segunda-feira, 29 de agosto de 2011

No lucro

Encerramos nossa participação no primeiro turno do Campeonato Brasileiro diante do Santos na Vila Belmiro. Infelizmente não pude estar presente no estádio domingo, pois mais uma vez os ingressos para o jogo contra os caiçaras não foram colocados à venda nas bilheterias do Morumbi. A diretoria são paulina novamente optou por repassar todas as entradas destinadas para nossa torcida aos torcedores organizados, que comercializaram estes ingressos apenas entre si, excluindo o torcedor comum e abolindo nosso direito de acompanhar o São Paulo no clássico.
Contrariado, fui obrigado a acompanhar a partida do sofá da minha casa, que por mais confortável que possa ser, ainda está longe de me deixar à vontade de modo semelhante quando estou presente na arquibancada de um estádio de futebol. Longe de onde eu deveria estar, assisti pela televisão um interessante embate entre São Paulo e Santos- um jogo bastante movimentado, de bom nível técnico, com os dois times buscando o ataque e criando várias oportunidades de gol.
O jogo terminou com o placar de 1x1, Lucas com um golaço abriu a contagem para o tricolor e Ganso com um belo chute igualou para os caras. Mesmo muitas horas depois do fim da partida, eu ainda não consigo chegar a um consenso se para nós o resultado foi bom ou ruim. Se analisarmos que a partida foi na casa do adversário, e que jogamos mais da metade dos 90 minutos com um jogador a menos, posso concluir que o empate foi bom; mas levando em consideração os dois gols que perdemos frente a frente com o goleiro quando o jogo estava 1x0 para nós, não consigo deixar de lamentar mais um empate.
Incertezas a parte, 1 ponto foi ganho e ele nos garantiu ao término do primeiro turno o terceiro lugar na tabela. Com 35 pontos conquistados, apenas 2 pontos atrás do primeiro colocado, considero que no final das contas o São Paulo saiu no lucro após estas 19 rodadas iniciais. O inconstante futebol apresentado ao longo do campeonato, o grande número de desfalques em várias rodadas, os muitos pontos idiotas perdidos dentro de casa e um elenco com deficiências crônicas em alguns setores, são fatores que poderiam muito bem ter detonado e comprometido todo o nosso desempenho no campeonato.
Incrivelmente o estrago não foi dos maiores, o que fatalmente teria feito muitos times agonizar na parte inferior da tabela, não nos distanciou da luta pela liderança. Estamos no encalço do líder, e agora temos todo o segundo turno para corrigir e reparar os erros e as falhas, que nos custaram pontos preciosos e por conseqüência o título simbólico do primeiro turno. Se por um lado é tempo do time buscar o seu aperfeiçoamento, é hora também da torcida renovar suas esperanças, deixando possíveis desconfianças de lado e apoiando o time, de preferência no estádio (isso quando a diretoria permitir).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Classificação em 20 minutos

Um simples 1x0 era o suficiente para garantir nossa classificação à próxima fase da Copa Sul-Americana, o problema é que fazer o simples, ultimamente tornou-se uma tarefa bastante complicada para o São Paulo. Os recentes resultados desfavoráveis em casa, fruto de um futebol extremamente mal jogado e ineficiente, me deixava cético quanto as nossas chances de sucesso, não conseguia imaginar e me convencer de que o São Paulo fosse capaz de passar de um empate contra os cearenses no Morumbi. Isso mesmo, achava que ontem seríamos eliminados, o que não significava que deixaria de ir até o estádio cumprir minha obrigação como torcedor.
Diferente de domingo, quando o preço do ingresso para o jogo contra o verdinho da rua turiaçu sofreu um aumento significativo, o que em conjunto com outros fatores contribuiu para o pequeno público de 16 mil pagantes no clássico, ontem a diretoria fez uma promoção e baixou o valor dos ingressos. Mesmo assim considero que o público de 23 mil pagantes foi apenas razoável, o que demonstra muitas coisas, principalmente que esses jogos no ofensivo horário das 21:50 são inviáveis para muitos torcedores.
Sobre o jogo, digo que o primeiro tempo deixou claro que todo o meu receio sobre nossa classificação fazia sentido. Foram 45 minutos dignos de esquecimento, não jogamos rigorosamente nada, a prova disso é que o goleiro do Ceará foi um espectador privilegiado da partida, pois o São Paulo não conseguiu chutar uma bola sequer entre as três traves, todas as nossas finalizações foram para bem longe do gol. Metade do jogo chegava ao fim, e nada me levava a crer que nosso time seria capaz de alterar o placar, parecia que mais uma vez estávamos fadados a outro empate.
A segunda etapa que eu pensava que seria tecnicamente semelhante a primeira, foi completamente oposta. Vimos um São Paulo ligadão no jogo após o intervalo, pressionando e acuando o adversário por todos os lados do campo, o ritmo imposto pelo tricolor era tão alucinante que com apenas 20 minutos definimos nossa classificação com gols de Cícero, Lucas e Dagoberto respectivamente. Menos da metade do segundo tempo foi o suficiente para que o São Paulo voltasse a ser São Paulo, e o Ceará voltasse a ser Ceará.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Frustração absoluta

