segunda-feira, 25 de junho de 2012

Nada é tão ruim que não possa piorar

Sábado quando entrei no Canindé e avistei os membros da torcida independente segurando bexigas amarelas, pressenti que aquela não seria uma noite de boas lembranças. O pressentimento tornou-se ainda mais negativo, a partir do instante que eu comecei a ouvir os gritos de protesto proferidos por aqueles sujeitos, que formavam um grupo muito pequeno diga-se, longe de representar o que pensa a torcida são paulina.
Sou a favor de protestar contra um time que acumula uma série de fracassos, também já estou de saco cheio de algumas figuras que não fazem nada de útil. Contudo a maneira como a organizada optou por fazer isso foi das mais ridículas possíveis, xingando e ofendendo muita gente que não merecia e poupando a presidência e a diretoria, os principais responsáveis pela bagunça generalizada que hoje é o São Paulo.
Levando em consideração a mentalidade de quem promoveu estes protestos não dava para esperar outra coisa, uma vez que falamos de um bando de idiotas, sendo que de idiotas não esperamos nada além de idiotices. Outro exemplo disso é os caras apoiarem a famigerada campanha Morumbi zero (não ir ninguém no próximo jogo no Morumbi). Quem considera isso algo válido tem mais é que se manter bem longe de um estádio de futebol.
A confirmação de aquela seria uma noite para esquecer veio com a bola rolando. Visivelmente abalado com o protesto vindo da arquibancada, o São Paulo fez uma partida abaixo da crítica, conseguindo ser derrotado pelo fraquíssimo time da Portuguesa. Foi impressionante notar que os jogadores se abalaram e não conseguiram lidar com cobranças feitas por um número tão reduzido de torcedores. Essa grande e preocupante demonstração de fraqueza, deixou ainda mais claro que as coisas vão de mal a pior pelos lados do Morumbi.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Rotina de fracassos



Quando comecei este blog em fevereiro de 2009 o São Paulo era o atual tricampeão brasileiro, vivíamos naquela época o auge de uma das fases mais vitoriosas e produtivas da história do clube. Ano após ano novos títulos eram incorporados à nossa extensa galeria de conquistas, arrecadávamos os maiores valores em termos de quotas e patrocínios do Brasil, o estatuto do clube era respeitado e tudo o que era planejado costumava ser bem executado.
Três anos e meio atrás o São Paulo no quesito futebol, estrutura, organização e democracia estava em um patamar superior em relação aos seus adversários, o momento era favorável e as perspectivas animadoras. Não dava para imaginar que no instante em que Rogério ergueu pela terceira vez consecutiva a taça do Campeonato Brasileiro, um ciclo vitorioso chegaria ao fim e entraríamos numa rotina de fracassos que perdura até os dias de hoje.
Durante este período que o Morumbi se transformou em uma bagunça completa e o São Paulo em um mero figurante nas competições que disputou, acumulando apenas derrotas, eliminações e frustrações, este blog que no momento de sua concepção tinha como idéia principal registrar as campanhas e as histórias de futuras conquistas tricolores, acabou virando um espaço onde a maioria esmagadora dos registros falam sobre insatisfação e desgosto.
Como nossos fracassos fazem parte de uma rotina que se repete há quase quatro anos, e todos esses doloridos acontecimentos já foram devidamente analisados por aqui, não faz muito sentido ficar agora esmiuçando as causas de outra eliminação são paulina. Tudo o que eu poderia escrever sobre nossa derrota de 2x0 para o Coritiba ontem no Couto Pereira já foi escrito em postagens anteriores, da mesma maneira que já está em curso o que será escrito em futuras eliminações.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Quando o que você vê não te agrada

Cheguei cedo no Morumbi, o relógio marcava 14h30 quando coloquei os pés na arquibancada. Fiz questão de entrar no estádio com uma boa antecedência porque queria muito ver os jogadores campeões da Libertadores de 1992, eles seriam homenageados no gramado na comemoração do aniversário de 20 anos deste grandioso e inesquecível título. Confesso que fiquei extremamente decepcionado ao ver que a homenagem se resumiu aos jogadores entrarem em campo, receberem umas lembrancinhas, tirarem umas fotos e irem embora com a taça.
Dada a importância e o significado desta conquista, tanto para o São Paulo quanto para o futebol brasileiro, que após 1992 passou a dar o devido valor para a Libertadores, a diretoria são paulina tinha a obrigação de fazer uma homenagem digna para estes jogadores. Contudo o que vimos foi algo feito de qualquer jeito e na base do improviso, como se aquele 17/06/1992 não fosse uma data verdadeiramente histórica. Destaque negativo também para a torcida que não compareceu no Morumbi para prestigiar Zetti, Rai e companhia, transformando a festa em algo ainda mais vergonhoso.
Sobre o jogo não tenho muito a dizer, outro 1x0 para a coleção, basicamente igual em termos técnicos aos últimos jogos que vencemos pelo mesmo placar. Um futebol sem inspiração e pouco eficiente que não nos permite sonhar com nada além da Sul-Americana, visto que é para esta competição que se encaminham os times que triunfam em casa mas fracassam fora, exatamente a campanha são paulina nestas cinco rodadas iniciais.
A respeito de Fabricio e Luis Fabiano outra fatalidade e outra imbecilidade. O primeiro mais uma vez saiu contundido de campo antes do fim do primeiro tempo, dessa vez no joelho, o segundo foi novamente expulso por reclamação. O camisa oito ao que tudo indica nunca conseguirá completar um jogo pelo São Paulo, já o camisa nove continuará desfalcando o time, pois ele não se cansa de dar provas que é um completo e incorrigível imbecil.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Indefinido

