segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pensando sobre o até agora

Terminada a nona rodada do Campeonato Paulista, a oitava para o São Paulo já que possuímos um jogo a menos, alcançamos a liderança da competição. Os números são expressivos: seis vitórias, um empate e uma derrota; dezoito pontos conquistados em uma campanha com um aproveitamento de 79,16%, contudo isso não significa muita coisa, pra falar a verdade isso não significa rigorosamente nada.
Não é questão de desmerecer a boa campanha são paulina no estadual, mas se olharmos para dentro de campo com uma postura minimamente crítica veremos que não há motivos para empolgação. Não posso dizer que o São Paulo está jogando mal, mas tampouco posso dizer que o São Paulo está jogando bem, estamos jogando de maneira razoável o que nos permite liderar a competição e nada mais, ponto.
Os poucos torcedores que tem acompanhado o tricolor no estádio estão presenciando um time em processo de formação. É curioso fazer esse tipo de afirmação, uma vez que ano passado o time estava pronto e agora ele meio que precisa ser reconstruído, sendo que de 2012 para 2013 apenas um jogador titular foi vendido. Infelizmente aquele que se foi era o principal responsável por dar todo um equilíbrio à equipe.
A partida de sábado contra o Linense no Morumbi, uma vitória sem muito brilho por 3x0 ilustra bem como Ney Franco ainda tem algumas dúvidas na escalação do time titular. Jadson e Ganso juntos? Lucio e Tolói ou Lucio e Rhodolfo? Douglas na lateral ou na ponta? Aloísio e Cañete reservas? Que o Campeonato Paulista sirva ao menos para que nosso treinador consiga dirimir suas dúvidas, definindo um esquema tático e quem são seus titulares.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Casa/Estádio


Sempre tive vontade de morar perto do estádio do São Paulo, mas nunca tive vontade de morar no Morumbi. Explico a incoerência das palavras acima escritas da seguinte forma: do mesmo modo que me agrada a idéia de estar separado por apenas uma pequena caminhada do lugar em que minha vida faz mais sentido, que seria ótimo poder apreciar o Morumbi da janela do meu quarto ou da sala e que adoraria ver minha casa sendo invadida por aquela maravilhosa atmosfera que toma conta das cercanias do Cícero Pompeu de Toledo em dias de jogos; eu não conseguiria morar em lugar onde existe uma associação de bairro nojenta composta por umas dondocas desocupadas, onde registra-se um dos maiores níveis de assalto a residências na cidade de São Paulo e onde o valor do metro quadrado é incompatível com meus rendimentos.
Confesso que atualmente esses pensamentos conflitantes envolvendo a questão casa/estádio já não me afligem tanto assim, e isso deve-se basicamente a dois fatores. Primeiro porque hoje em dia eu vivo muito bem em São Caetano do Sul, me sinto totalmente à vontade e completamente adaptado nesta pequena cidade do ABC Paulista onde nasci, me criei e construi e ainda construo minha vida; segundo porque mesmo estando distante uns trinta quilômetros do Morumbi, todas as vezes que o São Paulo vem até minha cidade enfrentar o São Caetano no Anacleto Campanella, dada a proximidade da minha casa com o estádio local o meu bairro momentaneamente transforma-se no Morumbi (sem os aspectos negativos do bairro da zona sul, diga-se), e posso vivenciar algo muito semelhante caso morasse nos arredores do estádio tricolor.
Quarta-feira quando lá pelas 18h30 eu me aproximava de casa após sair do trabalho, já era possível sentir aquele clima sem igual encontrado nas proximidades dos estádios de futebol. A minha rua estava tomada de torcedores com a camisa do São Paulo seguindo em direção ao campo, nas ruas um pouco mais abaixo os malditos flanelinhas começavam a extorquir motoristas que procuravam um lugar para estacionar e mais adiante cambistas e ambulantes disputavam espaço oferecendo seus produtos para todos aqueles que cruzavam seu caminho. O trajeto de casa até o estádio foi feito em uma caminhada de apenas seis minutos, tempo este curtido e vivenciado de uma maneira única.
A última vez que enfrentamos o São Caetano na casa deles tinha sido no Campeonato Paulista de 2011, confesso que já estava com saudade de pisar novamente naquelas arquibancadas meio de madeira meio de ferro do Anacleto Campanella. Na verdade muita gente estava saudoso deste jogo, tanto é que o estádio estava lotado, até o setor da torcida local que costuma ser frequentado por apenas umas três centenas de torcedores estava completo. Vi vários vizinhos e gente que conheço de vista, que possivelmente tem neste jogo contra o São Caetano no ABC a única chance de acompanhar o São Paulo no estádio marcando presença, tenho certeza que eles gostaram do que viram. Quanto a mim, digo que fiquei aliviado ao ver o time fazer um bom segundo tempo que garantiu a vitória, me proporcionando uma volta para casa, que na quarta-feira era uma extensão do estádio, em algo agradabilíssimo.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Dificuldade

