A existência de uma
cláusula no estatuto do São Paulo, que proíbe o uso de um terceiro uniforme
sempre foi para mim algo digno de comemoração. Enquanto nossos rivais se
descaracterizavam vestindo uniformes roxo, cinza, vinho, azul e amarelo
fluorescente, o São Paulo felizmente se recusava a adotar tal prática. Muitos
enxergam e classificam essa postura como errada, atrasada e conservadora demais,
eu vejo nisso um enorme e admirável respeito as nossas tradições.
É verdade que ao longo
dos nossos setenta e oito anos de história, em algumas ocasiões chegamos a usar
outros uniformes que não o nosso tradicional fardamento tricolor, contudo todas
elas foram exceções bem pontuais ou obras meio que do acaso (como nas vezes que
por falta de uniforme reserva usamos camisas emprestadas por outras
agremiações). Nada do que
aconteceu no passado pode ser comparado ao que presenciamos ontem no Morumbi.
Hoje o contexto é completamente diferente, décadas atrás o marketing estava muitíssimo longe de contaminar o futebol com seus conceitos e práticas predatórias, besteiras como terceiro uniforme não fazia parte do vocabulário do futebol. Bons tempos aqueles que não tínhamos que lidar com torcedores/consumidores deslumbrados, que anseiam por novidades e que não se importam em ver nossa sagrada camisa ser completamente desfigurada.
Hoje o contexto é completamente diferente, décadas atrás o marketing estava muitíssimo longe de contaminar o futebol com seus conceitos e práticas predatórias, besteiras como terceiro uniforme não fazia parte do vocabulário do futebol. Bons tempos aqueles que não tínhamos que lidar com torcedores/consumidores deslumbrados, que anseiam por novidades e que não se importam em ver nossa sagrada camisa ser completamente desfigurada.
Ao entrar em campo
para enfrentar a Penapolense vestindo um uniforme todo vermelho (camisa, calção
e meias), diferente do que afirmam os profissionais do departamento de
marketing são paulino, não participamos de um evento histórico, único e
especial, mas sim de um momento esquecível dentro da história do São Paulo. Ignoramos
o estatuto e a história para que pudéssemos usar um terceiro uniforme (aquilo não
era uma camisa comemorativa como a tricolor celeste que nunca chegou a ser
usada em um jogo oficial) pavoroso, portanto não vejo motivos para querer
guardar isso na memória.
Após o estranhamento e a vergonha com o uniforme diminuir, pude dar a devida atenção ao jogo. Não esperava que a classificação fosse tão suada e sofrida, tivemos muita dificuldade para conseguir fazer o gol da vitória (na verdade a Penapolense fez para a gente), por muito pouco tudo não foi resolvido através das sempre tensas cobranças de pênalti. Quando o árbitro encerrou a partida o alívio e a comemoração foi intensa, tanto pela classificação que estava assegurada quanto pelo desaparecimento de campo daquele ofensivo uniforme vermelho.
Após o estranhamento e a vergonha com o uniforme diminuir, pude dar a devida atenção ao jogo. Não esperava que a classificação fosse tão suada e sofrida, tivemos muita dificuldade para conseguir fazer o gol da vitória (na verdade a Penapolense fez para a gente), por muito pouco tudo não foi resolvido através das sempre tensas cobranças de pênalti. Quando o árbitro encerrou a partida o alívio e a comemoração foi intensa, tanto pela classificação que estava assegurada quanto pelo desaparecimento de campo daquele ofensivo uniforme vermelho.