quinta-feira, 13 de junho de 2013

Desesperança

Aguardo sempre com muita ansiedade a publicação da tabela do Campeonato Brasileiro, visto que programo meus compromissos de acordo com as datas dos jogos do São Paulo, tomando sempre o devido cuidado para que nada me impeça de estar presente nos jogos onde somos mandantes e até em alguns jogos onde somos visitantes. Portanto, é fundamental saber com alguma antecedência quando, onde e em qual horário serão disputadas as partidas, seja para já ir convencendo a namorada, para comprar passagens mais baratas e para bolar uma maneira de faltar no trabalho sem prejuízos maiores. Em suma, é necessário um tempo hábil para tornar tudo possível e o menos conflitante possível.
Originalmente Grêmio e São Paulo estava marcado na tabela para o dia 09/06, por algum motivo o jogo mudou para o dia 12/06, posteriormente mudaram a data do jogo para o dia 08/06 e finalmente a maldita CBF decidiu que o jogo seria disputado novamente no dia 12/06  A ideia inicial era estar presente nesse jogo e me planejei para isso (comprando passagens e reservando hotel), contudo nenhum planejamento resiste a um jogo, que num intervalo de tempo de dois meses teve a sua data alterada TRÊS VEZES (!!!). Portanto, depois de todos esses acontecimentos já não tinha mais esperança de ir até Porto Alegre, assim assistir o primeiro confronto entre Grêmio e São Paulo no novo estádio gremista pela televisão seria algo bem desagradável para mim.
Impossibilitado de ir até o estádio fui perdendo o interesse pela partida. Conforme o contexto em que a partida estava inserida ia adquirindo contornos cada vez mais nojentos com: jogador se fazendo de vítima e demonstrando uma incompreensível insatisfação com sua situação dentro do clube, dirigente incapacitado e esclerosado dando indireta para jogador via imprensa, torcedor que não pisa em estádio insistindo em cagar regra e jornalistas e meios de comunicação mal-intencionados que estão mais preocupados em criar e repercutir boatos do que apurar as informações que são publicadas- meu desinteresse aumentava consideravelmente transformando-se quase que em um completo desânimo.
Não esperava muita coisa do São Paulo, na verdade eu não esperava muita coisa do jogo em si, uma vez que a fase e a qualidade técnica dos dois tricolores não são das melhores. No fim das contas o empate em 1x1 acabou sendo o resultado mais justo e esperado, com a gente ligeiramente melhor no primeiro tempo e eles no segundo. Reconheço que nosso time é limitado e que há sérias carências no elenco, entretanto embora o time não seja nenhuma maravilha é o que está acontecendo longe das quatro linhas que está deixando o clima pesadíssimo, complicando as coisas e colocando tudo a perder.
A sensação que tenho é que mesmo bem posicionado no Campeonato Brasileiro e prestes a disputar uma importante final de campeonato, esta temporada para o São Paulo está fadada ao completo fracasso. Faço essa afirmação porque é nítido que há hoje no tricolor paulista muita gente incompetente, que criam uma série de problemas ao invés de resolvê-los, pessoas que tem a obrigação de trabalhar para que tudo flua em ordem e harmonia, mas que estão agindo segundo interesses próprios, conturbando o ambiente de tal maneira que não é possível enxergar qualquer perspectiva de mudança. A desesperança é grande, e ela dificilmente nos abandonará enquanto estivermos falando sempre das mesmas pessoas.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Juvenal Juvêncio

"Layden ainda ergueu a tribuna de cimento do antigo estádio de madeira- que ganhou o nome de Arquitecto Ricardo Etcheverry, seu vice e responsável pelo projeto do novo setor-, um ginásio poliesportivo para 8 mil pessoas abaixo desta platéia e todo o sistema de iluminação do complexo. Fez isso tudo, mas não soube a hora de deixar o cargo. Nas palavras do torcedor e sócio Arturo, 68 anos a explicação: Ele foi um um ser humano notável, extraordinário. Mas ficou tempo demais à frente do clube e, quando isso acontece, tudo se contamina e você se afasta da realidade."

Trecho do texto Grandeza perdida em Caballito , de Rodrigo Barneschi que fala sobre Santiago Layden, presidente do Ferro Carril Oeste que durante o período que esteve a frente do clube do bairro de Caballito adotou práticas e métodos semelhantes aos hoje utilizados por Juvenal Juvêncio no São Paulo.
Guardadas as devidas proporções, creio que o paralelo é válido e pensar a respeito é necessário, principalmente depois de tudo o que presenciamos ontem a noite no gramado do Morumbi.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Acerca de mais uma rodada

Enfrentar o Atlético Mineiro no Independência não é nada fácil, desde que o estádio foi reinaugurado em 2012 a equipe mineira defende ali uma respeitável invencibilidade de 35 jogos. O São Paulo sabe muito bem a dureza que é ser visitante naquele lugar, tanto é que este ano nas duas oportunidades que jogamos lá voltamos para casa com duas derrotas, sendo que a última delas resultou em uma sumária e dolorosa eliminação.
Dado todo o poderio atleticano jogando em seus domínios, um empate ontem por si só já seria classificado como um bom resultado. Levando em consideração que o empate sem gols conquistado em Belo Horizonte significou a manutenção da liderança, devemos encará-lo como um ótimo resultado, inclusive pelo fato do time estar bastante desfalcado e os respectivos substitutos serem quase todos uns verdadeiros incapacitados.
No final das contas além do resultado ter agradado tanto atleticanos quanto são-paulinos, que não perderam posições na tabela ao término da rodada, ele também acabou sendo um resultado justo. Embora as duas equipes tenham alternado bons e maus momentos ao longo de toda a partida, com alvinegros e tricolores criando e oferecendo chances basicamente na mesma proporção, nenhum deles chegou a estabelecer um domínio contundente sobre o adversário.
A liderança é importante e de certo modo até impressiona, uma vez que o elenco passa por uma considerável reformulação, com jogadores sendo dispensados e contratados/reintegrados de uma maneira bastante esquisita. Entretanto a primeira posição na tabela não significa rigorosamente nada, especialmente em uma competição extensa como é o Campeonato Brasileiro, com longas trinta e oito rodadas e que começou a apenas três.