxergar a realidade conforme ela se apresenta. O que nos resta após um vexame como o de ontem, além de trabalhar para que um resultado como este não se repita tão cedo, é simplesmente aceitar e lamentar o placar, e não ficar se escondendo e fugindo das nossas responsabilidades.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Apontamentos

Ontem contra a equipe do Ceará, o São Paulo realizou a sua quinta partida no Campeonato Brasileiro, e ao apito final do juíz, nossa quinta vitória na competição nacional foi sacramentada. São quinze pontos conquistados em quinze possíveis, uma campanha com aproveitamento total, que está surpreendendo até o mais otimista dos são paulinos, que não poderiam imaginar que após a desastrosa e problemática eliminação para o Avaí na Copa do Brasil, onde o time parecia ter perdido completamente o rumo, pudesse em um espaço de tempo tão curto, iniciar o processo de reconstrução do time com algum sucesso.
Evidente que ainda é muito cedo para tirar conclusões definitivas, a respeito de toda essa renovação do elenco são paulino, sobretudo por ser algo que ainda se encontra no estágio inicial, e por haver no grupo muitos jogadores jovens, ainda em formação e completamente inexperientes. Apenas o tempo, poderá responder quais são as possibilidades e os limites deste time do São Paulo que está nascendo, um time que mesmo passando um tremendo sufoco em determinados jogos, vem conseguindo dar conta do recado, em especial no setor defensivo, ostentando a marca de apenas um gol (contra) sofrido.
A lamentar, a inapropriada questão da interrupção do trabalho, que será severamente afetado com as convocações da porra da CBF para suas malditas seleções, tanto para a principal quanto para a sub qualquer coisa. Justo no momento em que o time mais precisa permanecer junto, treinando na busca de um maior entrosamento visando a manutenção desta seqência de resultados favoráveis, sofremos algumas baixas que serão muito sentidas. Nos resta mais uma vez torcer contra essas merdas de times da CBF, a fim dos mesmos serem eliminados o mais rápido possível, e devolverem nossos jogadores o quanto antes.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Biblioteca Futebolística


Do mesmo modo que essa maluca  relação de amor que eu tenho com o futebol, me leva obrigatoriamente a estar presente quase que semanalmente em um estádio, sempre para acompanhar os jogos do nosso amado clube brasileiro, ela também me compeli a estar constantemente buscando algum livro sobre este assunto que me desperta tanto o interesse. Embora o número de publicações que trate deste tema, seja sobre algum aspecto em específico, ou sobre um panorama mais amplo tenha nos últimos anos aumentado consideravelmente, ainda há muitos tópicos que carecem de uma bibliografia mais extensa e outros que sequer foram explorados. Em contrapartida há verdadeiras preciosidades, livros muito bem escritos que conseguem registrar com maestria histórias maravilhosas, que estavam esquecidas ou eram desconhecidas.
De todos os livros que eu já li sobre o futebol, um dos que mais me marcou chama-se: Dias, A vida do maior jogador do São Paulo nos anos 1960, escrito por Fábio Matos. Será sobre este livro que irei tratar nesta que será a primeira, de uma série de postagens que pretendo fazer sobre livros de futebol. Minha idéia aqui não é fazer um resumo sobre o livro em questão, mas compartilhar com vocês o conhecimento que tenho de algumas obras que considero fundamentais, e indicá-las para uma posterior leitura a fim de tentarmos entender um determinado período, uma determinada época do futebol, algo de fundamental importância na nossa formação como torcedor.
Nas 184 páginas deste ótimo livro, Fábio Matos irá traçar a biografia de Roberto Dias, volante que posteriormente virou zagueiro e que vestiu a camisa do São Paulo de 1960 até 1973, jogando neste espaço de tempo um total de 523 partidas. Dias foi o maior expoente de uma época em que o São Paulo, abalado financeiramente devido a construção do Morumbi, vivia sem glórias e sem craques no time, amargurando aquele que foi o maior jejum de títulos da sua história, tempos estes vividos intensamente por Roberto Dias, o que fez dele um jogador admirado pelos são paulinos, símbolo de uma geração, não apenas por sua imensa técnica, mas principalmente por toda sua lealdade e dedicação.
No livro o autor irá discorrer sobre os diferentes momentos da vida de Roberto Dias: A infância humilde no bairro do Canindé, o começo como jogador do tricolor, o auge como profissional, a convocação da seleção brasileira, o declínio no fim da carreira, as diversas adversidades da vida pessoal (como os graves problemas de saúde, a dor da separação e a perda de familiares queridos) e o retorno ao Morumbi para recuperar sua vida. Uma obra primorosa, obrigatória para todos aqueles torcedores que ainda pecam por desconhecer quem foi Roberto Dias: um dos personagens, um dos craques mais importantes da história são paulina, que diferente de um zagueiro que saiu recentemente do clube, soube amar o São Paulo de verdade.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Acumulando Pontos

