sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A cartada final

Em 2009 quando diretoria e técnico chegaram num acordo e decidiram que o melhor a fazer era cada um seguir o seu caminho, eu considerei aquela uma decisão benéfica tanto para o São Paulo quanto para Muricy. Mesmo com a conquista do inédito e histórico tri campeonato brasileiro, as seguidas eliminações na Libertadores, a indisposição com alguns jogadores e diretores e o péssimo futebol apresentado deixou o clima pesado, tornando insustentável a permanência de Muricy.
Durante o período de separação, onde cada um seguiu uma trajetória diferente, enquanto Muricy continuou sua carreira de sucesso e respeito conquistando títulos importantes no comando de outras equipes, o São Paulo tanto dentro quanto fora de campo perdeu totalmente o rumo. De junho de 2009 até setembro de 2013 o São Paulo teve SETE técnicos diferentes, nenhum deles conseguiu desenvolver um trabalho sólido e de confiança, muito por culpa do próprio São Paulo.
Passados quatro anos desde a sua saída, Muricy volta ao São Paulo com a incumbência de evitar que nossa incólume história seja manchada com uma vergonhosa e humilhante queda para a segunda divisão. Muricy é a cartada final de Juvenal Juvêncio na tentativa de pôr fim à uma crise sem precedentes na nossa história, criada ao longo dos últimos anos pelo próprio mandatário são paulino, que ao concentrar o poder exclusivamente em suas mãos perdeu completamente a noção da realidade.
A tarefa de Muricy não é nada fácil; o time é fraco, os dirigentes não ajudam, o tempo é curto e quase não há margem para erro. O cenário hoje é completamente diferente daquele quando Muricy partiu, se em 2009 sem ninguém perceber o São Paulo começou a entrar numa crise, foi  agora em 2013 que ela atingiu seu ápice. O lema do nosso novo comandante: “Aqui é trabalho”, terá que ser levado às últimas consequências, do contrário dificilmente permaneceremos na primeira divisão ano que vem.
Sim, a luta do São Paulo de Muricy pela sobrevivência será dura e exaustiva, exigindo do time e da torcida um comprometimento total. O primeira ato desse novo capítulo da nossa história me fez voltar a acreditar que é possível terminar o ano longe das quatro últimas posições. Não, Muricy não fez o time jogar um futebol empolgante capaz de arrasar com a adversário, pelo contrário, a vitória contra a Ponte veio pelo placar mínimo, no melhor estilo "muricyano".
O que acontece é que ontem mesmo com todo o sofrimento que passamos para manter o magro 1x0 até o final da partida, garantindo três pontos imprescindíveis, a sensação que ficou foi a do resgate de uma identidade há muito tempo perdida. Com a presença de Muricy no banco, que depois de algumas andanças enfim entendeu onde é seu devido lugar, eu senti que estávamos protegidos novamente e que existia algo em que poderíamos nos apegar.

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