quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Luis Fabiano

Ao que tudo indica, domingo contra o Flamengo em um Morumbi lotado Luis Fabiano fará sua reestreia com a camisa do São Paulo. A expectativa tanto do jogador quanto da torcida, pela chegada do jogo que marcará o retorno do nosso novo camisa 9 aos gramados é enorme. Desde a grandiosa festa de apresentação do centroavante aguardamos sua escalação no time titular, porém as notícias de seus seguidos problemas físicos que adiaram por diversas vezes sua volta, acabaram sempre nos frustrando, o que fez nossa expectativa aumentar cada vez mais.
Contratado a peso de ouro junto ao Sevilha, Luis Fabiano volta para um São Paulo que hoje possui um time com algumas semelhanças com aquele último São Paulo que ele fez parte. Me refiro ao time de 2004, que tinha um elenco desequilibrado, não empolgava a torcida e apresentava um futebol bastante inconsistente. Naquela época até que conseguíamos chegar perto de algumas conquistas, mas nos momentos mais agudos e decisivos sempre falhávamos.
Luis Fabiano jogou muita bola em sua primeira passagem pelo São Paulo, um centroavante habilidoso e oportunista, com uma média incrível de gols, sendo sempre o destaque do São Paulo nos campeonatos. Todavia no período em que Luis Fabiano esteve no comado de ataque são paulino não conquistamos nenhum troféu, e parte da torcida, ansiosa por títulos importantes que não conquistávamos já fazia um bom tempo, equivocadamente elegeu ele e Rogério Ceni como bodes expiatórios daquela traumática derrota frente ao Once Caldas, quando fomos eliminados com um gol aos 45 do segundo tempo.
A partir desta eliminação, Luis Fabuloso injustamente ganhou a alcunha de Luis Pipoquero, e o mesmo saiu do São Paulo pelas portas do fundo e dando graças a deus. Passados 7 longos anos Luis Fabiano retorna ao tricolor paulista com status de ídolo, e nele é depositado uma perigosa esperança. Evidente que Luis Fabiano ajudará muito o São Paulo e que com ele ficamos mais fortes, contudo não podemos nos esquecer que nossos problemas vão muito além de quem veste a camisa 9.
Portanto é bom que todos aqueles imbecis que apoiaram ou estavam no tobagã naquele fatídico jogo pós Once Caldas, vestidos de amarelo e atrapalhando o time, tenham aprendido alguma coisa com aquele episódio e entendam que Luis Fabiano não joga sozinho, ele também depende de seus companheiros para marcar seus gols e conquistar nossas vitórias. Lembrando que ao mesmo tempo que existe um Rogério Ceni, um Rhodolfo e um Lucas para tornar isso mais fácil, existe também um Juan, um Marlos um Xandão e um Rodrigo Caio que pode colocar tudo a perder, assim como antigamente existia um Alexandre, um Gustavo Nery, um Jean e um Julio Santos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Empate alucinante


Se classifiquei o empate contra o small club como algo depressivo, uma vez que ao ver o São Paulo desperdiçar uma grande oportunidade de assumir a liderança do campeonato, e instaurar de vez a crise no lado inimigo me deixou muito mal, o empate de ontem contra o Botafogo teve um significado totalmente oposto. Mesmo que a quantidade de pontos conquistados nas duas partidas tenham sido iguais, o 2x2 no Engenhão foi completamente alucinante, um jogo memorável, daqueles que recompensam todo o esforço que é se deslocar até um outro estado para acompanhar uma partida de futebol.
Tecnicamente o São Paulo esteve longe de fazer uma boa partida, principalmente no primeiro tempo, onde nenhum setor do time funcionou e fomos dominados pelo Botafogo, que soube explorar muito bem toda a nossa ineficiência. Mandando e ditando o ritmo do jogo, com extrema facilidade nosso adversário abriu um 2x0 no placar que parecia irreversível, pois eu não conseguia acreditar que o São Paulo seria capaz de marcar algum gol naquela tarde, não depois de ver a maneira como os dois times se portavam dentro de campo durante aqueles 45 minutos iniciais.
