segunda-feira, 30 de abril de 2012

Eliminação dolorosa

Eliminações não são fáceis de serem digeridas, quando elas acontecem uma sensação amarga toma conta de mim e com ela tenho que conviver durante dias. Algumas são tão intensas que insistem em não desaparecer e continuam me atormentando ao longo de toda uma vida. Nossa mais nova eliminação, ocorrida após a derrota pelo placar de 3x1 para o Santos ao que tudo indica tem um grande potencial para figurar como mais um grande trauma, algo me diz que esta dolorosa eliminação irá resistir ao tempo.
As causas disso tudo eu não sei- talvez seja pelo fato desta ter sido a terceira eliminação em semifinais do Campeonato Pualista para o Santos nos últimos três anos, a segunda consecutiva no Morumbi; pode ser também aquela coisa de usar o futebol para amenizar e compensar as frustrações da vida cotidiana e não conseguir ou se é por constatar que na "hora do vamo vê", tem jogador que não consegue corresponder as expectativas neles depositadas e outros que comprometem mais do que o de costume.
Na verdade eu acho que é um pouco disso tudo, e agora nada mais pode ser feito a respeito. Num momento como este, falar e escrever sobre o que aconteceu ontem a tarde no Morumbi chega a ser quase um ato masoquista, o ideal seria me afastar até a próxima quarta-feira (dia do jogo contra a Ponte pela Copa do Brasil) de tudo aquilo que está relacionado ao futebol e ao São Paulo especificamente. Infelizmente ou felizmente não sou capaz de fazer isso, quando tomamos o terceiro e a eliminação se concretizou já comecei a pensar no que eu poderia escrever aqui.
A tendência natural seria eu fazer uma postagem virulenta, xingando e ofendendo jogadores, comissão técnica e diretoria, contudo não estamos mais em 2011. O time que temos hoje está longe de ser aquele time acomodado e frouxo do ano passado, que era regido pela lei do esforço mínimo e encarava as derrotas e as eliminações com uma passividade de dar nojo. Os malditos que nada fizeram na temporada passada foram embora, hoje o espírito é outro, não falta raça e determinação no elenco, todavia um time para ser vitorioso necessita também de outros elementos.
Alguns destes elementos ainda faltam ao São Paulo, isto é perceptível toda vez que olhamos para o setor defensivo e para a lateral direita. Vontade e entrega são quesitos fundamentais, mas se a parte técnica deixar a desejar os insucessos serão iminentes. Não estou puto ou enfurecido com o time, estou é bastante chateado, acreditei de verdade que poderíamos ir para a final, não conseguimos. Assim como um filho, o time de futebol fatalmente irá te decepcionar, quando isso acontece você não o abandona ou passa a amá-lo menos, a relação não muda, entretando não há como esconder uma certo pesar, especialmente quando você estava cheio de expectativas.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O jogo que eu não vi


O futebol inúmeras vezes me fez passar por situações bem desagradáveis. Já assisti jogo na torcida adversária porque não consegui comprar ingresso para o nosso setor, já dormi na porta da estação do metrô porque não havia mais condução para casa, já atravessei o estado de São Paulo para ver um clássico na divisa com o Mato Grosso do Sul, já presenciei jogador morrendo em campo, já fiquei um dia inteiro na fila, já fui enquadrado pela polícia, já separei e corri de briga dentro e fora do estádio e já vi uma partida durar quase três horas devido uma série de interrupções.
Ontem um novo item foi acrescentado nesta longa lista de percalços e contratempos, a de se deslocar até o estádio e ter que voltar para casa sem ver o jogo porque o mesmo foi cancelado. A chuva que castigou a cidade de São Paulo na tarde de ontem, caiu com a mesma intensidade sobre a cidade de Campinas. Quando cheguei no Moisés Lucarelli por volta das 21h00 a chuva já tinha acabado, contudo o estrago já estava feito.
Da arquibancada, a condição do gramado não parecia ser das piores, as poças de água não eram tão grandes e não estavam muito espalhadas. Quando cheguei em casa e vi algumas fotos e vídeos do campo de jogo percebi o quanto encharcado estava o gramado. Contudo confesso que eu não sei se o campo da Ponte Preta estava realmente impraticável ou não; se os responsáveis acertaram ou não em suspender a partida e principalmente, se os times não aceitariam jogar caso no próximo domingo eles não tivessem uma semifinal do paulista pela frente. O que eu sei é que mais uma vez o maior prejudicado, quem verdadeiramente se fudeu, computando para seu curriculum mais um dissabor futebolístico foi o torcedor.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Final antecipada

