quinta-feira, 29 de julho de 2010

Partida De Apenas Um Time

- Nossa tio, parece que o São Paulo nem tá querendo jogar!, disse minha sobrinha de 11 anos, lá pelos querenta minutos do primeiro tempo.
Olhei para ela com uma cara que era uma mistura de inconformismo com indignação, e não fui capaz de responder verbalmente, apenas acenei um sim com a cabeça de maneira bem contrariada, concordando com aquilo que até uma pré-adolescente com uma visão limitada do futebol, dada sua pouca idade e seu pequeno interesse pelo futebol conseguia perceber.
No intervalo do jogo minha sobrinha decidiu ir dormir, acredito que ela já tinha visto o suficiente para avaliar a situação, e concluir que perder mais quarenta e cinco minutos de seu sono não seria uma boa escolha; não a condeno. Fiquei sozinho assistindo aquela que foi a partida de apenas um time, sim, pois a idéia do São Paulo em sair do Beira-Rio com um empate sem gols de fato era boa, contudo nossa postura medrosa nos impossibilitou de alcançarmos um resultado satisfatório, fazendo com que nosso time abrisse mão de jogar bola, limitando-se em apenas ficar dando chutando para onde o nariz estivesse apontado.
Entramos em campo em plena semifinal de Libertadores, abdicando do direito de vencer uma partida, e o pior, fizemos isso por vontade e incapacidade própria, e não devido a postura adotada pela equipe do Internacional ter nos forçado a algo do tipo, pelo contrário, o Inter jogou e deixou jogar, pena que o São Paulo não estava disposto a honrar sua história e tentar fazer um gol. Nos comportamos como um time pequeno, não apenas por nossa falta de qualidade, mas principalmente por nossa covardia e falta de ousadia.
Tivemos sorte em sair de Porto Alegre com uma derrota pelo placar mínimo, o que ainda nos dá alguma chance em ir buscar esta vaga à final. Faremos nossa parte na arquibancada, esperando sobretudo uma atitude mais digna daqueles que estarão em campo defendendo nossas cores, nossa história e nossa tradição.

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