quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Objetivo alcançado

Após o 5x0 no jogo de ida no Morumbi fomos para a Bolívia com a classificação para a fase de grupos da Libertadores já assegurada, as chances do Bolivar mesmo jogando na altitude de La Paz inexistiam. O jogo de volta portanto, era uma mera formalidade, pois todos já sabiam antecipadamente qual time seguiria na competição e qual time seria eliminado.
Como este segundo jogo seria realizado numa cidade que está uma caralhada de metros acima do nível do mar, onde os times visitantes costumam sofrer com os efeitos da altitude, criou-se um falatório de que talvez os bolivianos pudessem mediante um milagre eliminar o São Paulo. Uma bobagem que com dois minutos de jogo o São Paulo tratou logo de mostrar que não fazia o menor sentido.
Não tomamos conhecimento do nosso adversário e da altitude no primeiro tempo, como se estivéssemos fazendo um jogo treino no CT da Barra Funda (tamanha a facilidade com que criávamos e articulávamos as jogadas), abrimos 3x0 no placar. Sobrava fôlego e futebol para o São Paulo, que foi para o intervalo com um placar agregado de 8x1!
No segundo tempo levamos quatro gols e sofremos a virada, 4x3 Bolivar placar final. Em nenhuma circunstância é legal perder um jogo depois de abrir três gols de vantagem, entretanto devemos relativizar e levar em consideração algumas questões na análise desse resultado em específico. É notório que nos quarenta e cinco minutos finais o São Paulo relaxou e cansou devido a enorme vantagem e a altitude respectivamente, o que nos custou a vitória, mas nem de longe a classificação.
Em nenhum momento nossa vaga esteve ameaçada, durante todos os cento e oitenta minutos do confronto ela sempre esteve do nosso lado. Entendo e admiro a insatisfação do Rogério com o resultado e o futebol apresentado no segundo tempo, acho necessário e válido ele pensar desta forma, cobrando do elenco uma postura mais inteligente em partidas desta natureza, a fim de que evitar que isso se repita novamente com consequências mais graves.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Inseparável

Final de semana prolongado, segunda rodada do campeonato estadual, time reserva em campo, adversário risível e tempo chuvoso. Usarei as palavras de Nick Hornby presentes em seu excelente livro Febre de Bola, para tentar entender o que motivou eu e os outros 6965 torcedores a estarmos presentes sábado a tarde no Morumbi.

Página 17: "... o que diferencia aqueles que se satisfazem com meia dúzia de jogos por ano- assistindo às grandes partidas e se afastando das peladas, numa postura certamente sensata- daqueles que se sentem obrigados a comparecer a todos? Para que viajar de Londres a Plymouth numa quarta-feira, sacrificando um feriado precioso, para ver um jogo cujo resultado já foi efetivamente decidido na primeira partida em Highbury? E se esta teoria do ato de torcer estiver perto da verdade, que inferno estará enterrado no subconsciente das pessoas que vão aos jogos da Taça Leyland DAF ?."

Página 135: " Vou ao futebol por um monte de razões, mas não para me divertir, e quando olho em torno num sábado e vejo aqueles rostos tristes e apavorados, vejo que outros sentem a mesma coisa."

Página 163: " Eu pertencia à outra categoria: aqueles que estavam lá porque sempre estavam lá."

Página 191: " Meus amigos que não curtem futebol e meus familiares nunca conheceram alguém mais louco do que eu; na realidade, estão convencidos de que sou tão obcecado quanto é possível ser. Mas sei que existem pessoas que considerariam o nível do meu comprometimento- todos os jogos em casa, um punhado de jogos de fora, e um ou dois jogos dos reservas e dos juvenis por temporada - insuficiente."