Depois de uma derrota, uma vitória na partida seguinte torna-se praticamente uma obrigação. Digo isso porque time grande não pode ficar muito tempo sem vencer, evitar que uma série de insucessos se estabeleça é importante primeiro, para que o time mantenha o moral elevado e segundo, para que o time não se afaste da luta pelas primeiras posições na tabela dos campeonatos disputados.
Um jogo em casa contra um adversário fraco como o Ituano era o tipo de confronto perfeito para retomarmos o caminho das vitórias. De fato a vitória veio, todavia acredito que ninguém (nem mesmo o pessoal do Ituano) imaginava que ela seria tão sofrida e difícil, conquistada somente no final do segundo tempo quando retomamos a vantagem no placar após o Ituano buscar o empate em duas ocasiões.
Iniciamos bem, fizemos 1x0 e tínhamos o controle total da partida, mas aí o time parou, não criamos mais nada e começamos a errar muitos passes. O adversário então cresceu na partida, saiu da defesa e decidiu partir para o ataque alcançando o empate após um frango incrível de Rogério, que de imediato socou a trave tamanha era sua raiva e frustração para posteriormente gesticular assumindo toda a responsabilidade pelo erro.
Seguiu-se a segunda etapa basicamente como uma repetição da primeira, vantagem são paulina no placar e na sequência igualdade conquistada pelo visitante após falha do bandeirinha e dos nossos jogadores de defesa que continuavam se posicionando muito mal. O suado e sofrido gol da vitória veio quando já estávamos em contagem regressiva, e os raios e relâmpagos iluminavam o horizonte por detrás das arquibancadas do Morumbi.
Vencemos, mas definitivamente não jogamos bem. Ao que parece as dificuldades que enfrentaremos sem a presença de Lucas em campo serão maiores do que o esperado. Não há hoje no São Paulo um jogador capaz de fazer o que nosso ex-camisa sete fazia, por mais que Ney Franco através de adaptações tente reproduzir o esquema de jogo do ano passado, está cada vez mais claro que ele só funcionava com Lucas na escalação.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Deixou a desejar

