segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sãopaulinismo, o fim

Sim, depois de cinco anos este blog chega ao fim. Não pensem que esta é uma decisão fácil e que não sentirei falta de compartilhar com vocês todos meus sentimentos em relação ao São Paulo e ao futebol, contudo com o passar do tempo este blog acabou se transformando mais numa obrigação autoimposta, uma espécie de trabalho voluntário do que em qualquer outra coisa.
Pensei e repensei algumas questões e depois de muito refletir, cheguei a conclusão de que o melhor a fazer seria colocar um ponto final nisso tudo. O fato é que eu já não consigo mais estabelecer uma relação saudável comigo mesmo mantendo este espaço no ar, com o tempo o prazer em escrever desapareceu e agora sinto apenas um grande incômodo.
Soma-se a tudo isso a habitual escassez de tempo e um novo direcionamento dado em minha vida particular e profissional, que exigirá de mim uma divisão mais racional e equilibrada do tempo, não me restou outra alternativa senão a partir de agora deixar o são-paulinismo em uma página do passado. 
Essa decisão não muda em nada minha relação com o São Paulo, estive ontem em Bragança Paulista e continuarei marcando presença em todos os jogos em casa e em quantos forem possíveis longe de casa. É fundamentalmente no estádio que o torcedor tem que se fazer ouvir, pois em nenhum outro lugar ele conseguirá viver o futebol em sua plenitude.
Por fim, queria agradecer a todos vocês que um dia fizeram questão de ler e comentar os textos deste blog. Muito obrigado!
Até quarta-feira no Morumbi.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Para esquecer

Comecei a pensar sobre o que eu poderia escrever na derradeira postagem deste esquecível ano de 2013 domingo a noite, mais precisamente quando peguei a estrada que me levaria de volta para casa após o São Paulo encerrar sua participação no Campeonato Brasileiro com mais uma derrota. Dois dias depois do apito final do juiz, ainda não consigo encontrar praticamente nada de significativo ou relevante a ser dito sobre o que eu e mais alguns abnegados amigos são paulinos presenciamos no interior paulista.
A verdade é que minhas impressões sobre o comportamento dos jogadores e da diretoria, já foram devidamente expostas inúmeras vezes ao longo do ano neste espaço. Como o jogo contra o horroroso time do Coritiba retrata muito bem o que foi a temporada, vejo que não há necessidade alguma de ficar repetindo e relembrando tudo aquilo que já foi dito aqui a exaustão, especialmente quando o que a gente mais quer é apagar da memória este sombrio ano de 2013.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Aventura em terras catarinenses

Sábado de manhã na companhia de dois amigos (Alexandre e Rafael) parti rumo à Florianópolis. Passamos o sábado na capital catarinense e no domingo de manhã nos encaminhamos até Criciúma.
O relato detalhado desta verdadeira aventura em terras catarinenses pode ser lido aqui.


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Pedro Rocha (1942-2013)

"Foi em 1969. O Peñarol jogava contra o Estudiantes de La Plata. Rocha estava no centro do campo, de costas para a área adversária e com dois jogadores em cima, quando recebeu a bola de Matosas. Dominou-a com o pé direito, com a bola no pé se virou, enganchou-a por trás do outro pé e escapou da marcação de Echecopar e Taverna. Deu três passadas, deixou- a para Spencer e continuou correndo. Recebeu a devolução pelo alto, na meia lua da área. Matou a bola no peito, soltou-se de Madero e de Spadaro e disparou de voleio. O goleiro, Flores, não viu nem nada.
Pedro Rocha deslizava como cobra no pasto. Jogava com prazer, dava prazer: o prazer do jogo, o prazer do gol. Fazia o que queria com a bola, e ela acreditava totalmente nele."

Eduardo Galeano, em "Futebol ao Sol e à a Sombra" p. 147, Gol de Rocha.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Males que vem para o bem?

