sexta-feira, 31 de maio de 2013

Morumbi, 24 dias depois

Saber que depois de tanto tempo (24 dias para ser mais exato), ao final de um longo e exaustivo dia de trabalho eu novamente me encaminharia rumo a zona sul paulistana, a fim de acompanhar uma partida do São Paulo no Morumbi era algo animador e reconfortante, fazendo com que todas as adversidades enfrentadas para chegar até o estádio (trânsito caótico e horário indecente) fossem ignoradas. Bastava eu adentrar a Rua João Jorge Saad e conseguir avistar o Morumbi, para ter a certeza que eu seria devidamente recompensado pela minha escolha.
Quando falo em recompensa me refiro a oportunidade de após uma longa e incômoda espera, poder rever os amigos e junto com eles fazer parte de mais um capítulo da nossa grandiosa história escrita no Cícero Pompeu de Toledo. Para um torcedor de verdade, que realmente se importa e ama seu time de coração, nada é mais importante e sagrado do que estar ao lado dele no estádio empurrando-o para a vitória. Por mais que o futebol possa mudar através do tempo, a experiência de passar noventa minutos em pé numa arquibancada nunca será superada.
Ontem fomos pouquíssimos no Morumbi, mas confesso que em algumas ocasiões até prefiro assim. Concordo que é uma vergonha apenas oito mil torcedores se disporem a acompanhar o São Paulo, contudo sei que ontem eu estava cercado de torcedores que de fato se importam com o São Paulo. Os mesmos de sempre, que vão aos jogos independente dos onze que são escalados, do campeonato, da posição na tabela, do adversário, do clima e de tantas outras questões supérfluas que só afastam dos estádios aqueles que mantêm uma relação fria e superficial para com quem dizem torcer.
Os felizardos que ontem estiveram presentes no Morumbi presenciaram uma partida com dois tempos totalmente distintos, uma primeira etapa sem graça e de futebol mal jogado e uma segunda etapa interessante e repleta de gols. A goleada pelo placar de 5x1 sobre o Vasco acabou surpreendendo a todos, visto que ela foi estabelecida mesmo com o São Paulo fazendo uma partida apenas razoável. A vitória e os três pontos eram importantes, entretanto o que mais importava ontem era finalmente podermos nos reencontrar com nosso time e o nosso estádio.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Aquilo que perturba e incomoda

Da eliminação para o Atlético Mineiro na Libertadores, até a estreia no Campeonato Brasileiro ontem contra a Ponte Preta em Campinas foram dezoito dias sem futebol. Até pensei em escrever alguma coisa neste longo intervalo de tempo, contudo optei pelo silêncio, algo que dado o momento era muito mais valioso e significativo do que qualquer coisa que eu viesse a escrever, principalmente porque o cenário pelos lados do Morumbi não era nada animador e porque já tinha muito imbecil escrevendo e fazendo um monte de merda por aí.
Durante essas quase três semanas que o São Paulo ficou sem entrar em campo, motivos para se sentir perturbado e incomodado não faltaram. Nosso presidente golpista reintegrou ao grupo um ex-jogador, um sujeito hipócrita e dissimulado (não é a toa que hoje ele está na política) lançou sua candidatura à presidência do São Paulo, o camisa nove que não aceita nenhum tipo de questionamento fez biquinho e ficou triste ao ser criticado, pseudo torcedores ameaçaram cancelar seus planos de sócio-torcedor caso o mimado centroavante fosse negociado, a CBF me fez perder pela segunda vez mais duas passagens aéreas ao mudar a data do jogo contra o Grêmio em Porto Alegre pela terceira vez e a PM me proibiu de estar ao lado do meu time no Moisés Lucarelli.
Não é nada fácil ter que lidar com uma frequência cada vez maior, com situações absurdas e inadmissíveis semelhantes as descritas no parágrafo acima. Ver algo que proporciona um enorme sentido para a minha vida e que eu vivencio de maneira intensa sendo maltratado e destruído por dirigentes inescrupulosos, jogadores oportunistas e torcedores parasitas me causa um tremendo desgosto, fazendo muitas vezes com que eu me sinta um verdadeiro idiota por amar tanto esse esporte. O rumo que o futebol hoje está seguindo não é mais compatível com torcedores que insistem em ter com ele apenas uma relação de amor.
Pensei que o início da disputa de um novo campeonato amenizaria um pouco toda essa minha indignação, contudo a impossibilidade de acompanhar a partida no estádio, dada a descabida proibição imposta à torcida são paulina de maneira unilateral pela PM potencializou toda a minha amargura. Eu até que gostaria de poder falar sobre o jogo, sobre a nossa vitória pelo placar de 2x0, sobre nossas perspectivas para o campeonato e tudo mais, entretanto é extremamente difícil se concentrar nas coisas que acontecem dentro de campo quando fora dele tudo está ruindo em um ritmo assustadoramente rápido.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sem palavras