Veio o segundo tempo e o lance que para mim decidiu os rumos da partida. Após marcar os dois gols para o seu time, Loco Abreu que é disparado o jogador de linha mais esclarecido e com mais alma no futebol brasileiro ( sua nacionalidade uruguaia explica muito bem a razão disso ), perdeu um dos gols mais feito do ano, que caso fosse convertido fatalmente teria selado a vitória botafoguense, mas que ao ser desperdiçado tornou-se um dos fatores determinantes para a incrível reação são paulina.
A partir desse erro do atacante estrangeiro, o São Paulo aos poucos foi se acertando em campo e equlibrando uma partida que muitos já davam como perdida, inclusive eu, que inevitavelmente começava a pensar na dureza que seria voltar para casa com outro resultado negativo nas costas. Com as boas alterações feitas por Adilson fomos para cima, e após uma queimada de roupa do goleiro reserva dos caras, Henrique, o bostinha com pinta de fã do Fresno descontou para a gente incendiando de vez o time.
Na base da raça e da força da camisa fomos pressionando e acuando o Botafogo, que assim como sua torcida já sentia que as coisas não íam nada bem, e que o gol de empate tricolor era apenas uma questão de tempo. Contudo o tempo passava e nosso gol não saia, o que contribuia para aumentar a alucinação na arquibancada, que atingiu altos índices quando empatamos a partida aos 45 do segundo tempo, e que chegou ao extremo quando nos acréscimos por muito pouco não fizemos o gol da vitória.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Empate depressivo

Fizemos ontem no Morumbi contra nosso principal inimigo o jogo mais importante do ano. A expectativa e a ansiedade pelo embate contra a escória alvinegra era enorme, pois ao enfrentar um adversário enfraquecido, nossas chances de vitória eram consideráveis. No caso de um triunfo tricolor, além da incrível moral que ganharíamos para o restante do campeonato, trazendo em definitivo a torcida para junto do time, poderíamos abrir 4 pontos de vantagem em relação ao small club, empurrando-os para o abismo e agravando a crise pelos lados de Itaquera.
A oportunidade de derrotar a corja imunda sem estádio novamente foi desperdiçada, a vitória não veio e agora resta nos contentarmos com um depressivo empate por 0x0, contra um time que veio até a nossa casa apenas para se defender. Se para o time visitante o resultado foi satisfatório, para nós ele foi muito ruim, sobretudo devido as condições e o contexto em que se encontra nosso adversário, o que torna o placar final da partida ainda pior, não apenas em termos de pontuação, mas por tudo aquilo que significa um tropeço frente a esta instituição abjeta.
A verdade é que o São Paulo novamente não conseguiu jogar bem, e desta vez a sorte que nos acompanhou algumas vezes em outros jogos, ontem não deus as caras. Por mais que o domínio da partida fosse nosso, pouco incomodávamos e agredíamos nosso oponente, tanto que não consigo me lembrar de absolutamente nenhuma defesa do camisa 1 do outro time. Esbarrávamos em nossas próprias pernas e na pouquíssima movimentação de um time excessivamente estático e mal treinado, comandado por um sujeito que é uma verdadeira nulidade como técnico ( o que não significa que atribuo a Adilson todo o ônus do malogro são paulino)
Acredito que a minha decepção diante do empate, é oriunda de toda a expectativa que acabei criando em torno desta partida. Não sei se é por causa do asco que sinto por aquele clube, ou devido esse insano amor que nutro pelo São Paulo, mas ontem eu estava mais pilhado do que de costume para o clássico. A partir do momento em que dentro de campo as coisas não davam certo e o São Paulo apenas me frustrava, pouco a pouco toda a ansiedade e a esperança que tomavam conta de mim, foram dando lugar a uma amarga sensação de depressão.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

É quarta-feira!