Depois do que todos nós vimos e sentimos ontem a noite no Morumbi afirmo sem pestanejar: o placar de 1x0  foi um ótimo resultado para o São Paulo. Jogar em Curitiba semana que vem podendo empatar para chegar a grande final é uma vantagem considerável, contudo o confronto ainda está indefinido. Teremos que jogar muita bola quarta-feira no Couto Pereira para assegurar nossa classificação, pois está mais do que provado que este time do Coritiba sabe jogar bola e tem futebol para reverter o resultado desfavorável no jogo de volta.
Embora o 1x0 represente uma vantagem mínima, dadas as circunstâncias da partida o torcedor são paulino tem que comemorar bastante esta vitória. Nosso adversário durante boa parte do jogo foi superior, bem organizado em campo o Coritiba chegava próximo do gol com muito mais perigo e objetividade que o São Paulo. Por muito pouco eles não saíram do Morumbi levando consigo um empate ou até mesmo a vitória, o que complicaria demais nossa situação.
Não jogamos bem, contudo conseguimos superar todas as adversidades criadas por um zagueiro que é uma ofensa à torcida, por uma dupla de volantes que não marca ninguém e pela ausência de um jogador capaz de articular e criar boas jogadas. O momento do São Paulo não é dos melhores, o bom futebol e o entrosamento que nessa altura do ano já era para ter aparecido ainda não existe. Cinco meses se passaram desde o início da temporada e ainda sofremos com falhas e deficiências que não são corrigidas.
Embora o São Paulo esteja envolto numa série de problemas, seguirei confiante para Curitiba. Sei que não vai ser nada fácil; nossa vantagem é mínima, seremos visitantes, estaremos em minoria no estádio e o adversário tem condições de engrossar. Contudo mesmo que a indefinição do vencedor se arraste até o final do duelo, acredito que se a gente conseguir fazer um gol, a possibilidade de eu voltar para casa carregando na bagagem a classificação do tricolor para a final da Copa do Brasil aumentará significativamente.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Era uma vez o futebol

Pisei pela primeira vez em um estádio de futebol vinte e cinco anos atrás, exatamente no dia 23 de Agosto de 1987. Depois de muita insistência, meu pai (palmeirense) finalmente cedeu aos meus pedidos e me levou no Morumbi para assistir a segunda e decisiva partida da semifinal do Campeonato Paulista daquele ano, justamente contra o seu Palmeiras.
Lembro até hoje que naquele dia, um domingo ensolarado, minha mãe fez o almoço mais cedo para que a gente pudesse sair de casa com tempo suficiente para chegar no estádio. Lembro também que nas proximidades do Morumbi, fiquei espantado com a enorme multidão que tomava conta das ruas, pois até então eu nunca tinha visto tanta gente se encaminhando para um mesmo lugar.
Dentro do estádio o que mais me impressionou foi o tamanho do campo e principalmente, a atmosfera criada pelas duas torcidas. As cantorias, as provocações, as bandeiras, as faixas, o papel picado, a fumaça colorida, as cornetas, os batuques e o estádio dividido meio a meio- poder presenciar e participar de tudo aquilo, foi fundamental para solidificar de vez todo aquele amor que um garoto de 7 anos de idade começava a sentir pelo futebol e pelo São Paulo Futebol Clube.
Foi nos degraus de cimento das arquibancadas do Cícero Pompeu de Toledo, sempre com muita festa onde eu aprendi o que é ser torcedor de futebol e a vivê-lo em sua plenitude, saboreando a felicidade e a euforia das vitórias, mas também amargurando a tristeza e a perturbação das derrotas. 25 anos depois dessa minha primeira visita ao Morumbi, me entristece e me causa um profundo desgosto saber que a maioria daqueles elementos que me causava tamanho fascínio, hoje pertence a um passado cada vez mais distante.
Com todas as proibições e restrições impostas aos torcedores ao longo dos últimos anos, assim como a maldita elitização, o nojento padrão Fifa e o abominável futebol moderno, uma série de consequências maléficas incidem sobre o meio futebolístico, deixando-o cada vez mais combalido. Estádios de futebol, por exemplo, principalmente na cidade de São Paulo se tornaram ambientes frios, estéreis e cheio de opressão, que certamente não proporcionará para o filho que um dia talvez eu terei, nenhuma sensação parecida com aquelas que eu vivi naquele São Paulo 3 x Palmeiras 1 no final da década de 80.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Vitória minúscula