A verdade é que não é necessário escrever absolutamente nada sobre o que aconteceu ontem a noite no estádio Independência, a inapelável goleada imposta pelo Atlético Mineiro pelo placar de 4x1 que nos eliminou da Libertadores por si só já é auto-explicativa.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pensamentos fragmentados

Tentei escrever algo coeso e pormenorizado a respeito dos acontecimentos da semifinal disputada ontem a tarde no Morumbi entre São Paulo e Corinthians, todavia não consegui. A mistura dos sentimentos/sensações de revolta com a arbitragem, estresse e esgotamento com as cobranças de pênalti e dor e frustração com a eliminação ainda ecoam dentro de mim, assim não consigo escrever nada além de alguns fragmentos em forma de desabafo.

- Não tenho o hábito de reclamar da arbitragem, juízes e bandeirinhas costumam errar para os dois lados praticamente na mesma proporção, entretanto ontem as decisões do trio de arbitragem foram descaradamente tendenciosas a favor do Corinthians. Não questiono a anulação do pênalti que Rogério defendeu, é inegável que o mito se adiantou, o que eu contesto é a falta de critério da arbitragem ao não punir com o mesmo rigor o goleiro adversário, que confessou também se adiantar no momento das cobranças e uso de dois pesos e duas medidas na questão das faltas e cartões amarelos aplicados ao longo da partida.
- As duas contratações mais caras do elenco perderam pênalti, nada mais sintomático uma vez que falamos de dois jogadores que deixam muito a desejar. O camisa oito mostrou ao longo do campeonato que não passa de um pseudo craque, um jogador que está muito longe de valer tudo aquilo que nele foi investido; já o camisa nove é um desequilibrado mental, um jogador que nos deixa na mão com uma frequência inaceitável, ora porque ele está ausente devido suas imbecilidades, ora porque nos momentos decisivos ele só é notado pelas merdas que faz em campo.
- Não considero o time do São Paulo ruim e gosto do trabalho realizado por Ney Franco, o que compromete (além das cagadas individuais de alguns jogadores) é a enorme carência de jogadores de qualidade em algumas posições. Contamos com apenas um zagueiro confiável, a lateral esquerda é divida por dois enganadores e a lateral direita virou um eterno espaço para improvisações, uma mais tosca que a outra, diga-se. É este desequilíbrio presente no elenco ao longo dos últimos anos que tem nos custado algumas derrotas e eliminações doloridas.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Do céu ao inferno em um lance

O relógio marcava trinta e cinco minutos do primeiro tempo. Até então o São Paulo fazia uma partida que beirava a perfeição, nosso controle era absoluto dentro de campo, dominávamos o Atlético Mineiro de maneira contundente, não dávamos espaço para nenhum jogador vestido de preto e branco articular qualquer tipo de jogada, nossa superioridade era tamanha que uma goleada (que deixaria nossa classificação muito bem encaminhada) começava a se esboçar.
O cenário era totalmente favorável ao São Paulo; estádio lotado, 1x0 no placar, torcida pulsando e time jogando muita bola. Nem mesmo após as inúmeras oportunidades de gol perdidas de maneira bisonha pelo terceiro reserva do ataque abalou o ânimo e o ímpeto do tricolor, continuamos indo para cima de um adversário acuado e impotente. Foi então que um lance mudou completamente o rumo da partida, levando o São Paulo que flertava de perto com o céu diretamente para as profundezas de um inferno agonizante.
Toda a expectativa que circundava o Morumbi desapareceu quando no trigésimo quinto minuto de bola rolando, o filho da puta que hoje veste nossa camisa número três tomou o segundo cartão amarelo e foi expulso. O São Paulo sentiu demais o golpe, com um jogador a menos todo o esquema montado por Ney Franco e que até então funcionava muito bem foi literalmente destruído. Em desvantagem numérica não demorou muito tempo para o São Paulo perder o controle da partida e ceder o empate, o que aconteceu quando o primeiro tempo chegava ao fim.
Na segunda etapa o São Paulo até que tentou equilibrar as ações, contudo o estrago já estava feito. A cada minuto que passava, a cada jogada não concluída pelos jogadores são-paulinos os danos causados pela imbecilidade daquele desgraçado que já não estava mais em campo se mostravam cada vez mais profundos e irreparáveis. O São Paulo estava entregue, e o gol da virada foi o tiro de misericórdia que pode ter nos custado a classificação.
Fazia tempo que eu não saia do Morumbi tão perturbado com uma derrota. A sensação não é de revolta ou dor, na verdade sinto uma mistura de frustração com inconformidade, que desde ontem a noite tem causado uma tremenda bagunça na minha cabeça. Por mais que eu possa escrever sobre o jogo eu não consigo raciocinar direito a respeito dele. Tentar esquecer então é algo fora de cogitação, principalmente porque a todo instante eu me pego pensando na viagem para Belo Horizonte semana que vem.