Ontem ao sair do Morumbi fiz uma promessa e espero conseguir cumpri-la. Prometi para mim mesmo, que não vou mais ficar somando o número de pontos perdidos pelo São Paulo jogando em casa. Farei isso com o intuito de tentar diminuir a frustração que toma conta de mim, após o final de cada jogo do São Paulo no Cícero Pompeu de Toledo. A frustração é praticamente garantida nas apresentações são paulinas, em especial nas jogadas na capital paulista, pois é certo que nosso time não conseguirá fazer uma partida digna, que veremos um bando de jogadores sem técnica judiando da bola e que fatalmente deixaremos de somar os três pontos que estão em jogo.
A frustração com o que ocorre dentro do Morumbi durante os noventa minutos já é absoluta, portanto não é necessário que eu fique me torturando analisando as consequências das nossas derrotas e dos nossos empates ridículos. Está mais do que na hora de eu começar a entender e principalmente, aceitar o óbvio: que este time do São Paulo da maneira como está configurado, definitivamente não tem condições de lutar pelo título do Campeonato Brasileiro, não após o desastroso aproveitamento de pontos no primeiro turno jogando como mandante, que segundo as contas que agora eu já não faço mais, destruiu todas as chances que tinhamos de hoje sermos líder do campeonato.
O empate de merda por 1x1 contra o decadente time de verde da Barra Funda, foi mais um momento de frustração para o torcedor são paulino que compareceu ao Morumbi. Seguindo basicamente o mesmo roteiro dos últimos insucessos em casa, não conseguimos fazer uma boa partida. Defesa falhando como sempre na bola aérea, volantes sendo facilmente driblados com um simples balançar de corpo, meio campo sem criatividade alguma e ataque não conseguindo colocar a defesa adversária em risco- resumindo, não tivemos a capacidade de somar três pontos contra um adversário que consegue ser pior do que nós.
A frustração estende-se também para outros campeonatos, quarta-feira tem jogo decisivo contra o Ceará pela Sul-Americana, um simples 1x0 nos garante a classificação. Pode parecer uma tarefa simples, uma vitória mínima contra um adversário inexpressivo, todavia prevejo mais um jogo difícil, com uma grande probabilidade da defesa do São Paulo falhar em uma bola alçada na área, e tomarmos mais um gol idiota, que no caso complicará nossa situação no confronto. Como já se tornou rotina o tricolor fracassar diante de sua torcida, espero que dessa vez que eu consiga estar melhor preparado para presenciar outro fracasso, pois quem sabe pensando dessa forma, eu evito que a frustração novamente tome conta de mim.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Incompetência em estado bruto

Faz tempo que o São Paulo não joga rigorosamente nada, já estamos habituados com atuações medonhas e pouco futebol, portanto não é surpresa para nenhum torcedor são paulino uma campanha repleta de resultados negativos e desfavoráveis, pois há tempos isso se tornou uma triste rotina. Mesmo ciente de que mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente eu irei me desapontar, confesso que não estava preparado para um desempenho tão ordinário do São Paulo, não como o visto no horroroso empate de ontem em 1x1 contra o América Mineiro, lanterna da competição.
Tentem lembrar dos nossos jogos contra Vasco, Atlético Goianiense, Ceará (Sul-Americana) e Atlético Paranaense. Foram uma merda, correto? Agora multipliquem o péssimo futebol praticado pelo tricolor nessas quatro partidas por dez, pronto, encontramos um valor que representa bem o baixíssimo nível técnico do São Paulo na partida em Minas Gerais. Nosso time se superou negativamente, jogamos por uma hora e meia contra a pior agremiação do campeonato e não criamos praticamente nada, nossas jogadas não tinham nenhuma objetividade e lucidez. Vimos nossa incompetência em estado bruto, com finalizações grosseiras, uma enormidade de passes para trás, padrão de jogo zero e jogadores se escondendo em campo.
Foram mais dois pontos irrecuperáveis jogados no lixo, que farão muita falta, na verdade já estão fazendo, pois caso eles tivessem sido conquistados ocuparíamos hoje a vice-liderança. A realidade é que a terceira posição que ocupamos na tabela está de bom tamanho, se uma reflexão for feita, veremos que nosso bom aproveitamento de pontos é desproporcional ao nosso fraco desempenho dentro das quatro linhas. Para encerrar a semana domingo tem Choque-Rei, dada a fase ridícula das duas equipes, acredito que depois de amanhã teremos um clássico esquecível no Morumbi. Resta saber qual torcida ao final do jogo, terá mais motivos para cantar a música: “ Vergonhaaaaa, vergonhaaaaa, vergonhaaaa, time sem vergonha.”