Adoro campeonatos disputados sob a fórmula de pontos corridos, o que não significa que eu seja um torcedor que deprecia os campeonatos onde as fases decisivas são jogadas em mata-mata, embora eu considere o critério de peso dois para os gols marcados fora de casa algo sem nexo, a emoção e a tensão oriundas de uma final de campeonato são únicas. O que mais me agrada nos campeonatos de turno e returno sem finais é a simplicidade e o fato das vitórias (aquilo que nós torcedores mais desejamos para nossos times) valerem muito, pois ao final de um número estabelecido de rodadas, levará o caneco o time que somar o maior número de pontos, que vencer mais.
Em um torneio marcado pelo forte equilíbrio como é o Campeonato Brasileiro, onde o campeão geralmente é definido na última rodada e por uma vantagem mínima de pontos, a importância de uma vitória torna-se ainda maior. Mediante todas essas dificuldades, qualquer vacilo poderá ser fatal para qualquer tipo de pretensão, seja na parte de cima, ou na parte de baixo da tabela, sobretudo quando pontos são perdidos dentro de casa, pois eles obrigatoriamente terão de ser recuperados jogando como visitante, o que nem sempre é possível.
Acumular pontos torna-se vital, e neste quesito o São Paulo está indo muito bem, visto que sábado frente a equipe do Grêmio, conquistamos nossa quarta vitória em quatro partidas disputadas. O que pode não estar muito bom em termos técnicos, já que nosso time ainda joga um futebol pouco convincente, está ótimo em termos de resultado, com a liderança isolada; contudo ainda não temos a menor condição de saber, se todos estes pontos acumulados, quando somados com todos os outros que ainda estão para serem disputados, serão decisivos para a glória do título, a sobrevivência na elite ou a conquista de alguma vaga em algum torneio, seja na sempre desejada Libertadores, ou na quase sempre desprezada Sul-americana.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Escrevendo

Depois de quase duas semanas sem futebol, o São Paulo finalmente voltou a disputar uma partida, e eu a escrever neste blog. Confesso que era para eu ter escrito alguma coisa neste intervalo de tempo, porém ando um tanto quanto desanimado, não apenas pela mediocridade na qual o São Paulo está envolto, mas principalmente pelos rumos que o esporte futebol vem tomando, cada vez mais desvirtuado e distante de suas essências.
Estou me referindo aqui, a implementação do maldito futebol moderno, que segue a todo vapor, e que está acabando com a natureza popular do nosso querido futebol, transformando-o em algo eletizado e estéril. Para comprovar tudo isso basta olhar para as arquibancadas, lá veremos claramente o processo de estabelecimento de um público "diferenciado", que não gosta de assistir jogos em pé, que se assusta com palavrões, que vai embora antes do jogo acabar, e que encara o futebol como uma diversão; com isso os torcedores que de fato amam seus clubes, perdem continuamente espaço para uma platéia de espectadores, que tem com o futebol uma relação descartável.
Um movimento capitaneado pela CBF e pela Rede Globo, que me parece irreversível, pois conta com a enorme colaboração dos dirigentes dos nossos clubes, sempre coniventes, e muitas vezes cúmplices dos absurdos impostos por estas duas verdadeiras pragas do futebol brasileiro. Imerso neste contexto nenhum pouco animador, escrever sobre futebol muitas vezes pode se transformar numa tortura, sobretudo quando o que é mais relevante não acontece, partidas de futebol do São Paulo.
Ontem depois de muita espera o São Paulo voltou a jogar, fomos até Minas Gerais enfrentar o Atlético Mineiro, e de lá saímos com uma vitória, a terceira do tricolor em três jogos pelo Campeonato Brasileiro. Liderança, aproveitamento de 100%, e nenhum gol sofrido, um começo de campeonato que me surpreende, contudo ainda não dá para se contentar com o apresentado até aqui, pois é notório que nossa situação ainda está bem longe do ideal, todavia quem sabe esse time não consiga ao menos fazer uma campanha digna. Admito que adoraria escrever sobre isto.