Sempre temi que a campanha de recuperação que fizemos no Campeonato Brasileiro a partir da chegada de Muricy, que acabou nos livrando do temido rebaixamento, encobrisse muita coisa errada que acontecia no São Paulo. Sabia que a sequência de resultados positivos que nos tirou do fundo da tabela e nos colocou no meio dela, poderia fazer com que a torcida não conseguisse dimensionar a realidade de merda na qual continuávamos inseridos, passando a tratar vagabundos como heróis.
O receio era o mesmo em relação à Copa Sul-Americana. Conforme íamos aos trancos e barrancos avançando de fase, dependendo de uma atuação monstruosa do Rogério nas oitavas de final para reverter o resultado e tendo a sorte de enfrentar um adversário que não chutava a gol nas quartas de final, sabia que a longo prazo o título sul-americano faria mais mal do que bem. Com a taça na mão, poucos continuariam questionando a capacidade de jogadores e dirigentes.
Não estava torcendo contra, muito pelo contrário. Na cabeça de alguém que este ano já foi em cinquenta e oito jogos do São Paulo (número esse que poderia ser maior caso a tabela e o meu direito de ir e vir fossem respeitados) essa é uma hipótese inviável, totalmente fora de cogitação. A questão é que a combinação permanência na primeira divisão mais título era perigosa demais, seria se iludir com uma mentira, acreditar que apesar de tudo time e diretoria tinham seu valor.
Empatar com a Ponte Preta e acumular mais uma eliminação no ano serviu para mostrar nossa realidade, aquilo que de fato somos hoje. Com as feridas expostas e sem um título para maquiá-las, a expectativa é que os responsáveis por colocar o São Paulo nessa situação lamentável comecem a encarar nossos problemas de frente, não mais os empurrando com a barriga. Caso a indiferença tanto dentro quanto fora de campo permaneça, 2014 será mais um ano onde o “grande feito” na temporada terá sido escapar do rebaixamento.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Desculpe, Rogério

Maior goleiro artilheiro do mundo com 113 gols;
Imbatível recorde de 1117 jogos com a camisa de um mesmo clube;
Total de 17 títulos defendendo o São Paulo;
Obteve ao longo da carreira 585 vitórias;
 
Estes e tantos outros feitos de Rogério Ceni que os números não conseguem contemplar, já deveriam  ter lhe rendido uma estátua, um setor no estádio com o seu nome ou a certeza de que quando parasse sua camisa seria aposentada. Ontem, no dia que se tornou o jogador que mais vestiu a camisa de um clube em todos os tempos, tivemos uma grande oportunidade de fazer uma homenagem a altura de seu mais novo e grandioso feito, entretanto falhamos.
Fiquei envergonhado em ver o que a diretoria, a torcida e o time (não) fizeram para ele. Assim como sua façanha, aquela era para ser uma noite histórica e especial. Celebraríamos a existência de um mito, agradeceríamos o privilégio de tê-lo do nosso lado defendendo nossas cores e talvez até nos despediríamos dele, caso essa tenha sido sua última partida oficial disputada no Morumbi.
Nas profundezas do vestiário Rogério recebeu da diretoria apenas um troféu vagabundo que mais parecia um jarro de flores vendido em lojas de R$ 1,99 e uma camisa número 10; dentro de campo foi recepcionado de maneira fria por somente 12 mil torcedores e no final da partida após uma apresentação pouco inspirada de um time que deveria suar sangue por ele,  onde não conseguimos nada além de empatar em 1x1 contra o Botafogo, Rogério foi embora certamente incomodado sob uma deprimente queima de fogos.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A dor