Em um grupo composto por São Paulo, Atlético Mineiro, Arsenal e The Strongest, os dois clubes brasileiros despontam como favoritos à conquista das duas vagas para a próxima fase da Libertadores. Não vejo o time argentino e tampouco o time boliviano com forças suficientes para fazer frente e roubar a vaga ou de São Paulo ou de Atlético, vejo sim uma briga muito forte entre paulistas e mineiros na briga pelo primeiro e segundo lugar do grupo.
Essa briga durará várias partidas e possivelmente será definida apenas na última rodada, quando enfrentaremos o Atlético no Morumbi. Até lá, será fundamental perder o menor número de pontos possíveis nos confrontos contra as duas equipes estrangeiras do grupo, pois será importante ir para a derradeira e decisiva partida com algum tipo de vantagem além do mando de campo.
No primeiro jogo envolvendo as duas equipes, vitória atleticana, 2x1. Nada de anormal perder para o Atlético jogando em Belo Horizonte, o time dos caras é bom, possui jogadores qualificados e está bem estruturado taticamente, não é a toa que jogando no Independência o Atlético possui uma invencibilidade e um retrospecto de respeito. Portanto, é completamente aceitável o revés no jogo de ontem, o que não podemos aceitar é a maneira ridícula que o São Paulo se comportou em campo.
Não fizemos absolutamente nada no primeiro tempo, passamos quarenta e cinco longos minutos apenas assistindo o Atlético jogar, não fomos capazes de obrigar o goleiro adversário a sequer fazer uma mísera defesa, transformando-o num espectador privilegiadíssimo que não deve ter produzido uma gota de suor ao longo de toda a etapa inicial. Era desanimador ver um São Paulo impotente e inofensivo do meio para a frente, e perdido e bagunçado do meio para trás.
Melhoramos um pouco no segundo tempo, mas depois de um primeiro tempo onde fomos uma nulidade isso não chega a significar muita coisa, tanto que o Atlético chegou ao segundo gol antes do São Paulo conseguir fazer o primeiro. Derrota justa e merecida de um time que deixou muito a desejar e que precisa rever algumas questões, principalmente depois do nosso treinador afirmar que ontem o São Paulo fez: “um baita de um jogo”


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bom jogo em Campinas

Estamos todos de acordo que a fórmula de disputa do Campeonato Paulista não faz o menor sentido. A modorrenta primeira fase, composta de intermináveis dezenove rodadas é um verdadeiro calvário para o torcedor, as únicas partidas que de fato importam alguma coisa são os clássicos contra porco e gamba e o jogo contra o Santos, todo o resto não passa de confrontos desinteressantes contra agremiações que hoje mal conseguem sobreviver.
Sábado por exemplo, o que mais me motivou além do amor pelo São Paulo a enfrentar uma rodovia engarrafada por causa do feriado de Carnaval e repleta de pedágios caros, rumando para o Brinco de Ouro foi poder me reencontrar com um estádio que nos traz ótimas lembranças e que não visitava desde 2010, quando enfrentamos o Guarani em partida válida pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano.
Convenhamos, um embate entre o time reserva do São Paulo contra um enfraquecido Guarani, que hoje agoniza na terceira divisão do futebol brasileiro não empolga quase ninguém. O reflexo disso pôde ser percebido nas arquibancadas do estádio bugrino, apenas 4700 pagantes se aventuraram em acompanhar uma partida que tinha tudo para ser uma verdadeira pelada completamente esquecível.
Felizmente o ato de coragem dos torcedores das duas equipes foi devidamente recompensado, e todos nós pudemos presenciar uma partida no mínimo interessante. Sim, pois embora tecnicamente o jogo não tenha sido um primor ele foi movimentado o suficiente para se transformar em algo agradável de ser visto. Mesmo que os torcedores do Guarani discordem, uma vez que eles estão tristes com a derrota em casa por 2x1 e com o gol de falta de Rogério, tivemos um bom jogo em Campinas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Amor em jogo

