segunda-feira, 28 de março de 2011

Antológico


Rogério Ceni, segundos antes do gol que entrou para a posteridade.

Só agora, mais de dez horas depois do juíz ter apitado o final da partida em que Rogério Ceni fez de falta seu histórico centésimo gol, o segundo do São Paulo na vitória por 2x1 sobre a galinhada/gambazada, encerrando assim um tabu de quatro anos sem ganhar do maldito time da marginal sem número, é que a adrenalina parece ter sido expelida de dentro de mim, e me encontro em condições de tentar escrever algo sobre a memorável tarde de ontem.
Ao longo dos meus quase trinta anos de vida, pude vivenciar momentos maravilhosos dentro de estádios de futebol, momentos inesquecíveis que me proporcionaram uma felicidade intensa, profunda e verdadeira, que apenas o futebol é capaz de produzir. A última vez que algo do tipo tinha acontecido comigo (em menor escala se comparado com o ocorrido ontem), conforme relatado aqui, foi no jogo entre São Paulo e Santos, válido pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro do ano passado. Um embate emocionante, vencido pelo tricolor por 4x3, com o gol da vitória sendo marcado aos 48 do segundo tempo.
Ontem mais uma vez, o futebol me presenteou com um destes momentos para a posteridade. O gol número cem de Rogério Ceni, a vitória, e o fim da tabu, constituem um enredo tão perfeito, que estar presente no estádio, e poder de alguma forma fazer parte de um acontecimento de tamanho valor histórico, é algo inestimável, que me enche de orgulho, e me faz sentir um torcedor privilegiado. A maneira como o jogo se sucedeu, com três expulsões, pressão adversária no final, confusões generalizadas, e seis longos minutos de acréscimos, colaboraram para transformar a partida em algo ainda mais grandioso, para nós são paulinos. Acho que eu poderia permanecer o resto dos meus dias naquela arquibancada, tamanha era a felicidade e o estado de euforia em que eu me encontrava devido a vitória e todos os seus significados, era um momento mágico e antológico, daqueles que fazem o futebol valer muito a pena.
Em meio a tantas situações negativas que cercam o mundo do futebol, contribuindo cada vez mais para o distanciamento e o desinteresse do torcedor por um esporte tão apaixonante, é fundamental que dentro de campo ainda exista um atleta como Rogério Ceni. Apenas jogadores com as características do nosso mítico goleiro artilheiro: fiel, apaixonado, e dedicado ao extremo (algo em extinção no futebol), é que conseguirão fazer os torcedores não se sentirem tão desprezados, e mal representados dentro de campo. Para nossa sorte, um desses últimos ícones do futebol, veste a camisa número um do nosso time, e com ele sabemos que podemos contar, seja defendendo nossa meta, seja fazendo mais um gol lá na frente, e eternizando-se como uma lenda do futebol mundial.



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