Levando em consideração apenas o elástico placar de 4x0, podemos ser induzidos a acreditar que a partida contra o Ceará foi tranquila, que o São Paulo jogou fácil e dominou a partida, não encontrando dificuldades para derrotar o adversário que veio até o Morumbi nos desafiar. Quem esteve no estádio sábado, sabe muito bem que o resultado final não condiz com o futebol praticado pelo São Paulo ao longo dos 90 minutos, e que a goleada foi estabelecida com uma certa dificuldade.
Até os 42 minutos do primeiro tempo o jogo estava bem complicado, o São Paulo completamente desnorteado em campo não conseguia fazer a bola chegar até o ataque, enquanto que o Ceará, bem postado, criava e desperdiçava uma chance atrás da outra. Quando a primeira etapa já estava chegando ao fim, e todo o estádio já se preparava para começar as vaias tão logo o intervalo começasse, eis que de cabeça Juan executou o milagre que possivelmente só voltará a acontecer quando o eixo da Terra novamente se alinhar ao eixo do Sol.
Ainda no primeiro tempo, dois minutos após o espantoso feito do nosso lateral esquerdo, nosso lateral direito ampliou o placar. Fomos para o intervalo com um inesperado 2x0, que não refletia em nada o que foram aqueles 45 minutos iniciais, visto a superioridade da equipe cearense, que se tivesse um centroavante um pouco menos orelhudo, fatalmente teria feito algum gol. A tranqüilidade originada do resultado favorável, nos proporcionou um segundo tempo tranquilo, administramos a vantagem e ainda fizemos mais dois gols, dando números finais a partida.
A partir do instante que me convenci que a vitória seria nossa (quando fizemos 3x0), passei a me concentrar no jogo de quarta-feira contra os pilantras da marginal sem número, e desde então não consigo pensar em outra coisa. Quarta-feira no Morumbi, temos uma guerra marcada contra nosso principal inimigo, contra o time que tem a maior quantidade de filhos da puta em seu quadro diretivo, contra o time que se alinhou ao que há de mais podre e sujo no futebol nacional, contra o time que baseia a maioria de suas ações visando nos prejudicar- portanto não aceitarei nenhum resultado que não seja nossa vitória.
Temos daqui a dois dias uma enorme oportunidade de jogar essa escória de vez no precipício, de tornar a crise deles ainda maior, de abrirmos 4 significativos pontos de vantagem em relação a estes malditos, de embalarmos de vez no campeonato, de alcançarmos a liderança e de mostrar porque que dentre os grandes somos os primeiros. É o jogo mais importante do ano e tempos que jogar junto com o time, empurrando-o para a vitória e transformando o Morumbi num inferno para quem não for dos nossos.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Biblioteca Futebolística


Dando continuidade as postagens da série “Biblioteca Futebolística”, que não chegou antes ao seu segundo capítulo por pura preguiça da minha parte, pois sempre que é possível exerço meu sagrado e inalienável direito ao ócio, falarei hoje sobre um dos meus livros prediletos, não apenas entre aqueles que abordam o tema futebol, mas dentro da literatura de um modo geral.
O livro em questão é: “Febre de Bola”, do escritor inglês Nick Hornby, a grande obra-prima da literatura sobre futebol, pela qual nutro enorme apreço. Primeiro, pela qualidade do texto; segundo, pela enorme identificação com as idéias e os conceitos defendidos por Hornby sobre o que é futebol e principalmente, sobre o que significa ser um torcedor de futebol.
Escrito sob a forma de diário, Hornby um fanático torcedor do Arsenal, começa o livro descrevendo a maneira como o futebol entrou na sua vida e como através do tempo, ele foi importante para a sua socialização, até o ponto dele se transformar em uma verdadeira obsessão. O livro se desenvolve, com cada jogo servindo de pano de fundo para uma reflexão das conseqüências dessa obsessão nos relacionamentos do autor- não apenas com seu time, mas também com sua família, seu trabalho, seus amigos e suas namoradas.