Não sei, mas acredito que se eu estivesse envolvido em um relacionamento sério, fatalmente eu enfrentaria alguns problemas para estar presente no Morumbi ontem a noite. Como fazer uma pessoa, provavelmente com pouco ou nenhum envolvimento afetivo com o futebol, entender e aceitar que um jogo de Campeonato Paulista, disputado às 22:00 horas em uma quarta-feira chuvosa é mais importante e interessante do que por exemplo, uma sessão de cinema, um jantar não sei onde ou uma visita a casa de um amigo ou parente?
É complicado, e a verdade é que eu não saberia como proceder diante de uma situação como esta, acho que eu sequer me preocuparia em tentar fazer alguma coisa a respeito. Meu egoísmo e minha irresponsabilidade talvez me levassem a agir da maneira como eu sempre fiz, ignorando tudo e indo para o jogo sem me preocupar com nada ou ninguém. Contudo, comportar-se desta forma não seria uma atitude muito inteligente, as consequências possivelmente não seriam nada agradáveis.
O que eu sei, é que um jogo como o que São Paulo e Ponte Preta disputaram ontem tornaria as coisas ainda mais difíceis. Imagine ela perguntando como foi o jogo e você sendo obrigado a responder que a partida foi uma merda, que o São Paulo não jogou porra nenhuma, que não conseguimos fazer o gol da vitória e que o estádio estava vazio. Mentir seria a melhor saída, do contrário todas as coisas negativas que eu dissesse sobre o jogo seriam guardadas e usadas contra mim na próxima vez que fosse necessário discutir a relação futebol/amor.
Nick Hornby no essencial Febre de Bola ilustra bem essa situação: " Se disséssemos a verdade todas as vezes, seríamos incapazes de manter um relacionamento com qualquer pessoa do mundo real. Apodreceríamos sozinhos com nossos programas do Arsenal, nossas coleções de discos de rótulo azul originais da Stax ou nosso spaniels do Rei Charles,  enquanto nossos devaneios de dois minutos se alongavam; aí perderíamos nossos empregos e pararíamos de tomar banho, fazer a barba e comer; acabaríamos deitados no chão em meio à nossa própria imundice, voltando a fita sem parar na tentativa de decorar todos os comentários, inclusive a análise profissional de David Pleat, sobre a noite de 26 maio de 1989."
O futebol será sempre a relação de amor mais intensa, pura, verdadeira, obsessiva e doentia que um torcedor de verdade terá em sua vida. Mais uma vez citando Hornby: "Por que razão esse relacionamento, que começou como uma mera gamação colegial, já dura quase um quarto de século, mais do que todos os relacionamentos que travei por vontade própria? E por que essa afinidade consegue sobreviver aos meus periódicos sentimentos de indiferença, tristeza e ódio bastante reais?" Admito que essa não é uma pergunta nada fácil de ser respondida, sobretudo se a resposta tiver que ser dada para uma pessoa que por mais que você ame, está em desvantagem afetiva.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Novamente impedido de ir ao jogo

Republico abaixo parte da postagem feita neste blog ano passado, após o último São Paulo e Santos disputado na Vila Belmiro. A palhaçada promovida pela diretoria do São Paulo, na questão referente aos ingressos para a nossa torcida continua igual, e ao que tudo indica permanecerá assim por muito tempo.

" Ontem o São Paulo jogou a menos de 100 km da capital paulista, minha obrigação como torcedor era me encaminhar até Santos e apoiar meu time no estádio, contudo me impediram de fazer isso. Por culpa da diretoria do São Paulo não pude ir até a Vila Belmiro, fui forçado a ficar em casa e acompanhar o jogo sentado no sofá.
Ao não comercializar os ingressos disponíveis à nossa torcida para o clássico contra o Santos nas bilheterias, optando por distribuir TODOS eles entre as torcidas organizadas a diretoria são paulina me tirou o direito de ir no jogo. Eu que sou sócio e sempre vou aos estádios não tive sequer a chance de TENTAR comprar um ingresso.
Uma filha da putice e um desserviço sem tamanho de nossos dirigentes, pois além deles ignorarem e excluirem uma parcela gigantesca da nossa torcida, eles oficializam e incentivam a prática do cambismo. Como nossas organizadas de merda não conseguem "consumir" todos os ingressos que recebem eles acabam sendo comercializados paralelamente por até o dobro do preço oficial.
Completamente desapontado e frustrado com a atitude daqueles que desde de 2008 me tiram do jogo da Baixada Santista, vi pela televisão..."

Ano passado do sofá da minha casa acompanhei pela televisão um 0x0 horroroso, ontem do sofá da casa da minha irmã vi novamente pela televisão uma merecida derrota por 3x1. Sim, tivemos um gol legítimo anulado quando o placar marcava 1x0 para a equipe santista, entretanto não foi este o erro que determinou nossa primeira derrota no Campeonato Paulista.
Perdemos porque embora tenhamos feito um primeiro tempo de igual para igual, articulando boas jogadas, as finalizações feitas por nossos jogadores foram todas sem direção e/ou muito fracas. Perdemos porque nosso sistema defensivo não funcionou, permitindo num momento crucial da partida que um atacante adversário fizesse um gol de cabeça sem a necessidade de sequer tirar os pés do chão.