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Menos Dois Pontos

São Paulo 2 X Atlético Paranaense 2. A matemática futebolística diz que com o empate de ontem no Morumbi, o São Paulo conquistou um ponto, mas na minha matemática e nas contas de vários torcedores, a verdade é que o São Paulo deixou de ganhar dois pontos. Após o empate dos dois times que lideram o campeonato, muitos podem sugerir que no cômputo geral da rodada nosso empate não acabou sendo tão ruim assim, não concordo, para mim os pontos perdidos contra os paranaenses tornam-se ainda mais dolorosos depois dos tropeços dos líderes, pois caso tivéssemos vencido, hoje estaríamos dividindo a liderança com gambás e mulambos.
Sei que a vitória contra o Atlético Paranaense não era uma tarefa fácil, pois se com o elenco completo nosso time já não é grande coisa, com o que hoje temos a disposição a probabilidade de insucessos é bem grande. Vejam a enorme carência de jogadores qualificados no nosso plantel, em especial na zaga, um setor que dadas as contusões, as convocações das seleções sub qualquer coisa, as suspensões e as cagadas da diretoria, tem sido escalada nos últimos jogos com apenas um jogador originário da posição. Isso faz o São Paulo entrar em campo extremamente fragilizado defensivamente, sofendo verdadeiros bombardeios dos ataques adversários, sendo que a qualquer momento que uma bola for alçada na nossa área, a chance de presenciarmos a festa da torcida adversária é considerável.
Dentro deste contexto nada favorável e animador, parece ilógico, incoerente e contraditório demais esperar e exigir uma vitória são paulina, entretanto por mais frágil e deficitário que nosso elenco possa ser, era inadmissível sair outra vez do Morumbi sem a vitória e os três pontos. Era necessário fazer valer o mando de campo, começar a reverter esse baixo aproveitamento de pontos em casa e não contabilizar mais um resultado ruim dentro do nosso estádio, mas enquanto os atleticanos voltavam para sua cidade comemorando o pontinho proveniente do empate, saíamos novamente do Morumbi com aquela amarga sensação de que o São Paulo deixava de somar dois pontos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Vale muito

Começou ontem para o São Paulo a Copa Sul-Americana. Jogando no nordeste do país fomos derrotados pela equipe do Ceará pelo placar de 2x1, uma partida bem disputada mas que escancarou de vez os enormes problemas da zaga são paulina, que carece de jogadores qualificados neste setor, não fosse a ótima atuação do Rogério o prejuízo poderia ter sido maior. Necessitamos agora de uma vitória por um gol de diferença (caso o Ceará não marque nenhum gol) no jogo de volta no Morumbi, para avançarmos à próxima fase do torneio e enfrentarmos o vencedor do confronto entre Libertad do Paraguai, contra o vencedor do embate entre Juan Aurich do Peru e La Equidad da Colômbia.
Competição outrora ignorada por muitos clubes, torcedores e jornalistas esportivos brasileiros sob o argumento de que ela não valia absolutamente nada, já que não levava a lugar nenhum (como se a função de todos os campeonatos fossem levar um time para a disputa de outro campeonato), hoje a Copa Sul-Americana por oferecer ao campeão uma vaga para a Libertadores começa a ser valorizada no Brasil, porém ainda pela razão errada. A importância da Copa Sul-Americana vai muito além do que ela pode oferecer como prêmio ao vencedor, portanto não é correto classificá-la ou resumi-la apenas como um torneio que serve de atalho para Libertadores.
A Copa Sul-Americana é um ótimo campeonato; um troféu bonito, uma fórmula de disputa interessante, uma quantidade significativa de equipes importantes e de tradição, grandes jogos e o atrativo principal: vale uma taça e o prestígio de ser campeão, o que por si só bastaria para os times levarem a sério a disputa. É assim que eu espero que o São Paulo encare este torneio, com dedicação e seriedade, sem ficar poupando jogadores ou escalando time misto, pois temos pela frente um torneio que vale muito, mas muito mesmo, que ainda não tivemos a honra e a capacidade de ganhar e que não pode ser menosprezado e deixado de lado, para priorizar outro campeonato que pode até valer mais, o que não justifica ou implica em um descompromisso com a Copa Sul-Americana.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Futebol De Menos, Resultado Demais