Febre de Bola como diz o próprio autor: “... é uma tentativa de entender um pouco melhor a minha obsessão. Por que razão esse relacionamento, que começou como uma mera gamação de colegial, já dura quase um quarto de século, mais do que todos os relacionamentos que travei por vontade própria? [...] E por que essa afinidade consegue sobreviver aos meus periódicos sentimentos de indiferença, tristeza e ódio bastante reais? [...] Por fim, Febre de Bola fala do que é ser torcedor.”
Para Hornby, torcedor é aquele sujeito que acompanha as partidas do seu time no estádio. Veja o que ele diz sobre si próprio, quando em uma temporada ele não esteve presente em alguns jogos do Arsenal: “ O ano de 1971[...] ganhamos [...] a famosa Dobradinha. [...] não assisti a nada disso. [...] Perdi tudo. E como este livro é sobre os torcedores de futebol, e não sobre o futebol propriamente dito, o ano da Dobradinha- a melhor temporada do Arsenal no século- na verdade não tem muito lugar na minha história. [...] Claro, fiquei tão feliz [...] mas não contribuíra para o triunfo da Dobradinha [...] Os outros, aqueles que haviam conseguido ingressos para a final e ficado cinco horas na fila em Tottenham, tinham mais a dizer sobre a Dobradinha do que eu.”
Este é o livro que melhor consegue traduzir a essência do torcedor de futebol, pouco importando de que nacionalidade ele seja, pois torcedor é o mesmo em qualquer lugar do mundo. Torcedor é aquele que não mede esforços para estar sempre ao lado do seu time, que sabe que os 90 minutos de uma partida de futebol trazem muito mais sofrimento do que alegria, e que mesmo em condições adversas estará presente no estádio, simplesmente porque não consegue imaginar a possibilidade de não estar lá.
Leitura obrigatória para todos aqueles que têm o estádio de futebol como sua segunda casa, e que se desesperam com um cruzamento para fora, que se aborrecem com uma falha da zaga, que se revoltam com um gol perdido e que não se conformam com a iminência da derrota. Conforme diz Nick Hornby na introdução: “... este livro é para torcedores como nós, e para quem tiver curiosidade de saber como é a nossa vida. Embora os detalhes aqui perteçam exclusivamente a mim, espero que eles ressoem dentro de todos os que já se tenham surpreendido devaneando- no meio de um dia de trabalho, um filme ou uma conversa- sobre um voleio de canhota no canto superior direito ocorrido dez, quinze ou vinte anos atrás.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Derrota compreensível


Jogar contra o Grêmio no Rio Grande do Sul nunca poderá ser considerada uma tarefa fácil. Por mais que a fase dos gaúhos não seja das melhores, e que eles apareçam na parte inferior da tabela, enfrentar os caras no estádio Olímpico é sempre complicado. Isto não quer dizer que estamos obrigatoriamente fadados a derrota, mas devemos ter em mente que a possibilidade de sucesso são paulino por aquelas bandas é algo bem reduzido.
Ontem este grande clássico do futebol brasileiro ganhou mais um capítulo, e coube novamente ao tricolor paulista protagonizar o papel da equipe derrotada, aumentando nossa desvantagem histórica nos confrontos contra o Grêmio no Sul do país. Acompanhamos uma partida dura, de muita pegada e marcação pesada, resultando em um jogo truncado, onde nehuma equipe conseguia chegar com facilidade no gol adversário, pois a maioria das jogadas eram destruídas no meio de campo.
São Paulo e Grêmio fizeram aquele típico jogo onde a equipe que conseguisse marcar o primeiro gol, fatalmente conquistaria a vitória, uma vez que a prioridade dos dois times era anular as investidas do outro. Soma-se a isso o limitado poder de criação dos tricolores paulista e gaúcho, e temos as condições perfeitas para um jogo de quando no muito apenas um gol. No final das contas, o Grêmio por estar numa posição perigosa e jogando em casa diante da sua torcida, foi obrigado a ser mais ousado e sair para o ataque, vencendo o jogo pelo placar mínimo.
