Dando continuidade as postagens da série “Biblioteca Futebolística”, que não chegou antes ao seu segundo capítulo por pura preguiça da minha parte, pois sempre que é possível exerço meu sagrado e inalienável direito ao ócio, falarei hoje sobre um dos meus livros prediletos, não apenas entre aqueles que abordam o tema futebol, mas dentro da literatura de um modo geral.
O livro em questão é: “Febre de Bola”, do escritor inglês Nick Hornby, a grande obra-prima da literatura sobre futebol, pela qual nutro enorme apreço. Primeiro, pela qualidade do texto; segundo, pela enorme identificação com as idéias e os conceitos defendidos por Hornby sobre o que é futebol e principalmente, sobre o que significa ser um torcedor de futebol.
Escrito sob a forma de diário, Hornby um fanático torcedor do Arsenal, começa o livro descrevendo a maneira como o futebol entrou na sua vida e como através do tempo, ele foi importante para a sua socialização, até o ponto dele se transformar em uma verdadeira obsessão. O livro se desenvolve, com cada jogo servindo de pano de fundo para uma reflexão das conseqüências dessa obsessão nos relacionamentos do autor- não apenas com seu time, mas também com sua família, seu trabalho, seus amigos e suas namoradas.
Febre de Bola como diz o próprio autor: “... é uma tentativa de entender um pouco melhor a minha obsessão. Por que razão esse relacionamento, que começou como uma mera gamação de colegial, já dura quase um quarto de século, mais do que todos os relacionamentos que travei por vontade própria? [...] E por que essa afinidade consegue sobreviver aos meus periódicos sentimentos de indiferença, tristeza e ódio bastante reais? [...] Por fim, Febre de Bola fala do que é ser torcedor.”
Para Hornby, torcedor é aquele sujeito que acompanha as partidas do seu time no estádio. Veja o que ele diz sobre si próprio, quando em uma temporada ele não esteve presente em alguns jogos do Arsenal: “ O ano de 1971[...] ganhamos [...] a famosa Dobradinha. [...] não assisti a nada disso. [...] Perdi tudo. E como este livro é sobre os torcedores de futebol, e não sobre o futebol propriamente dito, o ano da Dobradinha- a melhor temporada do Arsenal no século- na verdade não tem muito lugar na minha história. [...] Claro, fiquei tão feliz [...] mas não contribuíra para o triunfo da Dobradinha [...] Os outros, aqueles que haviam conseguido ingressos para a final e ficado cinco horas na fila em Tottenham, tinham mais a dizer sobre a Dobradinha do que eu.”
Este é o livro que melhor consegue traduzir a essência do torcedor de futebol, pouco importando de que nacionalidade ele seja, pois torcedor é o mesmo em qualquer lugar do mundo. Torcedor é aquele que não mede esforços para estar sempre ao lado do seu time, que sabe que os 90 minutos de uma partida de futebol trazem muito mais sofrimento do que alegria, e que mesmo em condições adversas estará presente no estádio, simplesmente porque não consegue imaginar a possibilidade de não estar lá.
Leitura obrigatória para todos aqueles que têm o estádio de futebol como sua segunda casa, e que se desesperam com um cruzamento para fora, que se aborrecem com uma falha da zaga, que se revoltam com um gol perdido e que não se conformam com a iminência da derrota. Conforme diz Nick Hornby na introdução: “... este livro é para torcedores como nós, e para quem tiver curiosidade de saber como é a nossa vida. Embora os detalhes aqui perteçam exclusivamente a mim, espero que eles ressoem dentro de todos os que já se tenham surpreendido devaneando- no meio de um dia de trabalho, um filme ou uma conversa- sobre um voleio de canhota no canto superior direito ocorrido dez, quinze ou vinte anos atrás.
A OBRA PARECE SER BOA...MAS PERDOE O COMENTÁRIO IMPERTINENTE AO POST:RODADA POSITIVA PRA NÓIS,ESCRIBA!O 'REFUGADOR MOR" PERDEU PRAS SARDINHAS.BOM SINAL...
ResponderExcluirWESLEY
Wesley,
ResponderExcluirFebre de Bola é um grande livro, leitura recomendada.