A dor é grande, sinto que ainda estou em pé completamente encharcado no degrau de sempre da arquibancada azul do Morumbi. Mesmo não estando mais lá de corpo presente, a imagem daquele bando de pseudojogadores protagonizando uma das derrotas mais vexatórias da história do São Paulo não sai da minha cabeça. Continuo vivenciando cada minuto de um pesadelo que não me parece ter fim.
A dor de hoje em comparação com a sensação oriunda de outras derrotas vexatórias é muito maior, não apenas pela derrota em si ou pelo o que ela pode representar daqui uma semana, mas fundamentalmente porque ela nos remete a tudo de ruim que já passamos nesta temporada. Perder de virada para a Ponte Preta pelo placar de 3x1, trouxe à tona muitos elementos de todas as outras derrotas sofridas em casa nesse desastroso ano de 2013.
A dor que atormenta neste exato momento, acaba de vez com a ilusão de que estávamos conseguindo superar aquela que talvez seja a fase mais triste dos nossos setenta e oito anos de história. O time em campo ontem lembrou o pior daquele São Paulo sem alma e sem vergonha na cara, que se acostumou a passar boa parte do ano acumulando derrotas atrás de derrotas.
A dor de ser derrotado pelo mais ridículo dos adversários, praticamente perdendo a vaga para a final da Copa Sul-Americana para um time de segunda divisão, um time pequeno por definição, sem títulos e sem expressão é devastadora. Dói tanto que depois de acompanhar todas as eliminações são paulinas ao longo do ano no estádio, eu não sei se dessa vez terei força para ir até Mogi Mirim ver o São Paulo ser eliminado mais uma vez quando o juiz encerrar a partida.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A respeito do confronto tricolor

 
Ocupávamos uma das últimas posições na tabela no dia que comprei as passagens para o Rio de Janeiro. Como o Fluminense também fazia uma campanha ridícula, imaginava que o jogo entre os dois tricolores seria de vital importância na luta contra o rebaixamento, um confronto direto onde quem perdesse poderia começar a dar adeus para a primeira divisão. Alguns meses atrás, dada a situação periclitante dos dois times, essa era a única maneira possível de encarar esta partida.
Vendo o São Paulo rodada após rodada se afundar, percebi que não havia outra alternativa para mim a não ser ir até o Maracanã acompanhar o meu time. Na minha cabeça considerava fundamental o apoio vindo da torcida para sair de uma possível situação de risco. O tempo passou e Muricy conseguiu tirar leite de pedra e estabeleceu o São Paulo no meio da tabela, livre da ameaça do rebaixamento, enquanto que o Fluminense seguiu ladeira abaixo sob o comando de Luxemburgo.
Chegamos à trigésima quinta rodada numa posição intermediária, não corríamos risco de cair e tampouco de lutar pelas posições mais altas da tabela, assim permitimos nos dar ao luxo de colocar um time reserva para encarar o Fluminense. Confesso que essa decisão não me agradou nenhum pouco, uma vez que eu não queria facilitar as coisas para o clube que tem a obrigação moral de pagar as duas série B que eles ainda estão devendo, desde aquela repugnante virada de mesa ocorrida em 1996.
Voltar para casa com um resultado positivo não seria nada fácil, não pelo fato do time titular do Fluminense ser grande coisa, pelo contrário. A questão é que o time reserva do São Paulo praticamente inexiste, basta ver a quantidade de improvisações que Muricy foi obrigado a fazer ontem para conseguir escalar a equipe. Soma-se a tudo isso o desentrosamento de onze jogadores fracos (não por acaso a condição de reserva de cada um deles) e que nunca jogaram juntos, e teremos em campo um catado pronto para ser derrotado.
Não deu outra, mesmo abrindo o placar no momento em que o adversário dominava e controlava as ações da partida, nossa vantagem não durou mais do que duas investidas do ataque do Fluminense. Em um lance em que todo o sistema defensivo do São Paulo falhou grosseiramente sofremos o gol de empate, no final do jogo outra falha dos jogadores de defesa decretou a derrota. Após noventa minutos de bola rolando nada para comemorar, não atrapalhamos o Fluminense e constatamos que depender dos reservas para descansar os titulares tem seu preço.