Um resultado normal, uma derrota compreensível, já que voltar de Porto Alegre com os três pontos é a exceção não a regra. Não devemos portanto encarar este resultado como uma fatalidade, pois ficar esta rodada sem somar pontos já era esperado. São os pontos perdidos de forma ridícula no Morumbi que poderão ser decisivos no final do campeonato, não estes que perdemos para o Grêmio no Olímpico, que eu desconfiava que não seriam trazidos para São Paulo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Felicidade completa

Rogério Ceni, como um grande e verdadeiro torcedor são paulino que é, sabia que a sua felicidade, e a felicidade de todos os mais de 63 mil tricolores que lotaram o Morumbi ontem a tarde, só seria completa, caso no seu jogo de número mil vestindo a camisa do São Paulo uma vitória fosse conquistada. A tarde de celebração a mais um grandioso feito do nosso mítico goleiro, que começou com uma festa enorme comandada por nossa torcida, deveria obrigatoriamente atingir o seu clímax quando o juiz encerrasse a partida. Bem posicionado na tabela, mais uma vez o São Paulo teria a oportunidade de jogando em casa, alcançar a liderança do campeonato, portanto não poderíamos falhar novamente.
Vencer não seria uma tarefa nenhum pouco fácil, mesmo que o jogo fosse contra um adversário que habita a zona de rebaixamento, certamente o São Paulo encontraria algumas dificuldades para construir sua vitória. Para a surpresa de todos, com menos de um minuto de bola rolando Lucas abriu o placar para a gente, fazendo o estádio explodir ainda mais de alegria. Por um instante achei que o jogo transcorreria de maneira tranquila, pensei que o 1x0 no placar em conjunto com aquele clima, aquela atmosfera maravilhosa que cercava o estádio, seria determinante para fazer o São Paulo jogar bem e reencontrar o bom futebol.
Acabei me iludindo, não demorou muito tempo e o Atlético Mineiro empatou a partida. Após uma cobrança de falta a bola foi alçada na área, e outra vez nosso sistema defensivo falhou feio, com todos os nossos jogadores apenas olhando o zagueiro atleticano subir e com total liberdade cabecear a bola para o fundo do nosso gol. A partir deste gol o São Paulo parou, completamente desorganizado em campo não conseguimos articular nenhuma jogada, passamos o resto do primeiro dando toquinho de lado, o que irritou a torcida que com razão vaiou o time no intervalo.
Em termos técnicos o segundo tempo foi basicamente igual ao primeiro, o São Paulo continuou cometendo os mesmos erros e judiando da bola, contudo conseguimos fazer um gol e não sofrer nenhum. Pronto, a felicidade estava completa, em uma tarde gloriosa voltamos a vencer no Morumbi, conquistamos a liderança da competição e celebramos Rogério Ceni. A exaltação ao mito Rogério Ceni, deu-se não só pela conquista de mais uma marca impressionante, mas sim devido a sua existência e por tudo aquilo que ele representa e significa na história do glorioso São Paulo Futebol Clube. Algo que só pode ser compreendido e dimensionado por aqueles que vestem a mesma camisa que Rogério Ceni.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Contrariando os prognósticos

Nossas perspectivas na rodada não eram nada favoráveis, pois vinhamos de uma apresentação grotesca no meio da semana contra o Fluminense, e teríamos que ir até Florianópolis enfrentar a equipe do Figueirense com nada menos do que ONZE desfalques. Nenhum torcedor são paulino estava confiante em um triunfo, dadas as circunstâncias voltar para casa com uma vitória era improvável demais, um empate estaria de bom tamanho. Como a principal característica deste Campeonato Brasileiro é a imprevisibilidade, eis que conquistamos os três pontos.