Não é nenhum exagero dizer que entramos sábado no Morumbi com a classificação já praticamente garantida. Muita coisa tinha que dar errado do nosso lado, e ao mesmo tempo absolutamente tudo tinha que funcionar do lado do Bragantino para que esta classificação não fosse tricolor. Conforme o esperado, vencemos o jogo sem nenhuma dificuldade, um tranquilo 4x1 onde não passamos sustos e não demos chances para a equipe adversária aprontar.
Garantido na semifinal era aguardar o domingo para acompanhar/secar os outros três grandes (Palmeiras ainda pode ser considerado grande?) nos confrontos restantes de quartas de final. Dois prognósticos se confirmaram, Santos e Guarani original não tomaram conhecimento de seus oponentes e passaram de fase. A surpresa ficou por conta da Ponte Preta que no Pacaembu derrotou o small club.
Com todo o respeito às equipes campineiras, mas caso o São Paulo vença o Santos na semifinal seremos campeões. Reconheço o grande futebol apresentado por Ponte Preta e Guarani nos jogos contra Romeu e Julieta respectivamente, assim como sou muito grato as duas agremiações de Campinas pelas divertidas eliminações das comadres do futebol paulista, mas domingo no Morumbi teremos a final antecipada do campeonato estadual.
Valendo praticamente o título, uma vez que o campeão paulista com certeza sairá do confronto entre São Paulo e Santos (os jogos finais serão quase que uma mera formalidade) o próximo final de semana nos reserva uma semifinal grandiosa. Luis Fabiano será uma ausência sentida, contudo mesmo que ele e a comissão técnica tenham cometido um enorme vacilo ao não administrarem de uma forma mais inteligente a questão dos cartões, podemos vencer. Temos um time unido, aguerrido e que tem honrado a camisa que vestem, se fizermos nossa parte na arquibancada triunfaremos.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O fim e o começo

Depois de dezenove longas rodadas eis que finalmente a modorrenta primeira fase do Campeonato Paulista chegou ao fim. Três meses e apenas três jogos verdadeiramente significantes (o resto do campeonato se resumiu a jogos desinteressantes contra times ridículos) depois, provavelmente comprovaremos o óbvio, que os quatro grandes farão as semifinais do campeonato. Só não faço essa afirmação porque não é difícil que o guarani da capital tome outra surra do guarani original.
Fomos para a última rodada liderando a competição, uma simples vitória contra o Linense no interior nos garantiria a permanência no primeiro lugar. Não jogamos absolutamente nada, o placar de 2x1 a favor do time da casa foi merecido. Pior do que perder a liderança foi assistir a pior partida do São Paulo no ano. Nada no time funcionou, o sistema defensivo voltou a cometer falhas grosseiras, o meio de campo foi completamente ineficaz e o ataque passou desapercebido durante os noventa minutos.
Apresentações sem vergonhas como esta a partir de agora custarão muito mais do que os três pontos ou a ponta da tabela, elas fatalmente representarão uma eliminação. Não creio que isto vai acontecer contra o Bragantino no próximo final de semana. É improvável e injustificável que o time entre novamente em campo com uma postura tão passiva e acabe repetindo contra outro adversário fraco tecnicamente os mesmos erros vistos ontem.
O campeonato vai começar de verdade agora, ou matamos ou morremos, sem meio termo, uma vez que fases de mata mata não admitem outras formas de pensamento. Quartas de final, semifinal e se possível a grande final. Não somos favoritos e teremos que jogar muita bola para superar um adversário perigoso antes de chegar a tão desejada decisão. Por mais que os campeonatos estaduais tenham perdido muito de sua relevância ao longos dos últimos anos, poder ser campeão paulista derrotando nossos grandes rivais é algo bom demais.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Missão cumprida

Não havia como pensar este jogo contra o Bahia de Feira de Santana e não imaginar uma vitória por dois ou mais gols de diferença. Por mais que o nosso adversário fosse o atual campeão baiano, que os caras tenham conseguido passar para a segunda fase e que possivelmente este seja o melhor Bahia de Feira de todos os tempos, a verdade é que não enfrentaríamos ninguém. Era nossa obrigação assegurar a classificação já no jogo de ida e eliminar a necessidade do jogo de volta no Morumbi.
Missão cumprida, vitória de 5x2 e classificação à próxima fase garantida. Embora o placar possa sugerir que passeamos em campo e que a partida tenha sido fácil, quem acompanhou o jogo sabe que as coisas não se sucederam dessa forma. Não que o São Paulo tenha encontrado muitas dificuldades ou que o Bahia tenha engrossado o jogo, simplesmente jogamos apenas para o gasto, apresentando um futebol razoável fizemos um primeiro tempo mais ou menos e um segundo tempo bem burocrático.
Independente do que jogamos ou deixamos de jogar o mais importante e o que estava em jogo foi conquistado, chegamos as oitavas de final e a partir de agora enfrentaremos times mais qualificados, obrigatoriamente com partida de ida e volta. Nosso próximo adversário sairá do confronto entre Atlético Goianiense e Ponte Preta, oponentes que acredito eu não conseguirão nos fazer frente. Chegar as quartas de final é apenas uma questão de tempo, superá-las talvez não.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Algumas notas