O futebol apresentado contra o Avaí não foi dos melhores, em um determinado momento da partida parecia que aquela deprimente atuação que nos rendeu a eliminação da Copa do Brasil seria repetida, tamanha era a ineficiência do time do São Paulo, que não conseguia criar absolutamente nada em termos ofensivos. Foram quarenta e cinco minutos maltratando a bola com passes errados, cruzamentos para fora, lançamentos para ninguém e chutes sem direção; a nossa sorte era que a fraca equipe catarinense também não se mostrava capaz de colocar nossa defesa em apuros. Em suma, foi um primeiro tempo mal jogado por ambas equipes, que poderiam continuar jogando até altas horas da noite sem a perspectiva de que alguma delas conseguisse fazer um gol.
A segunda etapa começou nos mesmos moldes em que a primeira terminou, e o que se via dentro de campo além de não animar ninguém, não nos levava a crer que alguma equipe conseguiria tirar o zero do placar, até que aos quinze minutos, após um momento de pressão o Avaí pôs fim a ineficiência que imperava dentro das quatro linhas fazendo 1x0. Confesso que após o esquisito gol do folclórico William “Batoré”, pensei que o São Paulo se perderia ainda mais e fatalmente sairia da Ressacada com outra derrota amarga, já prevendo uma catástrofe não poupei o time e o presidente golpista de inúmeros xingamentos e insultos, pois estávamos desperdiçando outra oportunidade de diminuir a diferença para os líderes do campeonato.
O relógio marcava vinte minutos quando após uma cobrança de escanteio Cícero de cabeça empatou a partida, e exatos cinco minutos após o gol da igualdade o São Paulo novamente com Cícero marcava seu segundo gol. Honestamente eu não conseguia entender como o São Paulo tinha conseguido virar aquela partida, não tínhamos feito nada de bom durante boa parte do jogo e agora em um intervalo de tempo de dez minutos em dois lances estávamos liquidando a fatura. Se no quesito prática de futebol as coisas não estavam tão boas quanto deveriam ser, em termos de placar eu não tinha do que reclamar, aquele 2x1 que perdurou até o apito final do juiz se configurava em um ótimo placar, e ontem independente da qualidade do espetáculo presenciado, tudo o que de fato precisávamos era de um resultado favorável a fim de encostarmos ainda mais no small club, que ao sentir a pressão tricolor já começa a refugar.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Fator Casa

Não poderíamos mais uma vez, sair ontem a noite do congelante Morumbi sem uma vitória, por mais fraco e limitado que seja nosso elenco, seria inadmissível deixar escapar algum ponto contra o Bahia jogando na nossa casa. Se hoje não ocupamos uma melhor posição na tabela, deve-se ao fato da nossa vacilante campanha no Morumbi, com apenas treze pontos ganhos em vinte e um disputados, um aproveitamento em torno dos 61%, inferior ao desempenho apresentado fora de nossos domínios, onde conquistamos quinze pontos em vinte e um disputados, um aproveitamento por volta dos 71%.
Posso estar completamente enganado, não sei ao certo, pois não tenho em mãos nenhum estudo que demonstre o aproveitamento de pontos em casa dos últimos campeões brasileiros, entretanto eu acho muito improvável que algum time tenha sido consagrado campeão nacional, nesse atual formato de pontos corridos, com um aproveitamento tão baixo atuando em casa, semelhante ao obtido hoje pelo São Paulo. Portanto, se o nosso time almeja de fato lutar pela primeira posição na tabela, é bom que ele comece a fazer com seus próximos adversários o mesmo que ele fez com o Bahia, vencer e fazer valer o fator casa.
A busca por melhores resultados em casa também é necessária devido uma outra questão. Como é incerto que o São Paulo consiga manter longe do Cícero Pompeu de Toledo, um desempenho tão bom quanto o demonstrado nessas catorze rodadas, razão pela qual hoje nosso time hoje ocupa uma boa posição na tabela e equilibra sua somatória de pontos, será fatal para quaisquer que sejam nossas pretensões, repetir frente outros timecos o papelão protagonizado pelo São Paulo contra o Atlético Goianiense, uma vez que recuperar pontos jogando no campo inimigo é sempre uma tarefa mais difícil e ingrata.
O caminho até a última rodada é longo e cheio de complicações, não tenho dúvidas que tanto o São Paulo quanto outros times deixarão alguns pontos pelo caminho, o que de certo modo é até natural e esperado. O que nunca será bem aceito e compreendido é essa bipolaridade do São Paulo, de conseguir somar preciosos pontos atuando longe da capital paulista, mas colocando tudo a perder quando atua em sua própria casa, frustrando sua torcida com uma derrota ou empate deprimente que passamos dias e rodadas lamentando.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Anticlímax Total