Página 214: " O que imagino que aconteceria comigo se eu não fosse a Highbury certa noite e perdesse um jogo que talvez fosse crucial no resultado final da disputa do campeonato, mas que dificilmente prometeria um espetáculo imperdível? A resposta, acho eu, é esta: tenho medo de no jogo seguinte, o que vier depois do que eu perder, não conseguir entender alguma coisa que esteja acontecendo, como um refrão qualquer ou a antipatia do público para com um dos jogadores; pois assim o lugar que eu mais conheço no mundo, o único local fora da minha própria casa onde sinto que me encaixo absoluta e inquestionavelmente, terá se tornado alienígena para mim."

Página 197: " O futebol significa coisa demais para mim, veio a representar coisas demais, e sinto que já assisti a jogos demais, gastei dinheiro demais, fiquei preocupado com o Arsenal quando devia estar me preocupando com outras coisas e abusei da indulgência de amigos e familiares. Ainda assim, há ocasiões em que ir assistir  a uma partida é a ocupação mais válida e prazerosa que consigo imaginar."

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Classificação iminente

Ao mesmo tempo em que janeiro é um mês especial, uma vez que ele marca o retorno do futebol em nossas vidas, ele também é o mês mais desinteressante para os torcedores. Normalmente em janeiro temos apenas aqueles jogos chatos dos entediantes campeonatos estaduais, as grandes partidas como os clássicos e os embates decisivos da Libertadores e da Copa do Brasil são disputados apenas nos meses subsequentes. O primeiro mês do ano portanto, é marcado muito mais por aquilo que se passa na arquibancada do que no gramado.
Terminar o Campeonato Brasileiro do ano passado na quarta posição, tendo assim que disputar a pré Libertadores, transformou janeiro que é um mês caracteristicamente morno em um mês de máxima importância. Deparar-se logo no segundo jogo da temporada, com um confronto de mata-mata no torneio mais importante do continente, valendo uma vaga para a fase de grupos da Libertadores, acabou fazendo um bem danado para o São Paulo e sua torcida.
Time completo, campeonato importante, jogo decisivo e estádio cheio. Todos os ingredientes necessários para fazer do jogo contra o Bolivar algo grandioso estavam presentes ontem a noite no Morumbi. Bastava ao São Paulo confirmar dentro de campo toda a sua superioridade tática e técnica, construindo uma boa vantagem para o jogo de volta para que aquela quarta-feira fosse de fato marcante.
Com poucos minutos de bola rolando deu para perceber que longe dos 3660 metros de altitude da cidade da La Paz, a equipe do Bolivar não é rigorosamente nada, contudo era necessário marcar o maior número possível de gols, pois no alto da montanha os caras são perigosos. Aos sete minutos quando abrimos o placar qualquer resquício de tensão que rondava o Cícero Pompeu de Toledo se dissipou, uma goleada parecia apenas uma questão de tempo.
Após o primeiro gol nossa defesa chegou a cometer alguns vacilos, mas Rogério, o aniversariante da semana fechou o gol e mostrou que mesmo quarentão ainda tem muita lenha pra queimar. A vantagem no placar e a segurança transmitida pelo mítico camisa um deixou a equipe ainda mais confiante, fazendo o São Paulo se impor de verdade dentro de campo. Nos lançamos de vez ao ataque e construímos uma ótima vantagem de cinco gols, algo que ar rarefeito nenhum será capaz de reverter.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Começou

