segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Uma tarde na Javari


Sem jogo do São Paulo nesta rodada de fim de semana do Campeonato Brasileiro, resolvi ir até a simpática Rua Javari acompanhar uma partida do tradicional Juventus da Mooca. O jogo em si não me interessava muito, um embate válido pela segunda fase da Copa Paulista ( torneio criado pela Federação para que os respectivos participantes não passem um semestre inteiro em inatividade) contra uma aberração, um time artificial chamado Red Bull(!)
Fui ao Conde Rodolfo Crespi sábado para sentir de perto todo o clima, toda a atmosfera que cerca aquele local que pode ser considerado o último reduto de resistência ao maldito futebol moderno. Ali o futebol ainda é uma manisfestação verdadeiramente popular, ali o futebol ainda não é movido por interesses comerciais que tendem a transformá-lo num ramo privilegiado da lucrativa indústria do entretenimento.
Nada de Arena mutiuso estilo européia, padrão Fifa, lugares marcados, cadeirinhas, camarotes, área Vip, setor Visa, ingressos em forma de cartão, preços proibitivos, futebol como espetáculo e outras bobagens modernas- apenas um estádio acanhado, sem divisão de setores, cimento da arquibancada, preços populares, ingressos de papel, torcedor junto ao alambrado e alma transbordando por tudo que é lado.
Muitos podem dizer que é romantismo e saudosismo demais de minha parte, que o campo do Juventus não passa de um lugar decadente e ultrapassado, totalmente fora do padrão vigente. Pode até ser, mas a verdade é que isso não tem a menor importância para todos aqueles que sábado compareceram à Rua Javari. Sim, pois estávamos lá para fazer uma espécie de viagem no tempo, rumo à uma época em que o futebol não estava contaminado por esta praga chamado futebol moderno.

* O placar do jogo foi 1x1, o energético fez 1x0 no começo do segundo do tempo e o Juventus empatou no final da partida.
   Destaque negativo para os desprezíveis e despreparados Policiais Militares, que na metade do primeiro tempo confiscaram todos os instrumentos musicais da galera do Setor 2, simplesmente porque eles festejavam demais.

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