Futebol é um negócio no mínimo curioso, embora ao longo de toda a temporada o futebol praticado pelo São Paulo não tenha me dado motivos para criar qualquer tipo de empolgação, uma vez que nosso time apresenta uma inconsistência e uma fragilidade absurda, estava muito animado e cheio de esperança para o jogo contra o Vasco. Não sei exatamente quais as causas para tamanho êxtase, talvez fosse pelo fato do jogo finalmente ser realizado em um horário decente, domingo às 16:00 horas; ou por ser frente ao Vasco, um time que eu odeio e contra o qual temos uma desvantagem histórica; ou simplesmente graças a este amor doentio que tenho por este esporte e pelo nosso time; quiçá devido até algum outro fator, cuja resposta encontra-se nas profundezes do meu subconsciente- não ao sei ao certo, mas alguma coisa me motivava mais do que o habitual a estar presente ontem a tarde no Morumbi.
A expectativa era grande, e até os vinte minutos iniciais da partida o São Paulo parecia que dentro de campo conseguiria corresponder aos anseios de sua torcida, pois através de muita pressão dominávamos a partida e encurralávamos os cariocas. O gol parecia que seria apenas uma questão de tempo, visto que oportunidades eram criadas e não sofríamos nenhum tipo de ameaça, entretanto os minutos foram passando e o gol não se materializava. Concomitante o Vasco ia se ajeitando e equilibrando a partida, contudo minha confiança continuava inabalada e nada me levava a crer que o São Paulo não alcançaria a vitória e protagonizaria outro papelão dentro de casa, mesmo com o primeiro tempo chegando ao fim, com um pênalti a nosso favor não marcado e com o placar ainda em igualdade.
Sei que esperar um resultado positivo do tricolor é sem dúvida alguma uma postura incoerente e contraditória da minha parte, sobretudo depois das dezenas de postagens negativas e pessimistas que passei escrevendo ao longo deste ano a respeito da nossa triste e preocupante condição. A questão é que o futebol e somente ele, tem o enorme poder de fazer a gente abandonar ou ignorar por completo (mesmo que por um intervalo de tempo de noventa minutos) todas as nossas convicções, para no mesmo instante começarmos a nos apegar e acreditar em determinadas certezas que racionalmente não possuem fundamento algum, constituindo-se em verdadeiras falácias, que não conseguem se sustentar frente a um questionamento minimamente crítico e contestador.
Ainda sob os efeitos deste espírito alienante que tomava conta de mim e me impedia de ver a realidade conforme ela se apresentava (desoladora, como quase sempre), adentramos ao segundo tempo na expectativa de que o nosso gol ocorresse o quanto antes, expectativa esta que aumentou ainda mais quando o placar eletrônico do Morumbi anunciou o gol de empate do Avaí contra o líder do campeonato. Pronto, bastava o São Paulo tirar o zero do placar para o clímax ser atingido. Acho que não demorou mais do que cinco minutos, para após a grande notícia vinda de Florianópolis o Vasco abrir o placar e enterrar de vez qualquer chance do São Paulo sair vencedor daquela partida, e diminuir a diferença para o Corinthians que também já começava a sucumbir frente aos avaianos.
Bastou o Vasco fazer o seu gol para que tudo ruísse de vez e eu finalmente começasse perceber a mais nova patética demonstração de incapacidade do elenco são paulino. Uma a uma, todas as minhas frágeis ilusões foram sendo destruídas. Quando o Avaí fez seu segundo gol toda a minha empolgação já tinha dado lugar à indignação e à frustração, já não me restava nada além da revolta de novamente ver que minuto após minuto o São Paulo ia definhando e se apequenando dentro de campo, enquanto que o Vasco mostrava-se absoluto. Foi o auge do anticlímax, que chegou a sua totalidade no instante em que o Avaí marcou seu terceiro gol e o Vasco o seu segundo, decretando mais um fracasso tricolor dentro dos nossos domínios, e jogando no lixo a oportunidade de empatar em número de pontos com o líder da competição.