As férias de fim de ano acabam, as cobranças de IPVA e IPTU chegam, as aulas recomeçam e o trabalho volta a nos trazer uma série de aborrecimentos e problemas. Contudo, a sensação de que o ano de fato começou e de que tudo voltou a normalidade acontece de verdade quando a bola começa rolar.
Enquanto a temporada de futebol não inicia-se, enquanto não posso acompanhar o São Paulo nos estádio Brasil afora e enquanto não ponho fim aquele enorme vazio causado pela ausência do futebol, o novo ano parece não ter muita razão para existir. Foi quando o árbito inicou a partida que 2013 passou a ter algum sentido para mim.
A verdade é que no sábado ao me preparar para o jogo, durante o trajeto de casa até o estádio e no Morumbi do lado de fora com os amigos, já era possível sentir aquela atmosfera única e incomparável proporcionada pelo futebol. Faltava apenas que tudo aquilo se materializasse, o que aconteceu mediante o pontapé inicial.
Do jogo eu sinceramente não esperava absolutamente nada. Primeira partida da temporada não serve para muita coisa, difícil esperar que um time desentrosado e sem ritmo pudesse fazer uma apresentação além de regular. Estava mais interessado e ansioso com o retorno à arquibancada do que com o desempenho do São Paulo ao longo dos noventa minutos.
Foi um típico jogo de início de temporada, jogamos o suficiente para vencer um desses pobres coitados do interior paulista. Como a preocupação maior era o reencontro com o futebol, com o Morumbi, com os amigos e com o São Paulo, digo que a tarde/noite de sábado não poderia ter sido melhor.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Considerações sobre o novo Sócio Torcedor

Sábado o São Paulo divulgou os novos planos do programa Sócio Torcedor, que irão substituir os planos anteriormente existentes. A grosso modo, já que muitas informações não são claras e conclusivas teremos agora o Plano Standard (R$ 30,00 mês e mínimo de 20% de desconto na compra de ingresso) e o Plano Premium (R$ 100,00 mês e mínimo de 30% de desconto na compra de ingresso).
Na visão do São Paulo conforme descrito no site oficial do clube, os grandes atrativos destes novos planos são: " (I) A preferência do Sócio Torcedor para a compra de ingresso e (II) os descontos junto aos novos parceiros comerciais do São Paulo."
Sempre tive algumas restrições em relação ao Sócio Torcedor, não que eu quisesse que o São Paulo me oferecesse mais brindes, prêmios, que realizasse mais promoções ou coisas do tipo, nada disso. Minha crítica sempre partiu da minha insatisfação em relação aquilo que mais importa para um torcedor que anseia em acompanhar seu time no estádio, a compra de ingressos.
Embora os descontos nos ingressos tenham diminuído e o brinde da camiseta cortado, não são estes os fatores que me fazem encarar este novo programa de Sócio Torcedor como uma grande merda. É ler que o São Paulo interpreta a compra de ingressos através de um site tosco; e descontos em supermercados e outros estabelecimentos como uma grande vantagem, que me deixa indignado.
Torcedor não está interessado em obter descontos na compra de linguiça, maionese, sabão em pó e shampoo. Torcedor quer ingresso, torcedor quer um sistema de carnê ou algo semelhante que garanta seu lugar no estádio ao longo de toda a temporada, pagando por isso e assim garantindo e antecipando receita ao clube.
Aqueles que estão dispostos a acompanhar o São Paulo independente da situação que ele se encontra, deveriam ter facilidades e garantias no momento da aquisição do ingresso. A preferência de compra garantida ao Sócio Torcedor não chega a ser algo tão vantajoso assim, uma vez que a comercialização dos ingressos é feita por uma empresa que possui um canal de vendas repleto de falhas e defeitos, que traz uma série de problemas e aborrecimentos aos torcedores.
O modelo de Sócio Torcedor que passou a vigorar representa um grande retrocesso. A preocupação maior do São Paulo deveria ser o estabelecimento de uma parceria com seu torcedor, fidelizando-o e o tratando com respeito, e não com empresas que a qualquer momento podem deixar o clube, partindo para um adversário por exemplo
Convenhamos, não era tão difícil assim fazer um programa que atendesse as necessidades do torcedor. O caminho a ser seguido era simples, não sendo necessário muito tempo, dinheiro e conhecimentos apurados em marketing. Nada de descontos em produtos da cesta básica e brindes idiotas, bastava a volta da comercialização de pacotes de ingressos para toda a temporada como ocorreu em 2010 e 2011, bastava valorizar e respeitar aqueles que nunca abandonam o São Paulo.