Dentro de campo era nítido o porquê de toda a desconfiança da torcida. Nosso primeiro tempo foi tecnicamente horroroso, conseguimos chutar a primeira bola no gol por volta dos quarenta minutos, mas ela passou muito longe do alvo. Tudo fazia parecer que a primeira etapa terminaria empatada, já que nosso sistema defensivo conseguia conter as investidas catarinenses e não tinhamos absolutamente nenhum poder de fogo. Até que o improvável aconteceu: a partir de uma cobrança de falta a bola foi alçada na área e após uma pequena confusão ela parou no fundo da rede.
Era inacreditável ir para o segundo tempo em vantagem, sobretudo depois de passar quarenta e cinco minutos apenas destruindo as jogadas do adversário, contudo a justiça no placar logo se estabeleceu, com apenas cinco minutos o Figueirense empatou a partida. Não conseguia acreditar que o São Paulo tomaria novamente a frente no placar, pois não parecia que nosso gol iria se materializar mediante uma jogada articulada de maneira consciente, seria necessário outra jogada confusa e meio sem querer (como no primeiro gol) para retomar a frente na partida.
Contrariando todos os prognósticos, o gol que nos garantiu a vitória mais imprevisível do ano veio através de uma boa jogada tramada entre nosso meio de campo e ataque. Se a vitória de sábado por si só já estava ótima, após os resultados dos jogos de domingo ela se transformou em algo grandioso, uma vez que assumimos a vice-liderança da competição. Mais uma vez nos encontramos numa posição em que uma vitória no próximo jogo, que será realizado no Morumbi, poderá nos proporcionar o primeiro lugar na tabela, novamente o São Paulo tem a oportunidade de fazer sua torcida tentar voltar a acreditar no time. Espero que desta vez o prognóstico de uma vitória em casa finalmente se confirme.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Choque de realidade

Quatro dias atrás, quando o primeiro turno do Campeonato Brasileiro chegou ao fim pensei comigo mesmo: “Não jogamos bem a maioria das partidas, perdemos uma quantidade enorme de pontos atuando em casa, sofremos para escalar o time devido uma série de desfalques, nossos dirigentes são uns merdas, temos jogadores no elenco que não seriam titulares nem na Seleção Paraolímpica e mesmo assim conseguimos acabar o turno na terceira posição, apenas dois pontos atrás do líder- porra, estamos no lucro, vamos então deixar o pessimismo e as postagens virulentas de lado e voltar a acreditar no time.”
Ingenuamente me convenci de que a partir do segundo turno, quando o campeonato recomeçasse e mais 19 rodadas fossem disputadas, nosso time seria capaz de corrigir e reparar os erros e as falhas que tanto nos prejudicaram no primeiro turno. Baseado apenas em achismos e convicções infundadas, ignorando por completo questões fundamentais para se fazer uma análise mais séria, racional e convincente, acabei criando uma expectativa completamente descolada da realidade.
O contato imaginário com uma realidade idealizada que existia apenas na minha cabeça, me deixou todo empolgado para o embate contra o Fluminense. Eu realmente acreditava que começaríamos o segundo turno vencendo no Morumbi, que o São Paulo seria capaz de derrotar o tricolor carioca, que não deixaríamos mais pontos pelo caminho, que nossos jogadores fariam uma apresentação digna, que após 90 minutos de futebol sairíamos ilesos defensivamente e que dependendo das combinações de resultados alcançaríamos a liderança.
O choque de realidade foi enorme, com menos de 5 minutos de bola rolando já deu para perceber que tudo que eu imaginava não passava de meras fantasias, devaneios completamente sem sentido. Uma a uma, todas as minhas ilusões foram sendo destruídas pelo São Paulo, que nos presenteou com uma apresentação deplorável, falhando em todos os setores do campo, acumulando mais uma derrota no Morumbi, perdendo pontos preciosos e irrecuperáveis e caindo da terceira para a quinta colocação; exatamente como eu não imaginava.