Observando meu comportamento e o comportamento da maioria dos são paulinos que estavam próximos de mim tanto na quarta-feira no Beira-Rio como ontem no Morumbi, percebo que embora os placares das duas partidas tenham sido opostos (derrota por 1x0 em Porto Alegre e vitória por 1x0 em São Paulo), a sensação que ficou após estes dois confrontos foi a mesma. Saímos de ambos os estádios insatisfeitos e decepcionados com o futebol apresentado pelo São Paulo, e preocupados com a constatação de que rodadas passam e nenhum traço de evolução tática e técnica é perceptível, em contrapartida vários tipos de deficiências saltam aos olhos dos torcedores.
Compreendo que do ponto de vista da classificação os três pontos foram de fundamental importância, pois conseguimos sair da parte de baixo da tabela e agora nos estabelecemos um pouco acima do meio dela. Entretanto, assim como foi contra o Bahia na segunda rodada, a vitória de ontem frente aos reservas do Santos foi minúscula. Triunfo merecido, mas na marra, praticamente à fórceps, possível de ser conquistado graças muito mais a fragilidade e ao desentrosamento de um adversário que poupou praticamente seu time titular inteiro, do que pelas qualidades da equipe tricolor.
Vitórias minúsculas embora tenham sua validade são duras de serem comemoradas, pois sabemos que elas dificilmente habilitarão o São Paulo a lutar por títulos e pelas posições mais altas da tábua de classificação. Mesmo que o futebol careça de certa lógica, e que fazer previsões no mundo futebolístico seja um exercício baseado em convicções nem sempre racionais e sensatas, é provável que quando o jogo for contra agremiações mais qualificadas e não contra pequenos como os Bahias da vida e times desfalcados de seus principais jogadores, o São Paulo sofra ainda mais dentro de campo e talvez não consiga somar os três pontos em disputa.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Dez dias depois...



Desde nosso último jogo dia 27 de Maio contra o Bahia no Morumbi, até o jogo de quarta-feira contra o Internacional no Beira Rio, ficamos exatos dez longos dias sem futebol. Durante este período até pensei em escrever alguma coisa neste blog, evitando assim que ele ficasse abandonado, não consegui.
Mantive-me afastado e em silêncio primeiro porque sem o São Paulo em campo não há muito sobre o que escrever; segundo porque o noticário de futebol é desanimador e desmotivante. Diariamente nos deparamos com uma série de fatos que se configuram em verdadeiros atentados contra a essência e a natureza popular do futebol, convenhamos que escrever sobre isso não é nada fácil.
Diante deste cenário nenhum pouco favorável aos torcedores e ao próprio futebol, assim como a completa falta de perspectviva de transformar novamente nosso querido esporte naquilo o que um dia ele foi e representou, pode até parecer estranho e uma verdadeira maluquice eu ter dado início ontem em Porto Alegre a uma maratona futebolística. Contando com o embate de quarta-feira na capital gaúcha, emendarei onze jogos do São Paulo em sequência, número este que pode se transformar em treze dependendo das datas da final da Copa do Brasil e da classificação do São Paulo, e catorze se eu contar o jogo do domingo retrasado frente ao Bahia.
Ao que tudo indica, esta série de partidas será grandiosa e memorável somente no que diz respeito ao número de vezes seguidas que acompanharei o São Paulo nos estádios Brasil afora. Não me parece que dentro de campo, com a bola rolando o tricolor será capaz de me proporcionar qualquer tipo de lembrança positiva destes momentos. O que foi e principalmente, o que não foi visto no Beira Rio já é um indício de que as coisas dificilmente caminharão bem.
Podemos dizer que a derrota sob o ponto de vista do placar até que é compreensível, uma vez que perder de 1x0 fora de casa para um time grande e certamente um dos favoritos ao título é algo normal e corriqueiro. O que não dá para aceitar e acaba provocando uma profunda irritação na torcida é presenciar durante os noventa minutos um futebol desorganizado, sem criatividade e ineficiente.
Rodada após rodada o Campeonato Brasileiro vai destruindo a maquilagem criada ao longo do fraquíssimo Campeonato Paulista, e mostrando a verdadeira realidade na qual o São Paulo está inserido. Uma realidade frustrante e triste, que não permite a nenhum torcedor com um senso minimamente crítico ser otimista em relação as nossas chances nos dois campeonatos que disputamos. Contudo a maratona futebolística apenas começou, e ao menos a minha parte eu continuarei fazendo.