Ocupávamos uma das últimas
posições na tabela no dia que comprei as passagens para o Rio de Janeiro. Como
o Fluminense também fazia uma campanha ridícula, imaginava que o jogo entre os
dois tricolores seria de vital importância na luta contra o rebaixamento, um
confronto direto onde quem perdesse poderia começar a dar adeus para a primeira
divisão. Alguns meses atrás, dada a situação periclitante dos dois times, essa
era a única maneira possível de encarar esta partida.
Vendo o São Paulo rodada após
rodada se afundar, percebi que não havia outra alternativa para mim a não ser
ir até o Maracanã acompanhar o meu time. Na minha cabeça considerava fundamental
o apoio vindo da torcida para sair de uma possível situação de risco. O tempo passou
e Muricy conseguiu tirar leite de pedra e estabeleceu o São Paulo no meio da
tabela, livre da ameaça do rebaixamento, enquanto que o Fluminense seguiu
ladeira abaixo sob o comando de Luxemburgo.
Chegamos à trigésima quinta
rodada numa posição intermediária, não corríamos risco de cair e tampouco de
lutar pelas posições mais altas da tabela, assim permitimos nos dar ao luxo de
colocar um time reserva para encarar o Fluminense. Confesso que essa decisão não
me agradou nenhum pouco, uma vez que eu não queria facilitar as coisas para o
clube que tem a obrigação moral de pagar as duas série B que eles ainda estão
devendo, desde aquela repugnante virada de mesa ocorrida em 1996.
Voltar para casa com um
resultado positivo não seria nada fácil, não pelo fato do time titular do
Fluminense ser grande coisa, pelo contrário. A questão é que o time reserva do
São Paulo praticamente inexiste, basta ver a quantidade de improvisações que
Muricy foi obrigado a fazer ontem para conseguir escalar a equipe. Soma-se a
tudo isso o desentrosamento de onze jogadores fracos (não por acaso a condição
de reserva de cada um deles) e que nunca jogaram juntos, e teremos em campo um
catado pronto para ser derrotado.
Não deu outra, mesmo abrindo
o placar no momento em que o adversário dominava e controlava as ações da
partida, nossa vantagem não durou mais do que duas investidas do ataque do
Fluminense. Em um lance em que todo o sistema defensivo do São Paulo
falhou grosseiramente sofremos o gol de empate, no final do jogo outra falha dos jogadores de defesa decretou a derrota.
Após noventa minutos de bola rolando nada para comemorar, não atrapalhamos o Fluminense e constatamos que depender dos reservas para descansar os titulares tem seu preço.
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