segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

2010 Parte 2, A Continuação

Relendo algumas postagens deste blog, em especial as feitas neste ano, fico me perguntando se não sou um torcedor pessimista demais, que critica o time excessivamente, e que acaba sendo extremamente exigente. Reconheço que a grande maioria dos textos aqui escritos, não são nenhum pouco alegres e esperançosos, pelo contrário, é notório que escrevo com um certo pesar, e em um tom cético; entretanto, isso não faz necessariamente de mim, um sujeito com as características pressupostas no início deste parágrafo.
Na verdade acho que sou um porra de um realista, pois quando constato que rodada após rodada, campeonato após campeonato, os fracassos são paulinos apenas confirmam minhas malditas previsões a respeito do nosso calvário, concluo que aquilo que ainda me resta de bom senso, me permite diagnosticar com uma certa precisão, a triste realidade na qual estamos inseridos. Enxergar o óbvio, não me enche de orgulho, muito menos transforma este humilde espaço, e este que vos escreve no porta-voz da verdade absoluta, contudo, ao não me iludir com vitórias artificiais e discursos demagógicos, fico com a consciência tranquila por não estar sendo enganado, muito menos enganando alguém.
Ao compreender a realidade conforme ela se apresenta, notamos que 2011 caminha para ser uma longa continuação de 2010. Faço esta afirmação, não porque logo na terceira rodada do primeiro campeonato que disputamos no ano, em nosso segundo jogo na temporada em nosso estádio, já nos deparamos com uma derrota, mas sim devido fora das quatro linhas, os mandatários tricolores continuam a  nos dar vários exemplos de que eles estão se especializando na arte de cometer equívocos, principalmente o chefão do bando, o futuro ditador do São Paulo, o senhor Juvenal Juvêncio.
Sim, pois está em curso, a maior pilantragem política já feita na história do clube. Após alterar o estatuto do clube, passando o mandato presidencial de dois para três anos, com direito a uma reeleição, Juvenal se diz no direito de concorrer a uma segunda reeleição, pois uma interpretação jurídica, aponta para uma lacuna que defende que após a mudança estatutária de dois para três anos, a primeira eleição de Juvenal em 2006 é automaticamente anulada, assim em 2008, ano em que ele alterou o estatuto, passaria a ser considerada sua primeira eleição, portanto agora em 2011, ele poderia se candidatar à reeleição.
Os advogados (sempre eles) defendem seu cliente evocando a chamada interpretação jurídica, prefiro chamar isso de golpe- sujo, imoral e antidemocrático, que permitirá a Juvenal ficar a frente do São Paulo por mais três anos, totalizando assim oito anos como presidente. Algo perigoso demais, uma vez que com o fim da alternância no poder, e o pluralismo de idéias, estabelece-se um continuísmo no poder que conforme mostra a história, não traz absolutamente nada de bom para os clubes, vide o Palmeiras de Mustafá, o Corinthians de Dualib, e o Santos de Teixeira. É válido também lembrar que a oposição dentro do São Paulo é tão fraca e desarticulada, que não consegue nem mesmo lançar um candidato de oposição, facilitando a execução desse ato déspota de nosso presidente.
Como costumam dizer, Juvenal é um abnegado, um homem determinado, que dá a vida pelo São Paulo, porém começo a desconfiar se tudo o que ele faz, é realmente em prol do São Paulo, pois é nessa conclusão que eu chego, quando vejo uma notícia como a contratação de Rivaldo. A última vez que Rivaldo jogou alguma coisa foi no Barcelona, e isto já faz muito, muito tempo atrás, o que transforma sua contratação em um negócio arriscado, uma grande aposta,  mas se for para apostar, que se aposte então em jogadores mais jovens, que terão teoricamente uma vida útil maior, e que poderão no futuro render alguma grana numa possível negociação. Não, continuamos na contramão das negociatas.
Falta de planejamento, discursos vazios, contratações risíveis, o mesmo senhor no poder, uma oposição estéril, subaproveitamento da base, utilização de refugos no time titular, vitórias mentirosas, futebol ordinário. Todos os fatores acima citados, contribuíram cada um à sua maneira, para que na temporada passada não chegássemos a lugar nenhum, para que nossa derrocada fosse completa. Iniciado um novo ano, uma nova temporada, é nítido que estes problemas continuam a nos afetar, todavia nada é feito a respeito, continuamos a ver uma diretoria omissa e distante, que abandonou o time a própria sorte, e que não se mostra incomodada com o fato de 2011, ser uma longa e decepcionante continuação de 2010.

2 comentários:

  1. Brilhante, Michel!
    E se ser realista é ser pessimista, então somos dois!
    Velho, valeu!
    Seu texto ficou muito bom mesmo.
    Me vi representado nele.
    Espero que muitos outros são-paulinos também...
    Abração,
    Clayton

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  2. Clayton,
    É bem aquilo que você disse em uma postagem feita no seu blog: "Feliz Ano Velho"
    Abraço

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