- Cheguei cedo em Barueri no sábado, o relógio marcava 17:00 horas quando eu traçava um belo sanduíche de pernil nas imediações do estádio. Com ingresso em mãos, dessa vez comprado antecipadamente sem nenhuma dificuldade me livrei de enfrentar uma fila gigantesca e injustificável que se formava em torno das bilheterias. Confesso que senti pena de alguns daqueles milhares de torcedores que se aglomeravam naquelas ruas. Quando próximo do final da partida foi anunciado o público, junto veio a confirmação de que a maioria daqueles torcedores ao perceberem que perderiam boa parte da partida desisitiram de se aventurar por um ingresso e decidiram voltar para casa. Uma pena, com certeza muitos deles tão cedo não voltarão a passar perto de um estádio.

- O placar de 2x0 sobre o Mogi Mirim resultou em nossa décima vitória consecutiva. Sem dúvida alguma esta é uma marca respeitável, que reflete o bom momento que o São Paulo atravessa na competição. Evidente que não podemos deixar de relativizar esse número, uma vez que falamos de uma primeira fase de Campeonato Paulista, repleta de times inexpressivos e muito fracos técnicamente. Contudo não podemos ignorar este fato, já que nossos rivais da capital jogando o mesmo campeonato contra os mesmos times não conseguiram alcançar uma marca semelhante. Mais importante do que qualquer recorde é constatar que o time parece ter mais virtudes do que defeitos.

- Se existe alguma coisa que me causa muita preocupação nesse time do São Paulo é a grande quantidade de desfalques. O título de time mais zicado em termos de jogadores contundidos com certeza é nosso. Rogério Ceni, Wellington, Cañete (lembram dele?), Douglas (contratado machucado!!), Fernandinho, Paulo Miranda e Fabrício (sim, de novo) formam a lista de atletas que hoje batem ponto no Reffis. Levando em consideração que a recuperação de alguns destes jogadores acima citados será a longo prazo, e que não estamos livres de perder outros jogadores, seja por causa de novas contusões ou devido as convocações da seleção olímpica, poderemos ter possíveis perdas com consequências preocupantes.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

45 minutos



No momento em que os alto falantes do estádio Novelli Junior confirmaram os boatos que corriam na arquibancada, comecei a ficar preocupado com os rumos que a partida poderia tomar. Jogar sem o nosso ótimo lateral esquerdo (cortado devido uma lesão na coxa) e escalar o time sem nenhum jogador de criação no meio de campo não era um bom sinal. Estava claro que Cortez faria muita falta, e que Leão tinha cometido um enorme erro na escalação, portanto era evidente que teríamos dificuldades.
As suspeitas se confirmaram. Henrique Miranda completamente perdido não sabia o que fazer em campo, o meio de campo apenas marcava e não criava rigorosamente nada e a defesa batia cabeça como nos piores momentos do começo do campeonato. Jadson mesmo ainda em fase de adaptação e apresentando um futebol inconsistente e oscilante não devia ter ficado no banco, ele era o único que poderia fazer a bola chegar num ataque que não conseguia ser acionado.
Durante toda a primeira etapa o São Paulo não conseguiu se encontrar em campo. Os onze jogadores que vestiam a nossa camisa protagonizaram uma apresentação desastrosa. Desorganizado taticamente passamos 45 minutos maltratando a bola e jogando ela para bem longe da meta adversária. Tamanha ineficiência teve consequências, fomos para o intervalo perdendo de 2x0 com um gol sem querer e outro contra.
Se os 45 minutos iniciais foram esquecíveis, os 45 minutos finais foram memoráveis. Percebendo a merda que tinha feito na escalação da equipe, Leão tratou de fazer o óbvio e colocou Jadson para armar o time. Com alguém para pensar o jogo a partir do meio de campo colocamos a bola no chão e fomos com tudo para cima do Ituano. Jogamos 45 minutos de modo irrepreensível, tempo suficiente para que o placar final registrasse nossa superioridade mediante um 4x2 inapelável, com todos os são paulinos jogando um bom futebol e esbanjando muita raça e vontade.