Da eliminação para o Atlético Mineiro na Libertadores, até a
estreia no Campeonato Brasileiro ontem contra a Ponte Preta em Campinas foram
dezoito dias sem futebol. Até pensei em escrever alguma coisa neste longo intervalo de tempo, contudo optei pelo silêncio, algo que dado o momento era
muito mais valioso e significativo do que qualquer coisa que eu viesse a
escrever, principalmente porque o cenário pelos lados do Morumbi não era nada
animador e porque já tinha muito imbecil escrevendo e fazendo um monte de merda
por aí.
Durante essas quase três semanas que o São Paulo ficou sem
entrar em campo, motivos para se sentir perturbado e incomodado não faltaram. Nosso presidente golpista reintegrou ao grupo um ex-jogador, um
sujeito hipócrita e dissimulado (não é a toa que hoje ele está na política)
lançou sua candidatura à presidência do São Paulo, o camisa nove que não aceita
nenhum tipo de questionamento fez biquinho e ficou triste ao ser criticado,
pseudo torcedores ameaçaram cancelar seus planos de sócio-torcedor caso o mimado
centroavante fosse negociado, a CBF me fez perder pela segunda vez mais duas
passagens aéreas ao mudar a data do jogo contra o Grêmio em Porto Alegre pela
terceira vez e a PM me proibiu de estar ao lado do meu time no Moisés
Lucarelli.
Não é nada fácil ter que lidar com uma frequência cada vez
maior, com situações absurdas e inadmissíveis semelhantes as descritas no
parágrafo acima. Ver algo que proporciona um enorme sentido para a minha vida e
que eu vivencio de maneira intensa sendo maltratado e destruído por dirigentes
inescrupulosos, jogadores oportunistas e torcedores parasitas me causa um
tremendo desgosto, fazendo muitas vezes com que eu me sinta um verdadeiro
idiota por amar tanto esse esporte. O rumo que o futebol hoje está seguindo não
é mais compatível com torcedores que insistem em ter com ele apenas uma relação
de amor.
Pensei que o início da disputa de um novo campeonato
amenizaria um pouco toda essa minha indignação, contudo a impossibilidade de
acompanhar a partida no estádio, dada a descabida proibição imposta à torcida
são paulina de maneira unilateral pela PM potencializou toda a minha amargura. Eu até
que gostaria de poder falar sobre o jogo, sobre a nossa vitória pelo placar de
2x0, sobre nossas perspectivas para o campeonato e tudo mais, entretanto é
extremamente difícil se concentrar nas coisas que acontecem dentro de campo
quando fora dele tudo está ruindo em um ritmo assustadoramente rápido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário